Ao lado da vegetação, a fauna presente nesses rios, como peixes, répteis e anfíbios, também é fortemente prejudicada pelo maior assoreamento. Dentro das calhas, a presença de lixo e outros materiais lamacentos prejudicam a qualidade da água e podem comprometer a sobrevivência dos animais aquáticos.
Já na beira dos rios, queimadas e desmatamento danificam o habitat natural de répteis e anfíbios. Algumas dessas espécies de peixes, lagartixas e sapos são predadores de mosquitos vetores de arboviroses, como o Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya.
"Essa relação prejudicial faz com que a fauna se vá e isso gera inclusive o aumento, por exemplo, de mosquitos e animais que levam doenças. A presença dessa fauna saudável, com predadores naturais de mosquitos, reduz a incidência de doenças", pontua a pesquisadora Tainah Carvalho.
A falta de dados sobre assoreamento se torna ainda mais séria após um ano de alta nos casos de dengue no País - matou mais que a Covid em 2024. Foram 5,6 mil mortes após diagnóstico da doença transmitida pelo Aedes aegypti, enquanto 5,1 mil foram vítimas do coronavírus. Em Fortaleza, 3.377 casos de arboviroses foram contabilizados, segundo o Sistema de Monitoramento Diário de Agravos (Simda).