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Ataques a empresas de internet em Caridade eram financiados pelo CV e ordenados do RJ
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Ataques a empresas de internet em Caridade eram financiados pelo CV e ordenados do RJ

Segunda-fase da operação Strike deflagrada nesta sexta-feira, 14, pela Polícia Civil do Ceará prendeu oito pessoas nos municípios de Caridade e Fortaleza; Mandantes integram lista de mais procurados do Estado
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SEGUNDA-FASE da Operação Strike foi deflagrada nessa sexta-feira, 14 (Foto: Reprodução/SSPDS)
Foto: Reprodução/SSPDS SEGUNDA-FASE da Operação Strike foi deflagrada nessa sexta-feira, 14

Os ataques às empresas de internet no município de Caridade, a 98,82 quilômetros de Fortaleza, foram financiados pela facção criminosa Comando Vermelho (CV) e ordenadas do Rio de Janeiro (RJ). Pelo menos sete empresas foram alvo dos episódios desde o último fim de semana. Oito pessoas foram presas na segunda fase da operação “Strike”, deflagrada nesta sexta-feira, 14, pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE).

Outras 17 pessoas haviam sido presas na quarta-feira, 12, durante a primeira fase da operação. Na nova etapa das ações, três pessoas foram detidas em Caridade, sendo um homem, de 44 anos, preso em flagrante suspeito de agiotagem. Ele também seria o responsável por determinar e financiar os ataques a equipamentos provedores no município, a partir de ordens do estado fluminense.

O homem foi preso na posse de três veículos, que foram empenhados por pessoas que pegaram dinheiro emprestado com o suspeito. O titular da Delegacia Regional de Canindé, o delegado Cleidson Fernandes, o suspeito retinha dinheiro da facção criminosa e o repassava para as pessoas que cometiam os ataques. “Ele geria o dinheiro do crime organizado e também tinha essa missão de arregimentar pessoas para essa prática criminosa”, disse o delegado.

Os executores eram tanto membros da facção como também pessoas que foram recrutadas, onde, além do recebimento do dinheiro, também ficavam protegidos pelo grupo criminosos quando necessário. Ainda segundo o delegado, o operador financeiro, também era encarregado de arrecadar recursos a partir das extorsões e destiná-las para o Rio de Janeiro e demais ataques em cidades vizinhas.

O titular disse que as investigações na região contra o grupo foram iniciadas em outubro, mas os episódios contra os provedores, de fato, foram registrados apenas a partir de março. A atuação se dava, inicialmente, pelo contato telefônico, onde a extorsão era iniciada contra as empresas.

“Números com o DDD do Rio de Janeiro entravam em contato com os provedores de internet solicitando porcentagem por cliente para que o provedor pudesse funcionar na cidade. E a maioria dos provedores não se disponibilizou em pagar esses valores e por isso eles determinaram ataques aos provedores”, explica o delegado Cleidson Fernandes.

No domingo, 9, moradores de Caridade estariam sem acesso à internet ou à rede 4G, de acordo com informações da Associação dos Provedores do Ceará (Uniproce). Os criminosos teriam arrancado cabos e quebrado caixas de transmissão de internet em postes na Cidade na madrugada desse sábado, 8, afetando a conexão local.

Foragido do Ceará, “ZM”, está entre os mandantes dos ataques

Um dos mandantes dos ataques às provedoras em Caridade integra a lista dos mais procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Conhecido como “ZM” ou “Bin Laden”, José Mário Pires Magalhães, de 39 anos, está foragido do Ceará e refugiado no Rio de Janeiro.

Além de ZM, outro suspeito de ordenar os ataques também está inserido na listagem dos mais procurados do Estado. Ao todo, quatro mandados de prisão estão em aberto buscando capturar os suspeitos por meio de ações da Polícia Civil do Ceará e Rio de Janeiro.

O titular da SSPDS, Roberto Sá, disse que uma troca de informações entre forças policiais busca capturar os alvos. “Temos feito interlocução com a segurança pública do Rio de Janeiro, com o Ministério Público, com a Polícia Federal. Eles estarão sendo monitorados e se tivermos oportunidade a polícia do Rio de Janeiro junto com a nossa trocando informações irá efetuar também a prisão deles”, disse.

Demais prisões

As outras prisões na cidade foram contra um homem de 39 anos, preso no bairro Centro. Contra ele, foram cumpridos um mandado de prisão e um de busca e apreensão. No imóvel do investigado, foram apreendidos cinco celulares e um carro. O terceiro alvo na cidade de Caridade foi preso em flagrante em posse de arma de fogo.

O suspeito possui 23 anos e responde por tráfico e posse de drogas, furto qualificado, corrupção de menores e posse ilegal de arma de fogo. O quarto suspeito foi preso a partir de mandado de prisão. O homem de 24 anos possui passagem por tentativa de homicídio, tortura, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

Em Fortaleza, três suspeitos foram presos e três empresas de internet foram fechadas nos bairros Jacarecanga, Carlito Pamplona e Pirambu. “Essa na Capital focou em eh provedores clandestinos, mas três foram interceptados aí pela Polícia Civil e os proprietários estão sendo autuados na Draco”, disse o delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutierrez.

Um homem de 31 anos foi preso no bairro Pirambu, suspeito de cometer crime previsto na Lei de Telecomunicações, por realizar atividades de telecomunicação de forma irregular.

No mesmo bairro, outro homem, de 34 anos, também foi detido pela mesma infração. O suspeito possui antecedentes criminais por lesão corporal, injúria e ameaça no contexto de violência doméstica. Durante a ação, foram apreendidos seis eletroeletrônicos.

No bairro Jacarecanga, um homem de 38 anos foi preso em flagrante e autuado por prestar serviços de telecomunicações sem a devida autorização legal. Já no bairro Carlito Pamplona, outro homem foi preso sob acusação de receptação.

A operação “Strike” realizou 25 prisões e oito empresas de internet clandestinas foram fechadas desde quarta-feira, 12. Ao todo, 74 apreensões foram executadas durante as duas fases da operação. Os nomes dos suspeitos presos em ações das forças de segurança do Ceará deixaram de ser divulgados desde o dia 5 de fevereiro de 2024.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou atender à orientação da sua assessoria jurídica para adequar-se à Lei de Abuso de Autoridade (Lei Nº 13.869/2019).


Prisões em Jacarecanga, Carlito Pamplona e Pirambu

Em Fortaleza, três suspeitos foram presos e três empresas de internet foram fechadas nos bairros Jacarecanga, Carlito Pamplona e Pirambu. "Essa na Capital focou em provedores clandestinos, mas três foram interceptados pela Polícia Civil e os proprietários estão sendo autuados na Draco", disse o delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutiérrez.

Um homem de 31 anos foi preso no Pirambu, suspeito de cometer crime previsto na Lei de Telecomunicações, por realizar atividades de telecomunicação de forma irregular.

No mesmo bairro, outro homem, de 34 anos, foi detido pela mesma infração. O suspeito possui antecedentes criminais por lesão corporal, injúria e ameaça no contexto de violência doméstica. Durante a ação, foram apreendidos seis eletroeletrônicos.

Na Jacarecanga, um homem de 38 anos foi preso em flagrante e autuado por prestar serviços de telecomunicações sem autorização legal. Já no Carlito Pamplona, outro homem foi preso por receptação.

A Operação Strike realizou 25 prisões e oito empresas de internet clandestinas foram fechadas desde quarta-feira, 12. Ao todo, 74 apreensões foram executadas nas duas fases.

A identidade dos suspeitos presos em ações das forças de segurança do CE deixaram de ser divulgados desde 5 de fevereiro de 2024. A SSPDS informou atender à orientação da sua assessoria jurídica para adequar-se à Lei de Abuso de Autoridade (Lei Nº 13.869/2019).

Denúncias

A SSPDS ressalta que a população pode contribuir com as investigações, repassando dados que auxiliem os trabalhos policiais. As informações podem ser direcionadas para os números 181, (85) 3101 0181 (WhatsApp) ou site disquedenuncia
181.sspds.ce.gov.br

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