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De capinador à CEO de empresa que impacta mais de 600 pessoas
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De capinador à CEO de empresa que impacta mais de 600 pessoas

Desde sempre, tinha o sonho de mexer com computadores. Porém, sua trajetória mundo da tecnologia começou em torno de 2009, quando abriu a sua própria lan house
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Fortaleza, CE, BR 02.01.25  Dois dedos de prosa com Edvaldo Couto, pequeno empresário do ramo de Telecomunicações    (FCO FONTENELE/O POVO) (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Fortaleza, CE, BR 02.01.25 Dois dedos de prosa com Edvaldo Couto, pequeno empresário do ramo de Telecomunicações (FCO FONTENELE/O POVO)

Professor de violão, integrante de banda de forró, capinador: Edvaldo Couto, de 46 anos, já passou por diversas funções até conseguir abrir o seu próprio negócio de telecomunicação, que contempla mais de 600 clientes, a LNET Telecom. 

Desde sempre, tinha o sonho de mexer com computadores. Porém, sua trajetória mundo da tecnologia começou em torno de 2009, quando abriu a sua própria lan house. Nesse sentido, começou a oferecer serviços para a comunidade, pois era o único que tinha internet. Logo depois, os vizinhos começaram a sugerir que ele vendesse a internet para que todos acessassem da própria casa. 

Inicialmente, Edvaldo se mostrou hesitante devido a questões de legalidade, mas, após descobrir que havia a possibilidade de documentação com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), decidiu investir.

Para financiar os equipamentos da empresa, no entanto, como as torres de transmissão, precisou pedir um no Banco do Nordeste (BNB), por meio do Crediamigo. De lá para cá, o negócio só cresceu.

Atualmente, possui três empresas: uma de internet, outra de prestação de serviços em tecnologia e, também, uma de revenda de material de internet, como fibra ótica, conectores e roteadores.

Além disso, em novembro de 2024, foi reconhecido no IX Prêmio Banco do Nordeste de Microfinanças, na categoria de empreendedorismo socioambiental do Crediamigo, por causa dos seus investimentos em energia solar.

Ao O POVO, Edvaldo Couto conta sua trajetória, desafios do setor, reconhecimentos, assim como a importância do crédito para expandir o empreendimento.

O POVO - Como foi essa transição da lan house para a empresa de telecomunicação?

Edvaldo Couto - Eu comecei a fazer esses serviços para a comunidade com a lan house. Só eu tinha internet. Um dia, recebi a visita de um amigo e ele falou: 'Você tem internet demais, cara. Por que não vende para os seus vizinhos?'. De início, fiquei com receio, pensei que podia ser irregular. Logo depois, fui atrás da Anatel para regulamentar, pedi empréstimo no BNB e implementei duas torres em Caucaia: uma no bairro de Camará e outra em Capuan. 

O POVO - E o acesso à internet? Como era na época?

Edvaldo Couto - Era muito escasso, não era todo mundo que tinha. A necessidade era muito grande, aí comecei a levar para as casas. Hoje eu até tenho cliente que está comigo desde o começo. Inclusive, estou fazendo um vídeo dos clientes que têm 10 anos comigo.

O POVO - Como foi esse processo de adaptação? Para lidar com as demandas de um setor tão competitivo?

Edvaldo Couto - Assim, eu tenho esse lado de estar conversando com meus clientes. O meu cliente indica outro cliente e eu não fico tentando desmerecer ninguém, dizendo: 'Ei, aquilo não presta, não. A minha é melhor.' Eu quero que as pessoas vão lá no Google e pesquisem qual é a melhor. [...] É um trabalho de formiguinha, visitando os clientes, conversando pelo telefone. Isso faz a diferença. É o meu diferencial para me destacar no meio de tanta gente que entra no mercado.

O POVO - Quais conhecimentos que você adquiriu na sua trajetória foram importantes para entrar nesse setor de telecomunicação?

Edvaldo Couto - Na época da lan house, eu queria entender o que era internet. Então eu comecei a estudar no YouTube, que me ajudou demais. [...] Hoje, eu cuido da parte do marketing da empresa e tudo isso consegui aprender pela internet. Mas desde o começo, o meu propósito mesmo era ser uma das pessoas reconhecidas por marketing. Então eu estudo bastante essa área porque o meu propósito é abrir uma empresa de publicidade. A internet entrou como uma necessidade da comunidade.

O POVO - E agora planeja seguir para o mercado de publicidade? 

Edvaldo Couto - Isso. Estou estudando agora como agregar a publicidade dentro da empresa de internet. Eu quero me especializar nisso, ser diferenciado no mercado aqui de Caucaia.

O POVO - Como o Crediamigo ajudou a alavancar o seu negócio?

Edvaldo Couto - Para mim, que trabalho com rotatividade, colocando equipamentos para estoque, ajuda muito. Até porque os juros são baixos. Inclusive, nunca parei de fazer empréstimo desde que consegui o primeiro.

O POVO - De que forma você enxerga o futuro do setor de telecomunicações no Brasil?

Edvaldo Couto - Pronto, eu vejo o seguinte: no futuro, as empresas estão se afunilando para uma só, no máximo duas ou três, como acontece na Europa. Eu acho que esse é um sistema que o governo pretende implementar. Por isso, eu também não fico me iludindo, achando que vou sobreviver para sempre com isso. A gente tem que ser realista. 

O POVO - Recentemente, você também ganhou a categoria de empreendedorismo social ambiental no BNB, certo? Como se relaciona com o seu trabalho?

Edvaldo Couto - A gente optou por colocar painéis solares na empresa para ter uma energia independente. Então, eu já coloquei porque tenho a pretensão de trabalhar com energia solar. Este ano é que a gente vai engatar, já está sendo planejado o terreno e tudo. Só que, na empresa, a gente já usa em tempo real. Por exemplo, as máquinas são alimentadas por energia solar. Tem o banco de baterias e a gente ainda fornece para a concessionária para reduzir os custos dos outros imóveis.

O POVO - Para você, qual a importância de ganhar esse prêmio?

Edvaldo Couto - Para mim, é um reconhecimento único. Porque eu me considero um cliente excelente. Eu não atraso. E, se eu atrasar, eu justifico lá. Eu entro em contato com o banco. Então, assim... para mim, foi muito válido esse prêmio. É de uma importância, não para as pessoas que estão vendo, mas pelo fato de o banco estar me vendo. E isso, queira ou não queira, pesa no meu currículo, dá para as pessoas avaliarem a minha pessoa no mercado, como eu sou, como é que eu trabalho. 

O POVO - Qual o impacto que você acredita que a sua empresa tem na sociedade?

Edvaldo Couto - O impacto maior que eu percebo, e que acho mais próximo, é nas pessoas que ajudo diretamente, mensalmente. Eu acredito que essas famílias dependem de mim. Se eu abandonasse hoje, estaria abandonando 10 famílias. Mas, em relação às outras famílias que hoje utilizam meu serviço, eu não posso simplesmente ficar chateado e desligar o serviço, porque estaria prejudicando uma cadeia de pessoas. Então, se a gente parar para pensar, somos muito necessários na comunidade, funcionando a todo vapor 24 horas. Eu me sinto necessário para que essas pessoas possam levar suas vidas cotidianas normalmente. Para elas, é só mais um dia após o outro. mas, se o serviço for desligado, o impacto seria imediato para todas elas. 

 

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