A Polícia Civil do Ceará (PC-CE), por meio da operação "Nocaute", prendeu 12 pessoas que seriam integrantes das organizações criminosas Comando Vermelho (CV), de origem carioca, e Guardiões do Estado (GDE), de origem cearense. Prisões ocorreram na manhã dessa terça-feira, 22, no município de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), e em Fortaleza. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), no bairro Aeroporto.
Entre as capturas, está um homem que seria líder do CV, identificado como Francisco Jean Carlos Nogueira Sales, que seria o comandante do tráfico de drogas no bairro Vila União, na Capital. A companheira dele, identificada apenas como “Milena”, também foi presa. Os alvos foram acusados pelos crimes de tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo e por integrar organização criminosa.
Das 12 pessoas presas, dez se encontravam em liberdade e duas estavam reclusas no sistema prisional. Ao todo, foram oito pessoas do CV e quatro da GDE.
Outras duas mulheres também foram presas, sendo uma também companheira de um dos alvos presos, identificada como “Vivian”, e outra que atuava para um dos presos que se encontra recluso. As três ajudavam na comercialização ilegal das drogas, segundo informou a PCCE.
As investigações apontam que há um duelo entre organizações pelo domínio do tráfico de drogas no bairro Vila União. Foram identificadas, por exemplo, ameaças da facção de origem cearense à de origem carioca por meio de ligações telefônicas com objetivo de dominar o tráfico no bairro Vila União, área que concentra atuação do CV.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Thiago Salgado, Francisco Jean teria assumido esse posto de liderança da organização criminosa de origem carioca para atuar no local, e que também vinha atuando em outros bairros de Fortaleza, como Quintino Cunha.
Ainda segundo o delegado, com o homem houve apreensão de drogas e materiais para o comércio ilegal dos entorpecentes.
“Ele foi autuado por tráfico de drogas e foi apreendido crack, cocaína, maconha, balança de precisão e diversos outros apetrechos. Ficou demonstrado o que a investigação já apontava, que ele de fato gerenciava o tráfico de drogas naquela localidade”, afirma o titular da Draco.
A confirmação de que os alvos são integrantes do GDE foi feita pelo delegado, que explicou que essa identificação ocorreu por meio da exposição dos alvos nas redes sociais. "Vários vídeos e fotos ostentando arma de fogo, fazendo símbolo de facção. Então, ficou demonstrado que eles seriam integrantes desse grupo criminoso”, disse Thiago Salgado.
As investigações que resultaram na prisão dos 12 criminosos foram iniciadas em 2023 no município de Maracanaú. Na época, foram registrados relatos de ameaças a policiais militares por faccionados da fação Guardiões do Estado (GDE).
Embora o vínculo direto das ameaças não tenha sido comprovado, a investigação revelou uma extensa rede criminosa com foco no tráfico de drogas da organização criminosa GDE, chegando ao núcleos do CV, resultando na prisão da lideranças e demais integrantes.
“Não ficou comprovado ao longo da investigação esse vínculo dessas ameaças com esses policiais, mas acabou que foi possível descobrir toda essa rede, essa teia criminosa desses indivíduos que estavam traficando drogas em prol de grupos criminosos com atuação no nosso estado”, disse o delegado Thiago.
Além da prisão, a operação apreendeu drogas, entre elas maconha, crack e cocaína, dois veículos, celulares e no bloqueio judicial de contas bancárias dos investigados, totalizando um montante potencial de até R$ 5 milhões. Os alvos foram levados à unidade especializada, onde foram colocados à disposição da Justiça.