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Cuidados e mitos
Ciência e Saúde

Cuidados e mitos

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A epilepsia é conhecida desde a antiguidade. Relatos na medicina ayurvédica datam de até 4500 a.C. e, na Grécia Antiga, era considerada uma "doença sagrada", associada à divindade ou possessão.

O seu nome, inclusive, tem origem grega e significa "algo que vem de cima e abate pessoas", "surpresa" ou "evento inesperado". Essa etimologia já reflete a antiga crença de que as convulsões eram causadas por forças sobrenaturais, ou algo que ocorria de forma repentina e inesperada.

Hoje, apesar dos avanços científicos, o estigma associado à epilepsia ainda é um obstáculo sério. Para a neuropediatra Cristine Aguiar, esse preconceito ainda ocorre por causa de mitos persistentes na população.

"É uma condição crônica que possui impacto biopsicossocial para os indivíduos e seus familiares, por ser muito estigmatizada pela sociedade, o que muitas vezes é mais prejudicial do que a própria doença
em si", afirma.

Ela explica que o maior mito existente é o de que ao entrar em contato com a saliva de pacientes a doença é transmitida, além de relacionar a pessoa a uma deficiência intelectual.

"A epilepsia é um transtorno neurológico causado por alterações de ondas cerebrais, não é uma doença que reduz o intelecto ou contagiosa, não se pega pelo ar ou por contato. Um outro mito é o de puxar a língua de quem está tendo crise, e isso não é indicado; basta colocá-lo em decúbito lateral", afirma.

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