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"Era um homem que não tinha medo", diz dom Gregório Paixão sobre papa Francisco
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"Era um homem que não tinha medo", diz dom Gregório Paixão sobre papa Francisco

Arcebispo de Fortaleza destacou a forma destemida como o papa falava sobre populações marginalizadas, imigrantes e povos em guerra
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FORTALEZA-CE, BRASIL, 21.04.2025: Coletiva com Dom Gregório Paixão, arcebisbo de Fortaleza, sobre a morte do papa Francisco.  (Foto: Fabio Lima/ OPOVO) (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA FORTALEZA-CE, BRASIL, 21.04.2025: Coletiva com Dom Gregório Paixão, arcebisbo de Fortaleza, sobre a morte do papa Francisco. (Foto: Fabio Lima/ OPOVO)

O arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza, dom Gregório Paixão, relembrou o legado, as principais mensagens de fé e os momentos em que esteve com o papa Francisco, durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 21. A notícia da morte do pontífice foi recebida com espanto.

“Tenho certeza que nenhum de nós estava preparado para a notícia que recebemos hoje pela manhã. Recebi a notícia muito cedo, fiquei realmente assustado porque depois que ele saiu do hospital, embora soubéssemos do estado de saúde, tínhamos uma expectativa muito grande de que o papa pudesse dar saltos novos”, afirmou.

Papa Francisco deixou mensagem de amor e esperança

Para dom Gregório, o grande legado do papa foi dialogar e “despertar na igreja uma grande alegria", seguindo os pilares do amor, da misericórdia e da esperança.

“Ele era um homem feliz, alegre, nem sempre compreendido por todos, mas alguém que tinha essa capacidade de nos transmitir essa profunda alegria do contato que tinha com Deus e com os irmãos”, disse.

Ao mesmo tempo, o arcebispo destacou a característica destemida do papa, que pedia compaixão por pobres, marginalizados, imigrantes e povos em guerra.

“Era um homem que não tinha medo. Uma pessoa que até o fim falou contra as guerras que temos, contra a fome, a marginalidade e contra tantos outros temas que ele sempre nos alertava, dizendo: ‘primeiro precisamos conhecer o outro, depois nos aproximar do outro, depois abraçar pela nossa vida esse irmão, e finalmente compreender como podemos ajudar’”, relembra.

A atitude de usar os últimos dias de vida para servir à Igreja Católica e pregar o evangelho, estando presente nas celebrações de Páscoa, também foi um exemplo para dom Gregório. “É um testemunho de quem, apesar de tanta idade, foi capaz de nos mostrar a beleza de quando a nossa vida se torna serviço. Foi isso que ele fez o tempo todo”, disse.

Luto jubiloso em homenagem ao papa

Durante os próximos sete dias, as igrejas que fazem parte da Arquidiocese de Fortaleza devem realizar missas em sufrágio da alma do papa Francisco. Nesta segunda-feira, 21, os sinos serão tocados às 18 horas em todos os templos, por orientação de dom Gregório.

O arcebispo pediu para que os fiéis realizem um “luto jubiloso” durante o período pascoal. Ele orienta que o luto seja vivido de forma intensa, mas “com o coração cheio de esperança”.

“Como nós cremos na vida, na vida de Jesus, a gente também quer que essa passagem seja vista pela alegria de saber que um irmão conseguiu, na sua trajetória, aquilo que seria o final glorioso da nossa existência: contemplar a Deus face a face”, afirmou.

Para ele, é um sinal de Deus que o papa tenha falecido na segunda-feira logo após a Páscoa. “É um luto, mas é um luto festivo”, disse.

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