O homem de 29 anos assassinado no início da tarde desse sábado, 1º, no bairro Sapiranga, em Fortaleza, foi retirado de dentro do shopping Via Sul para ser morto a tiros. É o que mostram as imagens das câmeras de segurança do próprio estabelecimento comercial.
Um suspeito de envolvimento na morte de Anderson Pereira da Silva foi preso por volta das 18h30min do próprio sábado, na Sapiranga, por policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Auto de Prisão em Flagrante (APF) de Diógenes Balbino dos Santos, de 34 anos, aponta que a possível motivação do crime foi a suspeita tida pelos criminosos de que Anderson havia matado a própria companheira horas antes.
O corpo de Geisa Ibiapina Sousa Araújo, de 38 anos, foi encontrado na casa dela, localizada também na Sapiranga, por volta das 9h30min. Anderson havia passado a noite com Geisa, mas não estava na residência no momento do achado do cadáver, feito por uma parente da vítima.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a mulher não apresentava sinais de violência pelo corpo. A causa da morte, contudo, só poderá ser determinada após a necropsia.
Pelo menos quatro homens participaram da execução de Anderson, conforme as imagens de câmeras de segurança. A vítima começou a ser agredida ainda fora do shopping e correu para dentro do estabelecimento para tentar fugir.
Ele seguiu sendo agredido dentro do Via Sul, mas, conforme a Polícia Civil, Diógenes, que acompanhou as agressões, ordenou que a vítima fosse levada para fora do estabelecimento.
O espancamento continuou em via pública até que um dos agressores sacou uma arma de fogo e atirou diversas vezes contra Anderson. O corpo dele foi encontrado com dez lesões de armas de fogo, distribuídas pelas costas, peito, braço esquerdo e cabeça.
Em depoimento, Diógenes negou envolvimento com o crime. Ele disse que é morador do bairro e foi ao shopping comprar um controle remoto. O suspeito contou que chegou a ver Anderson sentando em um banco em frente ao shopping e os dois conversaram um pouco, já que se conheciam “de vista”.
Diógenes contou que Anderson disse a ele que havia brigado com a mulher e que percebeu que a vítima estava drogada ou bêbada e sem dormir. Ainda conforme a oitiva, instantes depois, Diógenes disse que presenciou o momento em que a vítima passou a ser agredida por dois homens.
Um segurança interveio na briga e também Diógenes, que afirmou que pediu para os homens saírem do shopping pois este estava “cheio de criança”. Depois, Diógenes disse que, já em via pública, viu um homem em uma bicicleta sacar uma arma de fogo e atirar em Anderson. Nesse momento, conforme o depoimento, Diógenes saiu correndo para casa.
A Polícia Civil, porém, apontou contradições entre o depoimento de Diógenes e as imagens das câmeras de segurança. “Da análise do interrogatório prestado e demais elementos de informação, em especial o relatório técnico de análise de câmeras de monitoramento, é possível inferir que o flagranteado não chegou a agredir fisicamente a vítima, mas teve participação direta, inicialmente indo ao local em que a vítima estava e retornando para informar ao executor que, conforme as imagens, estava na espreita praticamente no mesmo local em que o flagranteado se desloca antes de ir até a vítima”, afirma em relatório o delegado Leandro de Matos da Silva, da 3ª DHPP.
“Tanto que, num segundo momento em que o flagranteado retorna ao shopping, já ocorre o início da briga entre os dois suspeitos ainda não identificados e a vítima, tendo ele entrado correndo (num primeiro momento) mas logo em seguida retornado para orientá-los agressores a retirar a vítima do shopping”, prosseguiu o delegado.
Diógenes deve ser submetido a audiência de custódia nessa segunda-feira, 3, que decidirá se ele continuará ou não preso. A investigação continua para identificar mais suspeitos de envolvimento com o crime.