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Uece: candidatos realizam 1ª fase de provas para 2.258 vagas
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Uece: candidatos realizam 1ª fase de provas para 2.258 vagas

|VESTIBULAR| Com 14 mil inscritos, manhã de provas foi realizada na Capital e em nove campi no Interior
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CANDIDATOS acessam no campus do Itaperi, maior local de provas do vestibular da Uece (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS CANDIDATOS acessam no campus do Itaperi, maior local de provas do vestibular da Uece

Acompanhados por suas mães, avós, por outros familiares e conhecidos, ou mesmo desacompanhados, os candidatos inscritos no Vestibular 2025.2 da Universidade Estadual do Ceará (Uece) compareceram na manhã deste domingo, 27, nos locais de prova pré-indicados para a primeira fase do exame.

Com a alta procura por uma vaga na universidade pública,o nervosismo era bem aparente entre os presentes. Pequenas aglomerações se formavam na entrada do principal local de prova (que recebe o maior número de candidatos), o Campus do Itaperi, localizado no bairro homônimo.

Segundo a Comissão Executiva do Vestibular (CEV), 14.165 candidatos deverão tentar as 1.224 vagas disponibilizadas para os cursos de Fortaleza e 1.034 vagas para os cursos das unidades da Uece no Interior.

Foram inscritos para a disputa 11.871 candidatos para a unidade de Fortaleza e 2.294 para as unidades da Uece nos municípios de Aracati, Canindé, Crateús, Limoeiro do Norte, Iguatu, Itapipoca, Tauá, Quixadá e Quixeramobim.

Até o fechamento desta edição, não haviam sido disponibilizadas informações sobre o número de candidatos que compareceram ao exame. Nem houve divulgação de incidentes nos locais de prova.

A primeira fase consta de prova de conhecimentos gerais, de múltipla escolha com quatro alternativas, com 85 questões valendo cada uma dois pontos.

LEIA MAIS | Primeira fase do vestibular da Uece ocorre neste domingo, 27

Nesta fase inicial, a prova é realizada em um único dia, das 9h às 13 horas. Devido ao receio de atrasar, muitos candidatos chegaram bem cedo acompanhados dos parentes. 

A aposentada Iraci Nascimento, 76 anos, foi com a filha Luzinete Nascimento, 45 anos, acompanhar a neta Maria Isadora Freire, 17 anos, no segundo vestibular dela.

"O nosso pensamento é querer que ela cresça. Porque ela é muito esforçada. A gente não tem chance de pagar uma faculdade para ela, porque não pode. Somos pobres. Aí a gente vem tentar, né? Vai que dá certo. Estou aqui na torcida", diz Iraci, a avó da candidata e, na expectativa da família, futura estudante de graduação.

Luzinete conta que Isadora estuda em uma escola pública e trabalha na condição de jovem aprendiz. Depois de prestar o primeiro vestibular, nessa segunda tentativa, a jovem Isadora prefere esconder qual curso deseja realizar na Uece.

 

"Ela disse: 'Eu vou ficar bem caladinha que agora a segunda vez vai ser surpresa, vai dar tudo certo'. É, tanto que ela não vai dizer nem para nós", fala Luzinete.

"Os pais estão aqui para acompanhar os filhos, para dar apoio e vibrar por eles", opina a contadora Rosangela Macedo, 47 anos. Rosangela veio de São Luís, capital do Maranhão, com a filha Rafaela Macedo, 19 anos, que sonha cursar a graduação em Medicina.

Elas se hospedaram em uma pousada nas proximidades da universidade, localizada no Itaperi, e chegaram às 7h35min no local de prova. "Foi tranquilo vir porque a gente veio cedo. A gente se programou para sair de casa cedo, pegar o Uber cedo. Então, foi bem tranquilo", explica Rosangela.

Maria Rejane, 45 anos, também ficou hospedada com a filha Cícera Rafaela, 17 anos, em uma pousada perto da Uece. Elas vieram de Juazeiro do Norte, na região do Cariri Cearense, distante 491 km da Capital, para Rafaela fazer a avaliação e disputar uma vaga na graduação em medicina.

"Vale a pena tentar, né? Não custa nada. Ela me pediu: 'Mainha, deixa eu fazer essa prova'. E a gente não diz um 'não' para os filhos da gente. Imagina nessa parte, dos estudos. Aí estamos aqui", conta Maria.

A mãe explica que a jovem tem uma rotina exaustiva de estudos e que é aluna do terceiro ano do ensino médio, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), do Campus de Juazeiro do Norte.

Enquanto esperava Cícera Rafaela realizar o primeiro vestibular, Maria rezava pela filha com um terço nas mãos.

"Estou rezando, pedindo a Deus que ilumine a mente dela, porque ela está muito nervosa. Ela já veio chorando da pousada até aqui. Então, eu comecei a rezar o rosário, pedindo a Nossa Senhora para acalmar o coraçãozinho dela para ela poder relaxar e conseguir fazer a prova", diz Maria Rejane.

A filha de Maria Rejane e os outros candidatos que compareceram ao certame realizaram provas distribuídas em disciplinas de três áreas de conhecimentos: Ciências Humanas (Filosofia, Geografia, História e Sociologia); Ciências da Natureza e Matemática (Biologia, Física, Matemática e Química); Linguagens e Códigos (Educação Física, Língua Estrangeira e Língua Portuguesa).

As candidatas que sonham cursar Medicina

Ana Luiza, 20 anos, que prefere não falar o sobrenome, também foi disputar uma vaga na graduação em Medicina na Uece, com as amigas e colegas de cursinho, Raíra Rebeca, 22 anos, e Sara Campelo, 20 anos.

Há três anos, Ana Luiza estuda em um cursinho particular para conseguir uma vaga na almejada graduação nas universidades públicas. As três jovens tentam o vestibular na Uece pelo terceiro ano consecutivo.

Ana veio da cidade de Russas, distante 165 quilômetros de Fortaleza, e explica que os primeiros anos de preparação para o vestibular são os mais difíceis: "Nos outros anos a gente já vai se acostumando com o ritmo, mas a gente sempre anseia pelo fim. No início é mais difícil. É porque eu vim do Interior, lá a gente não tem tanta base, então nos deparamos com um choque de realidade. Então, o mais difícil é se adaptar".

 

A amiga de Ana, Raíra Rebeca, explica que controlar as emoções é importante para a realização da prova - pois a ansiedade e o nervosismo podem prejudicar na hora da avaliação.

"Hoje estou um pouco mais tranquila. É uma questão de só confiar porque às vezes quando a gente fica mais nervosa, a gente pode acabar perdendo uma questão, essas coisas. O importante é relaxar", diz Raíra Rebeca, que está no quarto ano de cursinho.

Com relação à expectativa da realização do vestibular, Raíra comenta: "Espero entregar o melhor possível hoje. Espero que a gente entregue tudo que estudamos nesses últimos anos. Estamos em uma caminhada árdua no cursinho, mas a gente espera que dê certo".

Assista vídeos sobre o assunto no YouTube do O POVO: 

 

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