A APM Terminals Pecém espera superar o recorde de operação do último ano e projeta uma movimentação de 305 mil contêineres no Porto do Pecém em 2024. Braço da dinamarquesa Maersk na operação logística de apoio aos navios de carga, a empresa é a principal operadora do terminal cearense, no qual atua há 22 anos.
O número projetado para este ano representa uma expansão de 7,7% sobre os 283 mil contêineres operados pela empresa no Pecém no último ano - o melhor resultado da empresa até então -, segundo contabiliza Marcelo Gurgel Carvalho, executivo de vendas da empresa.
"A gente espera continuar trabalhando forte no Pecém, continuar crescendo nesse ritmo. A gente fincou nossa bandeira no Pecém e quer perpetuar nossa existência lá. Estamos trabalhando com o próprio complexo para a atração de novas indústrias e novas linhas de navegação", afirmou.
A empresa conta com três linhas de longo curso. Uma semanal para Nova York (EUA) e outros cinco portos da Costa Leste e mais dois serviços da MSC que conecta à Europa, parte Norte e Mediterrâneo.
"A gente consegue conectar todo o mundo. Se não for direto daqui, vai via porto de Santos para transbordo", ressaltou.
Carvalho ressalta que a variação de cargas transportadas pela empresa é grande, mas destaca calçados e frutas entre os maiores. Ele ainda comenta que a movimentação de frutas frescas "já foi muito mais representativa, inclusive, começou no Pecém", e cita o crescimento de 612% entre 2009 e 2023, neste tipo de carga.
"A gente cresce a uma taxa de 25% a 26% e o mercado da fruta não cresceu com esse vigor e foi perdendo representatividade. Mas é uma importante carga para nós, gira em torno de 10 mil contêineres de 283 mil contêineres movimentados no ano passado", detalha.
Já quando o assunto é importação, o executivo de vendas da APM Terminals Pecém aponta para pescados, painéis solares, bobinas de aço e até algodão, a depender do preço internacional.
Perguntado sobre o principal gargalo do setor portuário atualmente, ele aponta para a concentração de negócios no Sul e Sudeste do País. "Hoje, o nosso problema no Brasil é a concentração de cargas nos portos do Sul e do Sudeste. Temos muitas cargas que descem do Norte e do Nordeste para os portos do Sul e Sudeste e congestionam ainda mais a movimentação lá. Isso poderia ser feito aqui e no Porto do Pecém, por exemplo."
Carvalho dá como exemplo o algodão que sai da região entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - conhecida como Matopiba - um tipo de carga que poderia ser movimentada pelo porto cearense ao invés de ir para o Sul para ir para Europa e Ásia.
O escoamento, sugere, pode ser feito pela linha sazonal para a Europa e uma semanal para os Estados Unidos há mais de dez anos.
Com Samuel Pimentel
Porte
A APM Terminals tem 22 anos de Pecém, 500 empregados e conta com três guindastes, 15 caminhões e carretas e 4 empilhadeiras para a operação de cargas no terminal cearense