De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 43,3% das mulheres estavam em postos de trabalho informais em 2022. A situação complica a possibilidade da amamentação ser feita de forma contínua, segundo o pediatra e escritor Moises Chencinski, que participou do 18º Congresso Cearense de Pediatria.
A licença-maternidade prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de quatro meses. Desta maneira, compromete a decisão do alimento exclusivo do recém-nascido ser do leite materno até os 6 meses de idade. "A conta não fecha", lamenta. A ausência do vínculo empregatício por conta da informalidade não assegura a dispensa por conta da gravidez.
Na esteira disso, o projeto de lei 1654/19 assegura o direito das mães de amamentar em local público ou privado aberto ao público ou de uso coletivo sem sofrer qualquer impedimento. O médico questiona a cultura controversa por, ao mesmo tempo, promover o Carnaval em mostrar seios, e condenar a amamentação em áreas livres.
O especialista defende que as políticas públicas protejam a puérpera. "O leite materno é alimento vivo", define Chencinski. Assim sendo, cada formação é gerada de forma personalizada do corpo da mãe para seu respectivo filho.
Logo, cria-se uma relação de intimidade. Durante a conversa, ele cita "o contato pele a pele, olho a olho" como um benefício. Por outro lado, não incentiva a condenação das progenitoras que não conseguem produzir. "Devem ser respeitadas e acolhidas. Uma mãe que não amamenta não significa que não ame o filho", sustenta.
Portanto, garante que o vínculo de ligação será estabelecido em outro aspecto. Além disso, a não amamentação por questões de impossibilidade de produção não é indicativa de desenvolver-se um progênito sem saúde.
O aleitamento materno é defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). "É o primeiro aporte de anticorpos".