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Em Fortaleza, a procissão do Senhor Morto ressignifica o martírio de Cristo
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Em Fortaleza, a procissão do Senhor Morto ressignifica o martírio de Cristo

| Sexta-Feira Santa | No segundo dia do tríduo pascal, católicos se encontraram na Catedral de Fortaleza para transformar o sofrimento de Jesus
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Movimentação de fiéis na Procissão de Senhor Morto, que saiu da Catedral Metropolitana de Fortaleza (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Movimentação de fiéis na Procissão de Senhor Morto, que saiu da Catedral Metropolitana de Fortaleza

Passava das 17 horas quando a multidão de fiéis na Catedral Metropolitana de Fortaleza seguiu em procissão com a imagem do Senhor Morto, meditando o ponto alto da fé católica com a paixão e morte de Jesus Cristo. Os sinos foram substituídos pelo som abafado da matraca, os louvores deram lugar ao silêncio e à oração, que se transformaram nas lágrimas de emoção dos presentes.

O ritual da Sexta-Feira da Paixão iniciou às 15 horas em ponto, com as leituras, o salmo responsorial, o anúncio da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, as orações universais, a adoração da cruz — momento da celebração na qual os fiéis reverenciam o lenho da cruz em sinal de respeito — e a comunhão. 

O momento, que marca o segundo dia do tríduo pascal, foi presidido pelo arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão, e contou com a presença de padres e demais membros do clero arquidiocesano.

Multidão participa de Procissão do Senhor Morto nesta sexta-feira santa; veja imagens

A caminhada com as imagens do Senhor Morto e de Nossa Senhora das Dores, passou pelas ruas e avenidas Alberto Nepomuceno, Rufino de Alencar, Dom Manuel, Costa Barros e São José, retornando para a Praça da Sé. No caminho, os fiéis rezaram o terço da divina misericórdia com contemplações em cada mistério.

Daiane Almeida, de 32 anos, relata que participar do momento é vivenciar a maior prova de amor de Deus para com a humanidade.

"Ao mesmo tempo que é um dia que celebramos a memória de uma grande dor, é um momento de esperança pois somos todos muito amados. É o centro da nossa fé. Então nada mais justo que participar com fé deste momento de tamanha memória de amor, porque tudo o que ele viveu foi por nós", disse Daiane Almeida.

Durante o trajeto, todos os fiéis com seus terços na mãos com a oração "pela sua dolorosa paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro". Uma delas, dona Valdeni Vasconcelos, de 77 anos, que ouvia atentamente o que os sacerdotes meditaram nos mistérios do terço da misericórdia.

Ela conta que todos os anos se faz presente na celebração e que se emociona. "Seria bom se todos participassem, porque é muito bonito, vale a pena viver as coisas de Deus. Todas as vezes que eu peço eu alcanço a minha graça, apesar de tudo, é um momento único. Saio daqui com a minha fé mais que fortalecida, saio daqui renovada, bem leve porque sinto que Jesus e Nossa Senhora perto de mim", contou
Valdeni Vasconcelos.

Até mesmo quem não estava na caminhada se emocionou com a passagem das imagens. Pessoas nos carros tiravam fotos e faziam suas preces com esperança, os que estavam em casa "se benzem" e se colocavam em posição de respeito e observavam o rito.

A caminhada contou com o apoio da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania de Fortaleza, que liberou as vias para que as pessoas pudessem participar com segurança da contemplação até o retorno à Catedral. A Polícia Militar do Ceará também estava no local.

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