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A internet tá on: Ceará é líder em conexões no Nordeste
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A internet tá on: Ceará é líder em conexões no Nordeste

| Desenvolvimento | Índice Brasileiro de Conectividade aponta o Estado como o de melhor indicador na Região e demonstra potencial de expansão e atratividade de novos negócios
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AMONTADA, CEARÁ,  BRASIL- 23.04.2024: Stefane Magalhães. Qualidade de conectividade de internet na zona rural no interior do ceará. Localidade de Recanto (Foto: Aurélio Alves (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES AMONTADA, CEARÁ, BRASIL- 23.04.2024: Stefane Magalhães. Qualidade de conectividade de internet na zona rural no interior do ceará. Localidade de Recanto (Foto: Aurélio Alves

"Um copo d'água e a senha do wi-fi não se nega a ninguém", já decreta o ditado popular moderno. No Ceará, ele é dito da Capital ao Interior sem cerimônia, uma vez que o Estado ostenta a posição de mais conectado do Nordeste, segundo levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Na escala de zero a cem do Índice Brasileiro de Conectividade (IBC), o Ceará apresenta 59,06 pontos - marca que o coloca ainda como o 12º do ranking nacional que tem Distrito Federal (95,24), Santa Catarina (87,35) e São Paulo (84,42) no pódio.

O IBC, explica a Anatel, "considera a conectividade como alta quando superior a 60,81, como média entre 52,33 e 60,81, como baixa entre 37,26 e 52,33 e como muito baixa quando inferior a 37,26."

A classificação, na prática, demonstra o quanto investimentos no setor lograram sucesso e, hoje, são sinônimo de desenvolvimento e atração de novos negócios, aponta o professor Ildo Ramos, do curso de Tecnologia da Informação da Estácio no Ceará.

Ele destaca os componentes do IBC como essenciais para se entender o mercado de telecomunicações local, algo estratégico tanto para as empresas que estão interessadas em investir aqui quanto para os poderes públicos montarem suas políticas de incentivo ao setor.

Pontos fortes x pontos fracos

Os elementos considerados pela Anatel na composição do Índice incluem:

  • densidade de acessos móveis de telefonia móvel: número de acessos de telefonia móvel dividida pela população, ponderada pela tecnologia do acesso (2G, 3G, 4G e 5G);
  • densidade de acessos de banda larga fixa: número de acessos de banda larga fixa dividida pela população, ponderada por faixa de velocidade máxima contratada;
  • percentual da população coberta por telefonia móvel;
  • adensamento de estações: quantidade de estações rádio base (ERB) por 10.000 habitantes;
  • existência de backhaul de fibra ótica nas respectivas localidades;
  • grau de competitividade de banda larga fixa, medido pelo inverso do índice de Herfindahl–Hirschman (HHI) - uma medida da concentração do mercado e da concorrência entre os participantes no mercado; e
  • grau de competitividade de telefonia móvel, medido pelo inverso do índice de Herfindahl–Hirschman (HHI).

Alguns deles, especialmente o backhaul Liga o núcleo da rede e as redes periféricas de fibra óptica de fibra óptica do Ceará, contam com uma infraestrutura reconhecida nacionalmente e são motivo daquele ditado do copo d'água e da senha de wi-fi ser uma máxima nas mais distantes comunidades cearenses.

Formada por uma rede idealizada pelo Estado, o Cinturão Digital, e mais os backhauls das grandes empresas de telecom, a fibra óptica no Ceará se tornou o principal canal de conexão especialmente quando os pequenos provedores de internet foram estimulados e tomaram conta do mercado local.

No entanto, quando o assunto é densidade de acessos móveis 4G e 5G e a cobertura pelas estações rádio-base, o Estado sofre da mesma deficiência observada na maioria da região Nordeste: apagões de conectividade fora dos centros urbanos das cidades.

Preparado para o futuro

No entanto, reforça o professor Ildo Ramos, o Ceará tem plena capacidade de aproveitar as oportunidades que surgem como o aumento da conectividade, seja ela provocada pelo governo ou pelos investidores privados.

Perguntado se a mão de obra formada pelas instituições locais e as empresas em atividade no Estado são capazes de usufruir do potencial que um maior acesso à internet ou à tecnologia como um todo proporciona, Ramos assegura que os profissionais cearenses são referência e cobiçados pelos estrangeiros e aponta indústrias e serviços como aptos a se desenvolverem mais se atentos ao mercado de telecom.

Qualidade deve ser cobrada

“O que precisa, não somente dos governos, mas também das próprias empresas, é demonstrar melhor qualidade dos serviços prestados”, alerta, citando o caso de praças públicas onde foram instaladas redes wi-fi e do sinal das operadoras como um todo.

Desta vez, ele aponta para os usuários como os únicos agentes aptos para esta tarefa de atestar e reclamar por uma melhor qualidade. Órgãos de defesa do consumidor e a Anatel possuem canais próprios para tal missão e os quais são baliza para rankings e investimentos na área.

Usados da devida forma, esses indicadores podem resultar em melhores programas de estímulo à conexão por parte dos governos, leilões de novas tecnologias mais arrojados à realidade e como ferramentas de orientação pelas de empresas para serem mais assertivas na prestação do serviço.

Afinal, as possibilidades de desenvolvimento econômico se mostram amplas ao observar o mercado de telecom e governo e setor produtivo demonstram interesse na exploração cada vez maior nesta frente.

 

 

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