A adolescência é marcada não só pela mudança de comportamento, mas também por transformações físicas. Segundo os próprios adolescentes, inseguranças, baixa autoestima, medos e vergonha os acompanharam durante a readaptação ao convívio social.
"Até um tempo desses, existiam alunos usando máscara com vergonha de mostrar o rosto. O excesso de comparação, a baixa autoestima e a distorção de imagem foram um desafio para muitos de nós, e continua sendo. A gente cresceu vendo pessoas de todo o mundo", afirma Luana Sales, de 16 anos.
Já para Ana Carvalho, também de 16 anos, essa distorção de imagem é fruto do uso excessivo das redes sociais, incentivado pela sociedade atual.
"É criada a figura de uma pessoa perfeita, e as outras pessoas se projetam nessa figura. Não é nada saudável, porque você não se aceita como é — começa a se projetar em uma idealização. Você acaba querendo mudar por completo para agradar às pessoas", desabafa.
Para ela, é preciso entender que ter autoestima é essencial para o processo de socialização e para o desenvolvimento de novas amizades.
Lorena Barbosa, psicóloga e orientadora educacional, afirma que hoje existe uma dificuldade em compreender o que é real e o que é virtual. Segundo ela, há muitas comparações entre os jovens, o que leva a inúmeras frustrações.
"A gente sabe que as redes sociais mentem. Existe uma padronização e uma perda da autenticidade do indivíduo. Nessa fase, eles imaginam que suas experiências devem ser sempre muito semelhantes às dos outros, e acabam perdendo a própria identidade", esclarece.
Para a especialista, na adolescência há uma busca intensa por pertencimento. Dificuldades na socialização são comuns e, quando os jovens se restringem às telas dos celulares, acabam se tornando solitários.