Cinco pessoas foram presas em Fortaleza nesta quinta-feira, 13, suspeitas de fazerem parte da cúpula da facção criminosa Comando Vermelho (CV) que atuava no furto de caminhonetes de luxo no País utilizando tecnologia. Os criminosos utilizam veículos como moeda de troca para comércio de cocaína e maconha nas fronteiras.
A Operação Sakichi foi desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal (DF) e deslocou 11 equipes policiais para Fortaleza em razão da cúpula da organização criminosa ser procedente da Capital. Ao todo, sete cearenses foram presos em Fortaleza e no DF na operação e são apontados como os líderes da organização. Outros integrantes seguem foragidos.
As investigações iniciaram em 2023 a partir do furto qualificado de 22 caminhonetes de luxo no DF. Os crimes eram praticados em diversos estados brasileiros. Após os furtos, os veículos eram levados para galpões providenciados pela organização criminosa.
Nesses locais, os carros passavam por um processo de adulteração de sinais identificadores antes de serem transportados para estados na fronteira do país, como Mato Grosso do Sul e demais unidades federativas que fazem divisão com países produtores de matéria-prima utilizada na fabricação de drogas, além da inserção dos carros no mercado clandestino que comercializa peças após desmanche.
Conforme as investigações, os criminosos usavam uma tecnologia para furtar os veículos sem arrombálos. Além disso, os criminosos observam as câmeras de segurança e usavam brechas de segurança para cometer os crimes.
Os furtos aconteciam em áreas em que poderia haver falha de segurança, como praias em dias de feriados e aos domingos, além de estacionamento de shows, aproveitando a falta de vigilância, segurança e o aumento de estacionamento e em bairros nobres.
No esquema, os veículos eram levados para galpões providenciados pela organização criminosa após os furtos. Nos locais, os carros passavam por um processo de adulteração de sinais identificadores antes de serem transportados para estados na fronteira do país, como Mato Grosso do Sul e demais unidades federativas que fazem divisão com países produtores de matéria-prima para drogas.
O titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas do Ceará (DCLD), Kim Barreto, acredita que o esquema é um “fenômeno novo” e, apesar da prisão da cúpula da organização, há suspeita de grupos secundários em atuação.
“Não descartamos os grupos secundários ou que, eventualmente, se engendram nesse nicho. A Polícia Civil de Brasília e do Ceará e de outros estados já estavam atentas a esse fenômeno. Nos antecipamos, né, com grande resultado e vamos continuar mantendo esse tipo de operação”, disse o delegado.
Ao todo, foram 20 pessoas presas, sendo 15 no DF. Foram ainda apreendidos materiais tecnológicos usados tanto para decodificar a parte elétrica dos carros como para replicar chaves e como também para cortar sinais de rastreadores. A operação contou com o apoio da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) e sequestrou ainda cerca de R$ 7 milhões que estavam nas contas dos suspeitos
Segundo o diretor da Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), do
Departamento de Polícia Especializada (DPE), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Konrad Rocha, o grupo era dividido em quatro núcleos: estratégico, operacional, logístico e financeiro.
O núcleo estratégico era responsável por planejar e orquestrar as ações criminosas do grupo. “Responsável também por fornecer os equipamentos, instrumentos e ferramentas de de índole tecnológica utilizados para burlar o sistema instalado pelo fabricante em seus veículos”, detalha o delegado.
Ainda segundo Konrad, os equipamentos tecnológicos utilizados pelos criminosos conseguiam superar o sistema de segurança instalado pela fabricante. O núcleo operacional, era composto por integrantes que praticam os furtos propriamente dito, ou seja, eles são responsáveis por executar os crimes de subtração de veículo.
Já o núcleo logístico, era responsável por, após o furto e a adulteração dos sinais identificadores, transportar os veículos aos estados que fazem fronteira com os países, entre eles Paraguai e Bolívia.
O núcleo financeiro, por sua vez, era responsável por operacionalizar a contabilidade do grupo, distribuir os lucros de acordo com a complexidade das tarefas desempenhadas por cada integrante e ocultar e dissimular os valores obtidos com a prática desses crimes.
Com informações do repórter Kaio Pimentel/Especial para O POVO
Quatro núcleos operacionais executavam as ações
Segundo o diretor da Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), do Departamento de Polícia Especializada (DPE), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Konrad Rocha, o grupo era dividido em quatro núcleos: estratégico, operacional, logístico e financeiro.
O núcleo estratégico era responsável por planejar e orquestrar as ações criminosas: "Responsável também por fornecer os equipamentos, instrumentos e ferramentas de de índole tecnológica utilizados para burlar o sistema instalado pelo fabricante em seus veículos".
Ainda segundo Konrad, os equipamentos tecnológicos utilizados pelos criminosos conseguiam superar o sistema de segurança instalado pela fabricante. O núcleo operacional, era composto por integrantes responsáveis por executar os crimes de subtração de veículo.
Já o núcleo logístico, era responsável por, após o furto e a adulteração dos sinais identificadores, transportar os veículos aos estados que fazem fronteira com os países, entre eles Uruguai e Bolívia.
O núcleo financeiro, por sua vez, era responsável por operacionalizar a contabilidade do grupo, distribuir os lucros de acordo com a complexidade das tarefas desempenhadas por cada integrante e ocultar e dissimular os valores obtidos com a prática desses crimes. (Kaio Pimentel/Especial para O POVO)
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A Operação Sakichi foi desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal (DF) e deslocou 11 equipes policiais para Fortaleza