Após as chuvas que atingiram diversos municípios do Ceará entre a madrugada dessa segunda-feira, 3, e a manhã desta terça-feira, 4, moradores registram transtornos causados pela falta de estrutura das cidades para lidar com as precipitações anuais. Em todo o Estado, 96 cidades notificaram precipitações, conforme a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme).
Em imagens enviadas ao O POVO, moradores do bairro Genibaú, em Fortaleza, denunciam a inundação de casas após o transbordamento do Rio Maranguapinho. O aporte de água no local atingiu uma lâmina de 21cm, propiciando o transbordamento do Canal do Genibaú, de acordo com a Defesa Civil de Fortaleza.
A situação do local, denunciada há anos, é agravada porque muitas residências na região foram construídas em ruas abaixo do nível do rio, dificultando o escoamento da água. Para avaliar os danos causados após as fortes chuvas da madrugada desta terça-feira, 4, que acumularam mais de 100mm na Capital, será preciso aguardar a redução do nível da água nas residências.
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A Defesa Civil de Fortaleza foi acionada para atender a ocorrência e afirmou que o foco das atuações seria a avaliação das comunidades que vivem próximas a recursos hídricos, como o Canal do Genibaú, para evitar novos transtornos e garantir a segurança dos moradores.
O órgão reforça a importância de a população ficar atenta a sinais de risco, como rachaduras em paredes, inclinação de árvores e postes, além do aumento do nível da água em ruas e córregos. Em caso de emergência, a recomendação é buscar abrigo seguro e acionar os agentes imediatamente.
A Capital cearense registrou um acumulado máximo de 108,4 mm de chuvas, entre as 7 horas de segunda-feira, 3, e as 7 horas desta terça-feira, 4. A observação foi feita no Posto Castelão, conforme a Funceme. O montante foi o suficiente para expor os transtornos enfrentados pelos moradores em períodos chuvosos, causado pela falta de estrutura adequada para atender as demandas da população durante o “inverno cearense”.
Na avenida Mister Hull, trecho que liga a cidade de Fortaleza ao município de Caucaia, a pista ficou completamente alagada após as chuvas. Moradores e carros de passeio; até mesmo veículos maiores, como ônibus e caminhões, apresentavam dificuldade para enfrentar o tráfego na região.
No bairro Cocó, em Fortaleza, a repórter Luíza Vieira, da Rádio O POVO CBN, conferiu o alagamento em um trecho de trilha no Parque do Cocó, que costuma receber visitantes. Na entrada do parque, na avenida Sebastião de Abreu, é possível notar grande quantidade de água no trecho. O atracador ficou submerso, impedindo a realização de trilhas e passeios.
Em Caucaia, próximo ao Assaí do Tabapuá, moradores registraram alagamentos nas pistas após o nível do Rio Siqueira subir. No vídeo, é possível ver motoristas enfrentando a inundação para seguir destino, mesmo com lentidão.
Em São Gonçalo do Amarante, município distante 61,55 km de Fortaleza, registros feitos pela população, enviados ao O POVO, mostram moradores e motoristas tentando remover um veículo que ficou preso em meio ao alagamento que atingiu a pista após o transbordamento da barragem do Catolé. A região registrou o maior acumulado desta terça-feira, 4, conforme a Funceme, com 142mm observados no Posto Sede.
Nas imagens, é possível perceber o fluxo intenso da água em direção ao carro, que teria tentado atravessar a correnteza, sem sucesso. No vídeo, um grupo de homens aparece amarrando cordas ao veículo, para auxiliar no reboque.
Em outro vídeo, moradores registram a intensidade da água no rio na Parada do Lago, ponto turístico do município de Pacoti, distante 98,45 km de Fortaleza. Na região, o maior acumulado registrado até às 11h40min desta terça-feira, 4, foi de 14.2 mm, no Posto Pacoti.
Máxima
São Gonçalo do Amarante, a 61,55 km de Fortaleza, registrou o maior acumulado de ontem, 4, com 142 milímetros (mm)