Moradores do bairro da Sabiaguaba reclamam de alagamentos que causam prejuízos na região, atingindo casas, comércios e comprometendo o trânsito. Causados pelo aumento do nível do rio Cocó, a região está com acúmulo de água, pelo menos, desde fevereiro de 2024. Segundo moradores, contudo, o problema é histórico e se repetem anualmente durante cada período chuvoso.
Na avenida Manoel de Castro, mesmo após a trégua das chuvas no Carnaval, quando Fortaleza chegou a registrar máxima de 113.6 milímetros na terça-feira, 4, a situação continua grave.
No sentido da avenida em direção à Praia da Sabiaguaba, duas pontes apresentam riscos: uma possui rachaduras visíveis devido ao histórico de aumento do nível do rio, e a outra ainda está submersa.
Na manhã desta sexta-feira, 7, O POVO esteve no local e constatou que motoristas e ciclistas enfrentam dificuldades para atravessar. Conhecida como Ponte Molhada, a estrutura submersa se confunde com o rio, tornando a travessia especialmente difícil para veículos.
A situação, segundo moradores, já causou transtornos, como motoristas caindo nos buracos, danificando seus veículos e perdendo placas. Com buracos na ponte, moradores ainda improvisaram uma sinalização com galhos para alertar os condutores sobre o risco na travessia.
Evangelista Jardelino da Silva, conhecido como Bill, mora há quase 40 anos no local. Ele conta que diversas reclamações já foram feitas sobre a situação na região.
“Agora está é melhor. No dia da chuva, carro nenhum passava por aqui. Mas aqui sempre foi essa situação. Eu mesmo já tirei carro de defunto de dentro dessa água, já tirei gente com o filho lá dentro”, conta o morador. “O nosso governo não vê isso, mas quem sofre somos nós”, diz.
Bill conta que, inclusive, mais cedo, na manhã desta sexta-feira, 7, um motociclista sofreu um acidente ao cair no chão escorregadio. Além disso, os moradores relatam um aumento nos casos de micoses por causa do contato com a água.
A água também invade as casas e comércios. Josiano Pereira da Silva, que mora e empreende no local há 27 anos, conta que sua esposa é dona de um restaurante na avenida e que, durante as chuvas do Carnaval, o estabelecimento foi inundado.
“Estamos com um prejuízo enorme. Um freezer de R$ 3.500, outro de R$ 2.800 e uma geladeira de R$ 7.500 queimaram tudo de uma vez. Nós moramos no andar de cima. A água foi subindo à noite e, quando amanhecemos o dia e descemos, já estava na altura do peito”, relata.
“Aqui é da minha mulher e dos irmãos dela. Hoje eu tenho uma fábrica pequena de mármore. Agora, imagine se eu dependesse só do restaurante? Não daria nem um mês para quebrar”, diz.
Segundo Josiano, a Defesa Civil chegou a ir no local e bloqueou os dois acessos à avenida Manoel de Castro. Contudo, não retornou ao local para liberar a via ou para prestar assistência aos moradores e comerciantes. "O Sabiaguaba não existe para eles".
Segundo a Prefeitura de Fortaleza, a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), está elaborando um estudo de viabilidade de um projeto de urbanização e melhoria viária na Sabiaguaba. "O prefeito Evandro Leitão e o secretário de Infraestrutura, André Daher, estiveram no bairro no fim do mês de janeiro para acolher as demandas dos moradores e tomar as devidas providências para os alagamentos na região, como a limpeza do canal sob a ponte da Sabiaguaba, que foi concluída em 14/2, pela Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP)" traz a nota.
"A Secretaria Executiva Regional (SER) 7 acompanha de perto a situação. No dia 28/2 e no dia 5/3, as equipes técnicas visitaram o bairro para conversar com a população e qualificar as demandas locais, como drenagem e pavimentação, além de fazer o monitoramento presencial das pontes, acionando a AMC para apoio no controle do tráfego. A SER 7 também está fazendo os levantamentos dos reparos que serão necessários nas pontes e vias do entorno", complementa.
Por fim, a Prefeitura, garante que a área informada é monitorada diuturnamente pelo sistema de videomonitoramento da Defesa Civil e recebeu visita de uma equipe do órgão nesta sexta-feira, 7: "Em caso de qualquer risco, a DC de Fortaleza deve ser acionada via Ciops, por meio do fone 190. Os agentes trabalham em regime de plantão, 24h, para atender às demandas da população".
As fortes chuvas durante o Carnaval causaram o aumento do nível do rio, o que impactou também os passeios de barco quanto as trilhas no Parque do Cocó. Na manhã desta sexta-feira, ambos os serviços estavam suspensos.
“Nesse período de chuvas, [o rio Cocó] ganha fôlego. Essa renovação das águas é muito boa para o rio, mas traz dificuldades para as pessoas e comunidades próximas, devido aos alagamentos que infelizmente ocorrem”, aponta Narciso Mota, gestor do Parque Estadual do Cocó.
Segundo o gestor, equipes já estão refazendo as trilhas e reposicionando as tábuas e troncos soltos pela água. Também estão realizando podas. “No momento, o Parque se prepara para receber um maior número de visitantes no fim de semana”, explica.
Quanto aos passeios de barco, caso não haja nova chuva forte, poderão ser retomados neste fim de semana. O serviço funciona no sábado e no domingo, das 8h às 13h, e o trajeto tem duração de aproximadamente 20 minutos.
Nível do rio também afeta trilha e passeios de barco
As fortes chuvas durante o Carnaval causaram o aumento do nível do rio, o que impactou também os passeios de barco quanto as trilhas no Parque do Cocó. Na manhã dessa sexta-feira, ambos os serviços estavam suspensos.
"Nesse período de chuvas, [o rio Cocó] ganha fôlego. Essa renovação das águas é muito boa para o rio, mas traz dificuldades para as pessoas e comunidades próximas, devido aos alagamentos que infelizmente ocorrem", aponta Narciso Mota, gestor do Parque Estadual do Cocó.
Segundo o gestor, equipes já estão refazendo as trilhas e reposicionando as tábuas e troncos soltos pela água. Também estão realizando podas. "No momento, o Parque se prepara para receber um maior número de visitantes no fim de semana", explica.
Quanto aos passeios de barco, caso não haja nova chuva forte, poderão ser retomados neste fim de semana. O serviço funciona no sábado e no domingo, das 8h às 13h, e o trajeto tem duração de aproximadamente
20 minutos.
Retorno
Em contato com O POVO, a Prefeitura de Fortaleza afirma que está fazendo os levantamentos dos reparos que serão necessários nas pontes e vias do entorno