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Fortaleza e Caucaia registram queda de 79,1% nas notificações de dengue em 2025
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Fortaleza e Caucaia registram queda de 79,1% nas notificações de dengue em 2025

Entre os dias 5 e 9 de maio, 180 agentes de combate a endemias devem visitar 14.125 imóveis nas duas cidades; iniciativa faz parte da Operação Fronteira, realizada em parceria entre as prefeituras de Fortaleza e Caucaia
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AÇÕES preventivas contra arboviroses da Operação Fronteira  (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal AÇÕES preventivas contra arboviroses da Operação Fronteira

Visando ampliar as ações preventivas contra arboviroses, a Prefeitura de Fortaleza anunciou o início da Operação Fronteira, em parceria com a Prefeitura de Caucaia. A iniciativa, promovida entre os dias 5 e 9 de maio, realiza visitas domiciliares, ações educativas e intervenções de controle vetorial em 14.125 imóveis localizados em áreas limítrofes entre os dois municípios.

Entre janeiro e abril de 2025, Fortaleza notificou 1.648 casos suspeitos de dengue, dos quais 81 foram confirmados, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foram registradas 52 notificações.

Nos quatro primeiros meses de 2024, foram notificados 7.890 casos suspeitos em Fortaleza e 250 em Caucaia. Os valores de 2025 representam uma queda de cerca de 79% nas duas cidades.

Segundo o coordenador de Vigilância em Saúde de Fortaleza, Josete Malheiro, a redução no número de notificações representa uma tranquilidade epidemiológica, mas que a vigilância deve continuar.

“Nós não tivemos ainda, pelo menos que se tenha notícia, nenhuma complicação, nenhum caso grave e nenhuma evolução para óbito. A gente considera que é um período assim, digamos, de certa tranquilidade epidemiológica. Nós não podemos nunca celebrar isso como algo alvissareiro, porque a zoonose, de uma hora para outra, explode e descontrola”, alerta.

Além dos casos de dengue, a operação também busca ampliar o combate a outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a zika e chikungunya. Até abril deste ano, Fortaleza registrou 132 casos suspeitos de chikungunya, com 10 confirmações. Não houve casos confirmados de zika neste ano, conforme a SMS.

Em Caucaia, foram notificados quatro casos prováveis de chikungunya, conforme dados do Ministério da Saúde. O valor representa uma redução de 90,1% em relação aos 42 casos notificados no mesmo período do ano passado. Em 2024 e 2025, não foram notificados casos de zika no município.

Segundo o diretor de vigilância em Saúde de Caucaia, Adriano de Souza, a integração de ação entre os dois municípios é importante para garantir que os índices de notificações sejam reduzidos nas duas localidades, que são tão próximas. Ele alerta ainda para os desafios enfrentados pelo município no combate às arboviroses.

“O mosquito já evoluiu, ganhou mais duas doenças de transmissão e a gente continua na mesma questão, que é exatamente o acúmulo de lixo, as ruas em locais que não são permitidos. Nós temos a coleta tradicionalmente, mas a população insiste em colocar entulhos em locais impróprios. Dentro das nossas residências, a gente esquece de fazer a limpeza do quintal, tirar entulhos, tirar garrafas ou objetos que nós não estamos utilizando e também da própria educação ambiental”, ressalta.

Agentes de combate a endemias orientam moradores sobre o combate às arboviroses

Ao todo, 120 agentes de combate a endemias (ACEs) de Fortaleza e 60 agentes de Caucaia devem participar da mobilização. Em Fortaleza, a operação vai visitar 10.125 imóveis, orientando aproximadamente 25.266 moradores.

Em Caucaia, serão cerca de quatro mil imóveis e 13 mil pessoas visitadas nos bairros Parque Albano, Conjunto São Miguel, Parque Guadalajara e Marechal Rondon.

A casa da lavadeira aposentada, Francisca Medeiros, de 79 anos, foi uma das que recebeu visita dos agentes. Emocionada, ela relembrou dos momentos difíceis que enfrentou há seis anos, quando foi acometida pelas três principais arboviroses em um curto período de tempo.

“Eu morro de medo, porque eu já tive dengue, zika e chikungunya tudo de uma vez só. Quase que morri. Daí para cá, eu tomei cuidado e não tive mais”, conta.

Na sua rotina, ela passou a higienizar mais cuidadosamente os ambientes e garantir que não tenha recipientes propícios para o acúmulo das larvas do mosquito. Sorridente, faz questão de receber os agentes de combate a endemias e tirar suas dúvidas.

“É importante se cuidar, porque se a gente adoece, ninguém pode comprar remédio; vai chegando e não tem médico, no posto não tem ninguém. Assim, a gente tendo cuidado em casa é melhor”, explica.

Além das visitas, a operação conta com atividades como eliminação de focos do mosquito, aplicação de larvicidas, ação química espacial e residual, desratização e abordagens educativas orientando a população sobre os cuidados

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