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Ceará tem a 2ª maior taxa de pessoas vivendo em rua pavimentada
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Ceará tem a 2ª maior taxa de pessoas vivendo em rua pavimentada

Dado é do Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme levantamento, o estado cearense tem 88% da população morando em vias do tipo
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ESTUDO considerou vias pelo menos 50% pavimentadas com concreto, paralelepípedos ou outros materiais (Foto: THAÍS MESQUITA)
Foto: THAÍS MESQUITA ESTUDO considerou vias pelo menos 50% pavimentadas com concreto, paralelepípedos ou outros materiais

Um total de 88% da população no Ceará morava em vias pavimentadas em 2022. Índice é o segundo maior entre os estados do Nordeste, conforme "Censo Demográfico: características urbanísticas do entorno dos domicílios", do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nessa quinta-feira, 17.

De acordo com levantamento, as cinco unidades federativas da região nordestina com o maior percentual são: Sergipe (89,9%), Ceará (88%), Bahia (84,1%) e Paraíba (79,2%).

O balanço considera a população que vive em vias pavimentadas em áreas urbanas, em zonas rurais com características urbanas, em setores especiais como favelas e comunidades urbanas, além dos povos e comunidades tradicionais indígenas. Foram considerados trechos com mais de 50% de pavimentação.

“Nós englobando diferentes tipos de revestimento, como concreto, paralelepípedos e os chamados 'pés de moleque', comuns em cidades históricas”, explica Maikon Novaes, pesquisador do IBGE.

No resultado geral, o balanço mostra que em todo o Brasil cerca de 154,1 milhões de moradores (88,5%) moravam em vias pavimentadas no ano de 2022, enquanto 19,5 milhões viviam em vias não pavimentadas. Os cinco maiores percentuais do Brasil foram registrados nos estados de: São Paulo (96%), Minas Gerais (95,3%), Distrito Federal (94,2%), Goiás (94%) e Espirito Santo (91,3%).

Levantamento também apresenta dados por município. Em relação ao Ceará, das 184 cidades do Estado, 33 (ou 17,9%) têm proporções de moradores vivendo em vias pavimentadas inferiores a 77%, que é o índice da Região Norte e a menor média entre as regiões do País.

As cidades cearenses que apresentaram a maior proporção de moradores em vias pavimentadas são: Pacujá (99,8%), Graça (99,8%) e Ararendá (99,4%). Todas elas registraram índices superiores à média estadual (88,0%).

Entre aqueles municípios mais populosos, os destaques são as áreas de concentração urbana de Sobral (96,7%), Juazeiro do Norte (91,0%) e Fortaleza (90,7%). Já entre os municípios com as menores proporções de moradores vivendo em vias pavimentadas destacam-se Russas (49,8%), Umari (51,6%) e Jijoca de Jericoacoara (55,2%).

Segundo IBGE, a pavimentação é fundamental para garantir segurança, durabilidade, mobilidade de veículos, acesso a serviços e o desenvolvimento socioeconômico, principalmente no transporte de cargas.

Em nota encaminhada ao O POVO, a Superintendência de Obras Públicas (SOP) explica que uma série de convênios são realizados com as prefeituras municipais para garantir a execução de obras de pavimentação, "sejam asfálticas, em pedra tosca ou paralelepípedo".

"O órgão ressalta ainda a importância do Programa Sinalize, atualmente em fase de reformulação, criado em 2019 com objetivo de implementar ruas municipais mais seguras, com boa pavimentação e sinalização vertical e horizontal, melhorando consideravelmente a infraestrutura dos municípios e, consequentemente, a segurança viária e a qualidade de vida dos cearenses", destaca. 

"A SOP entende que realizar essas obras garante melhorias para comunidades antes isoladas ou com acesso precário, facilitando a disponibilidade de serviços essenciais, além de garantir o escoamento produtivo, o fortalecimento das atividades comerciais e o desenvolvimento socioeconômico do estado", completa pasta.

Municípios com Maiores Proporções de Moradores em Vias com Pavimentação no Ceará (Censo 2022)

  • Pacujá (CE) – 99,8%
  • Graça (CE) – 99,8%
  • Ararendá (CE) – 99,4%
  • Uruoca (CE) – 98,9%
  • Martinópole (CE) – 98,9%
  • Jaguaretama (CE) – 98,8%
  • Farias Brito (CE) – 98,2%
  • Meruoca (CE) – 98,1%
  • Granjeiro (CE) – 97,7%
  • Pacoti (CE) – 97,6%

Municípios com menores Proporções de Moradores em Vias com Pavimentação no Ceará (Censo 2022):

  • Russas (CE) – 49,8%
  • Umari (CE) – 51,6%
  • Jijoca de Jericoacoara (CE) – 55,2%
  • Ocara (CE) – 55,4%
  • Beberibe (CE) – 55,9%
  • Aquiraz (CE) – 59,6%
  • Itaiçaba (CE) – 59,6%
  • Morada Nova (CE) – 63,9%
  • Mulungu (CE) – 64,2%
  • Palhano (CE) – 64,2%
  • Barro (CE) – 65,6%

Com a repórter Lara Vieira

Ceará é o 3º estado do Brasil com mais pessoas vivendo em trechos com sinalização para bicicletas

A pesquisa também apontou que 3,2% das pessoas que viviam no Ceará em 2022 moravam em vias com alguma sinalização para o trânsito de bicicletas, como ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas. Unidade federativa aparece em terceiro lugar entre os estados brasileiros. 

Estudo considera tanto sinalizações verticais (como placas em postes) quanto horizontais (como pinturas na pista), em faixas exclusivas ou em calçadas compartilhadas.

No ranking nacional, os maiores índices foram: Santa Catarina (5,2%), Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%), Rio de Janeiro (2,5%), Espírito Santo (2,5%) e São Paulo (2,2%).

Levantamento também mostra dados por concentração urbana, que são arranjos populacionais acima de 100 mil habitantes ou a junção de municípios isolados de mesmo porte populacional.

Nessa categoria, Fortaleza aparece em sexto lugar, ao lado de Rio Claro (SP), com 5,5% dos moradores vivendo em vias com algum tipo de sinalização para o trânsito de bicicleta.

No entanto, o balanço destaca que de forma geral os percentuais das unidades federativas "foram significativamente baixos, revelando que a infraestrutura das vias no País ainda é muito direcionada para veículos automotores".

Para se ter uma ideia, em 3.012 (54,1%) das cidades do Brasil não foi identificada via sinalizada para bicicletas. O que significa que mais da metade dos municípios brasileiros não têm a sinalização desse equipamento urbano.

Com a repórter Lara Vieira

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