O arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza, dom Gregório Paixão, relembrou o legado, as principais mensagens de fé e os momentos em que esteve com o papa Francisco, durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 21. A notícia da morte do pontífice foi recebida com espanto.
“Tenho certeza que nenhum de nós estava preparado para a notícia que recebemos hoje pela manhã. Recebi a notícia muito cedo, fiquei realmente assustado porque depois que ele saiu do hospital, embora soubéssemos do estado de saúde, tínhamos uma expectativa muito grande de que o papa pudesse dar saltos novos”, afirmou.
Para dom Gregório, o grande legado do papa foi dialogar e “despertar na igreja uma grande alegria", seguindo os pilares do amor, da misericórdia e da esperança.
“Ele era um homem feliz, alegre, nem sempre compreendido por todos, mas alguém que tinha essa capacidade de nos transmitir essa profunda alegria do contato que tinha com Deus e com os irmãos”, disse.
Ao mesmo tempo, o arcebispo destacou a característica destemida do papa, que pedia compaixão por pobres, marginalizados, imigrantes e povos em guerra.
“Era um homem que não tinha medo. Uma pessoa que até o fim falou contra as guerras que temos, contra a fome, a marginalidade e contra tantos outros temas que ele sempre nos alertava, dizendo: ‘primeiro precisamos conhecer o outro, depois nos aproximar do outro, depois abraçar pela nossa vida esse irmão, e finalmente compreender como podemos ajudar’”, relembra.
A atitude de usar os últimos dias de vida para servir à Igreja Católica e pregar o evangelho, estando presente nas celebrações de Páscoa, também foi um exemplo para dom Gregório. “É um testemunho de quem, apesar de tanta idade, foi capaz de nos mostrar a beleza de quando a nossa vida se torna serviço. Foi isso que ele fez o tempo todo”, disse.
Durante os próximos sete dias, as igrejas que fazem parte da Arquidiocese de Fortaleza devem realizar missas em sufrágio da alma do papa Francisco. Nesta segunda-feira, 21, os sinos serão tocados às 18 horas em todos os templos, por orientação de dom Gregório.
O arcebispo pediu para que os fiéis realizem um “luto jubiloso” durante o período pascoal. Ele orienta que o luto seja vivido de forma intensa, mas “com o coração cheio de esperança”.
“Como nós cremos na vida, na vida de Jesus, a gente também quer que essa passagem seja vista pela alegria de saber que um irmão conseguiu, na sua trajetória, aquilo que seria o final glorioso da nossa existência: contemplar a Deus face a face”, afirmou.
Para ele, é um sinal de Deus que o papa tenha falecido na segunda-feira logo após a Páscoa. “É um luto, mas é um luto festivo”, disse.