O volume de vendas do comércio varejista cearense teve alta de 9,1% no acumulado de 2024 se considerar de janeiro a março.
Porém, na passagem dos meses de fevereiro para março o faturamento foi 0,1% menor no Estado.
E no acumulado dos últimos 12 meses o cenário foi positivo, com elevação de 8,4%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 8 de maio, por meio da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este estudo mostra ainda que no confronto de igual mês do ano passado o varejo foi 8,8% melhor.
Quando se olha para o comércio varejista ampliado, que agrega também atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o resultado foi 1,2% negativo na passagem de fevereiro para março.
Já na comparação com março de 2023, houve alta de 2,8%.
Em março, nas vendas do varejo que avançaram 8,8% em relação a igual período do ano passado, cinco segmentos apresentaram crescimento.
Os resultados positivos foram para outros artigos de uso pessoal e doméstico (29,6%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (16,5%); hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,2%); combustíveis e lubrificantes (9,1%); e livros, jornais, revistas e papelaria (1%).
Recuos foram registrados em três das oito atividades da PMC: tecidos, vestuário e calçados (-7,7%); móveis e eletrodomésticos (-0,2%); e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,8%).
Já no comércio varejista ampliado houve alta em material de construção (2,8%), mas quedas no atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,8%); e veículos e motos, partes e peças apresentou alta de 11,1%.
O volume de vendas do comércio varejista brasileiro ficou estável em março de 2024 (0,0%), na comparação com fevereiro, quando registrou alta de 1,0%. A média móvel subiu 1,2% no trimestre concluído em março. Em relação ao mesmo mês de 2023, o crescimento do varejo alcançou 5,7%.
No acumulado do ano, as vendas avançaram 5,9%, mas nos últimos 12 meses, a elevação é de 2,5%.
A PMC indicou, ainda, que, no comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, houve queda de 0,3% em março.
No entanto, se comparado com março de 2023, o recuo ficou em 1,5%.
Sete das oito atividades do varejo pesquisadas apresentaram resultado negativo.
Apesar disso, segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, quatro delas ficaram estáveis estatisticamente entre 0% e -0,5%. “Contando o varejo ampliado, foram cinco de dez”, disse texto publicado pelo IBGE.
A maior queda do mês ficou com o grupamento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que recuou 8,7% em relação a fevereiro.
O gerente da pesquisa observou que esse grupo vinha de uma base mais alta, especialmente conquistada em janeiro.
O novo momento de valorização do dólar foi um movimento que contribuiu para o resultado.
“É algo muito influente nesse setor por conta das importações. Sempre que o dólar sobe em relação ao real, naturalmente há um aumento de preços que acaba afugentando a demanda neste grupo", indicou.
O setor de móveis e eletrodomésticos registrou a segunda maior queda (-2,4%).
O grupamento apresentava resultados positivos nos últimos meses, ao contrário do desempenho do ano passado, quando a crise de lojas de departamentos, que reduziu lojas físicas de grandes cadeias, influenciou as atividades.
“Como o setor teve um Natal menos intenso, acabou apostando no aumento de promoções, o que fortaleceu as vendas de janeiro e fevereiro. Com essa base mais alta, em março a pesquisa registrou esse rebatimento”, disse.
As outras quedas foram notadas nos grupamentos livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%) e combustíveis e lubrificantes (-0,6%).
Já entre os que tiveram taxa negativa, mas ficaram estatisticamente estáveis, estão os setores de tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%).
O único a registrar alta em março (1,4%) foi o setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria.
A atividade foi a terceira com mais peso na pesquisa do IBGE e, com isso, o crescimento do grupo contribuiu para a estabilidade e compensou as quedas em atividades com menos influência.
“Além disso, é um crescimento em cima de uma alta ainda mais forte em fevereiro. E com a diferença: é um resultado mais ancorado em higiene pessoal, como cosméticos e perfumaria, do que em saúde e produtos farmacêuticos, como aconteceu em fevereiro”, observou.
Em relação a março de 2023, as vendas no varejo cresceram 5,7% se comparadas ao mesmo período do ano passado.
Houve queda em cinco das oito atividades: livros, jornais, revistas e papelaria (-16,2%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-12,4%), combustíveis e lubrificantes (-4,9%), móveis e eletrodomésticos (-4,0%) e tecidos, vestuário e calçados (-0,9%).
Em movimento contrário, os setores de outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (11,4%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,6%) apresentaram alta.
O setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou o oitavo mês consecutivo de resultado positivo nesta comparação.
A atividade foi a principal influência no indicador: 4,6 pp (pontos percentuais) do total de 5,7%.
Outro desempenho favorável é o do grupo de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que - por 13 meses consecutivos - registra avanços na mesma comparação.
A última queda foi em fevereiro de 2023 (-0,5%). “A alta de março contribuiu em 1,2 pp para o total do varejo, segunda maior influência no campo positivo para o mês de março”, indicou o IBGE.
No comércio varejista ampliado no Brasil, o segmento material de construção teve queda de 9,4% e o de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo de 23,0%.
Em comportamento diferente, a atividade de veículos e motos, partes e peças cresceu 1,8% em igual comparação.
A pesquisa mostrou, ainda, que 16 das 27 unidades da federação (Ufs) tiveram resultados positivos na comparação de março de 2024 com fevereiro.
Os mais representativos foram Sergipe (3,7%), Bahia (3,1%) e Rio Grande do Sul (2,1%).
Entre as 11 unidades que tiveram taxas negativas, os destaques foram Mato Grosso (-11,2%), Pará (-2,6%) e Tocantins (-1,4%). (Com Agência Brasil)
Conforme o IBGE, a PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.
Iniciada em 1995, ela traz resultados mensais da variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e comércio varejista ampliado (automóveis e materiais de construção) para o Brasil e Unidades da Federação.
Os resultados podem ser consultados no Sidra. A próxima divulgação da PMC, com os resultados para abril de 2024, será em 13 de junho.