O arcebispo de Fortaleza, Dom Gregório Paixão, realizou, nesta terça-feira, 11, uma missa de celebração ao Dia do Enfermo, em referência ao Dia de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira dos enfermos. A solenidade religiosa ocorreu às 9 horas, no auditório do Hospital São José, para os funcionários da unidade hospitalar.
No local, a cerimônia reuniu cerca de 80 servidores do Hospital São José, em recordação ao sofrimento dos enfermos, conforme o arcebispo Dom Gregório: “essa celebração recorda todos os sofredores da nossa sociedade e não são poucos”.
“Nós estamos recordando hoje um dia muito especial que é o dia do enfermo. E para nós, que estamos com saúde, talvez, aqueles que sofrem, não pareçam próximos de nós, mas quem tem realmente um sofrimento precisa da nossa presença”, pontua o arcebispo recomendando a necessidade de ajudar as pessoas doentes.
Dom Gregório explica que o Hospital São José “tem um simbolismo muito grande”, porque trata pessoas com tuberculose, Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), e outras doenças infecciosas e contagiosas.
“É uma graça muito grande estar aqui sendo essa voz para aqueles que não têm voz e ao mesmo tempo, sendo saúde, e força para aqueles que estão presos a um leito”, afirma.
Para ele, o hospital simboliza o atendimento que se dá aos mais pobres da sociedade, para os quais é preciso dar atenção especial.
José Silva e Maria Lima, pacientes do Sistema Único de Saúde que aguardavam atendimento no local, afirmam que não sabiam que nesta terça-feira, 11, é celebrada o Dia do Enfermo e o Dia de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira das pessoas doentes.
Na ocasião, ambos relataram as dificuldades que enfrentam na condição de enfermos e reclamaram da demora no atendimento hospitalar.
“Eu estou com um problema muito sério, era para rapidinho ser atendido, mas faz horas que eu estou aqui. E para mim isso (a demora) é muito errado”, José Silva.
“O atendimento aqui é péssimo. As pessoas mais doentes eram para ser atendidas o mais rápido possível. Tem pessoas aqui que já vem doente, com doença crônica, e pode ficar mais doente esperando atendimento no hospital de infecção”, Maria Lima.
Acerca da ação religiosa, o arcebispo informou que a missa em celebração ao Dia do Enfermo resulta de uma “iniciativa conjunta de igreja e hospital para unir o serviço hospitalar à força da fé”.
Dom Gregório Paixão também ressaltou a importância das atividades solidárias realizadas pelas pastorais da igreja católica em apoio aos enfermos nos hospitais.
Edilene Dutra, responsável pela pastoral da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), comunica que o serviço da igreja católica no Brasil, organizado desde 2002, tem a finalidade de enfrentar os desafios que a epidemia da Aids — existente há 40 anos — impõe sobre a sociedade, o governo e a igreja.
“Nós atuamos fazendo visitas hospitalares e familiares. Incentivando as pessoas a fazerem o diagnóstico precoce”, explica. “Aos que já foram infectados nós levamos acolhimento, solidariedade e compromisso social até eles. Compromisso social significa lutar por políticas públicas, por vagas, por infectologista e por atendimento humanitário”, acrescenta.
Questionado pelo O POVO sobre os relatos dos pacientes, o Hospital São José (HSJ), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), informou que "o atendimento na Emergência da unidade acontece com base na classificação de risco, que avalia o paciente conforme o quadro clínico".
"Dessa forma, é priorizada a assistência de pessoas com critérios de gravidade, enquanto casos menos urgentes aguardam para serem assistidos", finalizou.