Uma operação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), deflagrada na manhã de ontem, 9, prendeu um ex-lutador do UFC suspeito de fornecer armas e munições para a facção criminosa Comando Vermelho (CV), em Fortaleza.
Identificado como José Willamy Oliveira Freire, conhecido como "Chiquerim", é Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o que facilitava a aquisição do material de forma legal e repassava ao grupo. O ex-lutador também é presidente da Federação Cearense de Muay Thai e reconhecido no meio das artes maciais em Fortaleza.
Além dele, mais quatro pessoas foram presas na operação. As capturas aconteceram nos bairros Cajazeiras e Centro, na Capital.
Eles são suspeitos de envolvimento no esquema criminoso da facção, sendo um deles outro CAC, outro era um dos líderes do CV no bairro Cajazeiras, conhecido como "Caroço", e outros dois membros da organização que auxiliavam o líder através de roubo, tráfico e homicídios.
A liderança do bairro Cajazeiras seria um dos braços do líder do CV no bairro Pirambu, o Skidum, que está foragido no Rio de Janeiro. A investigação revelou que o suspeito recebia ordens e seria a ligação com Skidum.
"Recebe as ordens e as as executa aqui em Fortaleza. Na prática, é tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e na defesa do território", disse o delegado Carlos Kléber, do Departamento de Inteligência da Capital.
Além dos presos, outras sete pessoas suspeitas de envolvimento no esquema foram submetidas à instalação de tornozeleiras eletrônicas para monitoramento, e foi determinado o bloqueio de R$ 50 milhões nas contas dos investigados."
Conforme a investigação, o envolvimento do ex-lutador com a facção foi identificado a partir de extratos bancários entre o líder do CV e Chiquerim.
Também foi identificado que o lutador adquiriu mais de 10 mil munições e pelo menos de dez a 15 armas em um ano, levantando a suspeita do fornecimento do material à organização criminosa.
Conforme o delegado Carlos Kléber, os CACs têm uma maior facilidade em adquirir armas de fogo através do procedimento legal. "Alguns CACs passaram a utilizar essa facilidade para vender munições e emprestar as armas de fogo para as facções criminosas", disse.
Ainda segundo o delegado, nessa investigação que mirou a rede do CV, por se tratar da mesma organização com atuação na AIS 7 (Cajazeiras) e AIS 8 (Pirambu), há suspeita de que essas munições e armas poderiam ser utilizadas também nos ataques que estão sendo registrados no Grande Pirambu.
O armamento apreendido, além das munições, vão passar por um exame pericial para saber se há ligação com as munições e com as cápsulas que são coletadas em locais de crime em Fortaleza. Com as confirmações, os suspeitos também podem responder por crimes de homicídios.
Entre o material apreendido, estão pistolas, revólveres, rifles, espingardas, carabinas e diversas munições, além de R$ 120 mil em espécie. A maioria do material foi apreendido junto com o ex-lutador no bairro Cajazeiras.
Os suspeitos serão indiciados por integrar organização criminosa, tráfico de drogas e de extorsão. As capturas aconteceram por meio de agentes do 13º Distrito Policial, com apoio da Cooordenadoria de Operações Especiais (Core).
Atualizada às 16h06min