Nos quatro primeiros meses do ano, o GLP, mais conhecido como gás de cozinha e utilizado em quase todos os domicílios, manteve uma constância no preço médio no Ceará, caindo de R$ 104,13 para R$ 100,07.
É o que mostra a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), levando em consideração as últimas semanas de janeiro a abril de 2024.
De acordo com o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, o combustível está em uma etapa de estabilização por causa do mercado internacional.
"Isso ocorre devido à situação do gás e de outros derivados no mercado internacional. Houve uma redução no preço dos combustíveis de 5% no mercado internacional, e esse efeito reflete no preço do gás de cozinha, apresentando também um movimento de baixa na expectativa."
Além disso, o consultor reforça que, a menos que algo mude no mercado internacional, como o confronto entre Rússia e Ucrânia, ou questões no Oriente Médio, a tendência é que os valores não tenham muitas alterações pelos próximos meses.
Outro ponto revelado pela pesquisa da ANP é a variação entre os preços registrados no Estado. Isso porque a menor quantia encontrada foi de R$ 84,99 enquanto a maior foi de R$ 117, o que representa uma variação de cerca de 37%.
Segundo Bruno Iughetti, a diferença entre os estabelecimentos se dá porque os valores que chegam ao consumidor não são regulados e os revendedores podem aplicar quanto acharem necessário.
"Isso tem muito a ver com as condições de mercado de cada um, considerando a disponibilidade e a formação de preços, que podem ser completamente diferentes. É isso que causa essa diferença entre o mercado no interior e na capital, por exemplo."
Ainda conforme o levantamento, o gás de cozinha em Fortaleza teve uma queda considerável em relação ao que era aplicado no começo do ano. O valor médio caiu de R$ 111 em janeiro para R$ 98,06 em abril.
Para essa questão, o consultor explica que, com a redução dos custos de logística, houve um equilíbrio nos estoques e um atendimento adequado ao mercado.
"Isso tem a ver com a capacidade de armazenamento onde são depositados os volumes de gás, que agora estão em um nível de qualidade melhor porque o estoque na grande Fortaleza tem sido satisfatório. Ao contrário dos meses anteriores, quando havia problemas de abastecimento, afetando consequentemente o preço do gás."
Por causa das questões logísticas, Bruno Iughetti revela que, em tese, o preço na capital é para ser mais atrativo do que no interior do Estado.
"Não há uma matemática correta, mas a lógica diz que o preço na capital seja mais competitivo do que no interior, devido ao fator frete, que influencia a cadeia de abastecimento."