O programa “Meu Celular” recuperou 7,2 mil aparelhos no Ceará desde a sua implementação em abril do ano passado. O balanço foi divulgado nessa terça-feira, 15, pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), Roberto Sá, no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), em Fortaleza.
Desde o início do programa, o Ceará registrou uma redução de 4.800 roubos e 1.700 furtos de aparelhos. Os dados mostram, conforme o titular da SSPDS, uma queda de 21% nos roubos e 10,2% nos furtos em comparação a março do ano passado e abril de 2023. "A gente entende que ele está sendo extremamente exitoso", disse Sá.
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Se comparados os anos de 2023, quando o programa ainda não estava em prática, e 2024, primeiro ano de atividades, o roubos de celulares caiu cerca de 15% em todo o Estado, saindo de 22.850 para 19.362 delitos.
Nos furtos, o comparativo entre os dois anos apresenta declínio de 7,4% no Estado, com 16.234 crimes em 2023 e 15.030 em 2024. Em Fortaleza, as quedas de roubo e furto no período foram de respectivamente 13,8% e 8,3%.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), Márcio Gutierrez, o programa teve um impacto também na conscientização na hora de adquirir aparelhos celulares. “Esse programa, além de combater os crimes de roubos e furtos de celulares e a cadeia de receptação desses aparelhos, estimula o cidadão e a cidadã a comprar melhor, a verificar se o produto tem uma rastreabilidade, se o vendedor é de confiança", destaca.
Ainda segundo delegado, é essencial o registro de boletim de ocorrência diante dos crimes, visto que as informações coletadas auxiliam a Polícia Civil na investigação e recuperação dos dispositivos, além de gerar dados para operações de combate à receptação, considerada um motor para crimes mais graves.
A plataforma funciona a partir do cadastro de informações sobre o telefone na plataforma do programa. Uma vez registrado, o proprietário pode emitir um aviso à SSPDS, que, em posse desses dados, poderá identificar o telefone em futuras apreensões e devolvê-lo ao dono.
A empresária Natália Teixeira, 35, recuperou dois aparelhos celulares roubados após um assalto em sua empresa em 2022. “Fiquei muito aliviada porque a sensação de ter algo seu de volta é impagável. Eu já tinha dado como perdido. É uma satisfação e felicidade receber o que é seu de volta”, comenta.
Vítima de assalto a mão armada em 2022, o motorista por aplicativo Francisco Nacélio do Nascimento Ferreira, 38, relata que perdeu o celular durante o desembarque de um passageiro. “Dois indivíduos chegaram na hora do desembarque e pegaram meu celular”, disse.
O motorista disse que, no primeiro momento, a suspeita era que a notificação da Polícia Civil para recuperar o aparelho era golpe. “Eu fiquei na dúvida, aí depois que eu fui verificar que era verdade. Por um tempo assim já tinha dado o celular por perdido, mas fico feliz por ter recuperado hoje”, comenta Nacélio.
Um novo lote de 355 celulares está sendo devolvido pela Polícia Civil do Ceará. Nessa terça-feira, 15, foram 200 telefones entregues aos respectivos donos no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), bairro Aeroporto, em Fotaleza.
Outros 155 aparelhos restantes serão entregues a partir de quarta-feira, 16, também na sede dos órgãos de segurança do Estado. As devoluções ocorrem mediante aviso prévio feito pela SSPDS aos proprietários por meio de mensagem telefônica.
Segundo a pasta da Segurança, mais de 37.800 aparelhos já foram inseridos por seus usuários na plataforma do Meu Celular. O cadastro pode ser realizado através do site do programa.
A última leva de entregas havia ocorrido no mês de fevereiro, quando mais de 100 celulares foram devolvidos paulatinamente em lotes de 200 aparelhos ao longo do mês.
Para realizar o cadastro, o usuário deve criar um perfil no site meucelular.sspds.ce.gov.br, fornecendo dados pessoais, a marca, modelo, IMEI e, caso ainda possua, a nota fiscal do aparelho adquirido ou já utilizado.
Em situações de roubo, furto ou extravio, o usuário deve acessar a plataforma e registrar a ocorrência, clicando em um alerta que ativa a restrição do aparelho. O alerta é inicialmente pré-ativado por 72 horas, indicado pela cor laranja.
Para que o alerta seja efetivado, o usuário precisa formalizar um Boletim de Ocorrência (BO), incluindo o IMEI do dispositivo. Após a formalização, o alerta muda para a cor vermelha e permanece assim até a recuperação do aparelho. (Colaborou Kleber Carvalho)
Atualizada às 13h23min