As obras de requalificação da Lagoa da Maraponga, em Fortaleza, deverão ser retomadas até fevereiro. A afirmação é do titular da Secretaria Regional 10, Márcio Martins (União Brasil), que participou de uma visita técnica, realizada na manhã de ontem, 21, junto a demais representantes da Prefeitura de Fortaleza e da Superintendência de Obras Públicas (SOP), do Governo do Estado do Ceará.
"Não estava existindo alinhamento entre o Município e o Estado. Não há condições do Estado tocar uma obra desse mote se ele não tiver um alinhamento com os demais órgãos da Prefeitura. Nesta reunião, tem oito secretarias envolvidas: duas secretarias do estado e seis secretarias do município. Para fazer o quê? Justamente esse alinhamento", destaca Márcio.
De acordo com o diretor de Fiscalização de Obras e Gestão Regional da SOP, Caio Timbó, a expectativa é de que até o fim da próxima semana o cronograma de início e conclusão da obra seja concluído. "Nosso objetivo é retomar a obra, executar todo o projeto em parceria com a Prefeitura de Fortaleza conforme o previsto, e entregá-la à população o mais breve possível", ressaltou.
Sobre o novo projeto, Márcio Martins afirma que estão previstas mudanças. "Existem realidades aqui hoje que não existiam lá no começo da obra", afirma. Uma das novidades apontadas pelo secretário é o polo gastronômico que foi criado pela comunidade, espaço que, originalmente, servia como estacionamento para os visitantes da praça: "Foi criado um espaço gastronômico de forma orgânica e que ele hoje é uma realidade que nós não podemos desprezar, então a gente precisa adequar", ressalta.
De acordo com o gestor, o projeto será tocado pela mesma construtora responsável pelo início da obra, em 2021. O contrato com a empresa, inicialmente orçado em R$ 3 milhões, tinha sido rescindido em novembro de 2022, resultando na paralisação das atividades.
À época, a antiga gestão da Prefeitura afirmou, em nota ao O POVO, que a revitalização do espaço teria sido interrompida porque "a empresa responsável pela obra teve seu contrato rescindido após descumprimento de prazos e cláusulas contratuais".
Questionado sobre a escolha, o secretário regional defendeu que a decisão evita que seja instaurado um novo processo licitatório, o que atrasaria mais a retomada da obra. Ainda de acordo com ele, os argumentos apresentados pela empresa indicavam entraves com a antiga gestão da Prefeitura, para além da questão orçamentária.
Inicialmente, as intervenções deveriam englobar 11 dos 31 hectares da Unidade de Conservação, delimitados pela avenida Godofredo Maciel, rua Suíça e o Condomínio Residencial Parque Maraponga. Contudo, o secretário explica que o projeto deve passar por mudanças, logo não é possível informar o novo orçamento.
A insegurança é apontada, pelos frequentadores do local, como um dos problemas. O aposentado José Maria, 67, espera que o retorno das obras seja acompanhado de um reforço na fiscalização: "É importante vigiar para que ninguém invada e quebre tudo".
Datas
As intervenções haviam sido iniciadas
em 2021