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Cão resgatado na Praia de Iracema estava com 3kg de pelo e dejetos; tutora foi presa
CIDADES

Cão resgatado na Praia de Iracema estava com 3kg de pelo e dejetos; tutora foi presa

Mulher foi presa por maus-tratos a um cão de 14 anos no bairro Praia de Iracema. O animal, resgatado em condições precárias, está sob cuidados veterinários
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Animal foi tosado e foram retirados 3 kg de pelo e dejetos (Foto: Anjos da Proteção Animal/Reprodução)
Foto: Anjos da Proteção Animal/Reprodução Animal foi tosado e foram retirados 3 kg de pelo e dejetos

Uma mulher foi presa em flagrante por maus-tratos a um cão no bairro Praia de Iracema, em Fortaleza. O cão, um mestiço de vira-lata com poodle de 14 anos, era mantido em um ambiente insalubre, sem acesso a água ou comida. 

Após o resgate, a tosa removeu aproximadamente 3 kg de pelo e dejetos. Ele já foi medicado, mas segue em observação em uma clínica veterinária particular.

Além disso, o animal apresentava sinais de desnutrição, feridas na pele, unhas excessivamente longas e o pelo endurecido pela sujeira.

O flagrante ocorreu após uma denúncia anônima sobre uma mulher mantinha um cão em situação de maus-tratos. No local, os policiais realizaram uma busca e encontraram o animal.

A suspeita e o animal foram conduzidos para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), onde ela foi autuada em flagrante pelo crime de maus-tratos a animais. Já o cão foi encaminhado para a ONG Anjos da Proteção Animal (APA), em Caucaia.

“No início, foi até um pouco difícil identificar se realmente se tratava de um cachorro. Eu atuo nessa área desde muito jovem e já me deparei com diversos casos bárbaros, mas esse foi extremamente chocante”, comenta Stefani Rodrigues, ativista da causa animal e uma das fundadoras da APA.

Na Delegacia, a tutora, que não teve o nome divulgado, chegou a informar que não realizava os cuidados básicos com o cachorro, como dar banho e tosa, porque ele era muito agressivo. Em depoimento, a mulher ainda teria declarado que o animal estaria há cerca de um ano e meio sem os cuidados.

“Durante a tosa e no atendimento médico, em nenhum momento ele reagiu de forma agressiva. Então isso não seria possível. Esse animal deve estar há mais de cinco anos sem tosa!”, destaca Stefani Rodrigues.

A suspeita encontra-se à disposição do Poder Judiciário. O crime de maus-tratos a animais prevê pena de dois a cinco anos de prisão.

Cachorro era mantido em espaço apertado 

O cão foi encaminhado para a ONG Anjos da Proteção Animal (APA), em Caucaia. De acordo com a organização, o animal, chamado Scooby, passou por avaliação veterinária, que confirmou anemia, miíase (infestação por larvas), carrapatos, e nódulos de sangue na pele.

“Ele desenvolveu bolhas de sangue devido ao calor excessivo e à falta de circulação, pois ficava praticamente imóvel em um cubículo. Essas bolhas estouraram, atraíram moscas e levaram à infestação por larvas. Se não fosse resgatado, provavelmente teria morrido por alguma infecção grave ou teria sido devorado vivo pelas larvas”, explica Stefani Rodrigues.

Cachorrinho Scooby após ser banhado e tosado
Cachorrinho Scooby após ser banhado e tosado Crédito: ONG Anjos da Proteção Animal/Reprodução
Segundo a ativista, nesta sexta-feira, 28, será iniciado um novo ciclo de exames para avaliar a saúde de Scooby, com testes para calazar, cinomose e outros exames laboratoriais essenciais.

A ONG Anjos da Proteção Animal (APA) está arrecadando doações para ajudar a cobrir os custos do tratamento veterinário de Scooby, bem como alimentação e tratamento médico para outros 600 animais acolhidos pela instituição.

Ajuda

A avaliação veterinária confirmou anemia, infestação por larvas, carrapatos e nódulos de sangue na pele do cão. Para ajudar o Scooby e demais animais atendidos pela ONG: @apa_fortaleza


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