Uma mulher de 58 anos foi diagnosticada com raiva humana no município de Jucás , distante 421,32 km de Fortaleza. De acordo com informações da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o diagnóstico foi dado na última semana e a paciente contou ter sido mordida por um "soim". Esse é o sétimo caso da doença registrado no Estado em 17 anos.
Conforme pasta, a análise do exame foi realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/CE) e confirmada pelo Instituto Pasteur, de São Paulo.
Mulher buscou atendimento em um hospital da região no último dia 27 de janeiro, apresentando náuseas, dificuldade de engolir e de falar e aversão à agua (condição chamada de hidrofobia), sinais que são indicadores da raiva humana.
Ela foi encaminhada no dia seguinte para o Hospital São José (HSJ), unidade referência no Estado em Infectologia, onde foi diagnosticada com a doença. Durante atendimento, paciente reatou que foi mordida por um sagui, popularmente chamado de "soim", em novembro de 2024.
De acordo com Sesa, pasta realizou "inquérito epidemiológico e busca ativa de animais silvestres na Região de Jucás", e intensificou também ações de educação em saúde para profissionais da assistência e Agentes de Combate às Endemias.
“Estivemos presencialmente e também realizamos uma webconferência sobre as profilaxias pré e pós-exposição. Estamos trabalhando de forma integrada com a imunização e o controle animal”, disse", destaca Kellyn Cavalcante, articuladora do Grupo Técnico de Zoonoses da pasta de saúde.
Com a confirmação, esse se torna o sétimo caso da doença já registrado no Estado entre 2008 e 2024, sendo os demais identificados nas cidades de Camocim, Chaval, Ipu, Jati, Iracema e Cariús. Além disso, dentro desse período a paciente é a quinta a contrair infecção após mordida de soim.
De acordo com orientações da Secretaria de Saúde do Ceará, é preciso manter a distância de animais como o sagui "que, pela origem silvestre, não podem ser vacinados".
“As pessoas devem evitar manter contato, seja alimentando ou acariciando. Caso note algum deles com comportamento estranho e fora do bando, a Secretaria Municipal da Saúde ou o Setor de Controle de Zoonoses deve ser comunicada para realizar a contenção correta”, orienta o médico Carlos Garcia.
Sesa destaca ainda que a principal forma de prevenção contra a raiva para seres humanos é a vacinação e o soro antirrábico.
"Caso uma pessoa seja agredida por algum animal, o recomendado é lavar o ferimento com bastante água e sabão e buscar imediatamente o posto de saúde mais próximo. O médico indicará a conduta adequada, considerando tanto a gravidade da lesão, como o animal que ocasionou o acidente", pontua a diretora técnica e infectologista do HSJ, Ruth Araújo.
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O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças, segundo o Ministério da Saúde