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Estação de reúso de água e tratamento é inaugurada em polo industrial na RMF
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Estação de reúso de água e tratamento é inaugurada em polo industrial na RMF

|HORIZONTE E PACAJUS| Iniciativa surge a partir de parceria entre Vicunha Serviços e Cagece e envolve investimento de R$ 60 milhões
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INAUGURAÇÃO de estação de produção de água de reúso da Vicunha em parceria com a Cagece (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES INAUGURAÇÃO de estação de produção de água de reúso da Vicunha em parceria com a Cagece

O polo fabril de Horizonte e Pacajus vai contar a partir de agora com estações de produção de água de reúso e de tratamento de efluentes, com capacidade para reduzir em 90% o consumo hídrico das indústrias locais.

A inauguração do empreendimento foi realizada ontem, fruto de uma parceria entre a Vicunha Serviços, subsidiária do Grupo Vicunha, e a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que resultou na criação de uma terceira empresa, a VSA.

O investimento para construir as estações foi da ordem dos R$ 60 milhões, dos quais R$ 40 milhões foram custeados via financiamento do Banco do Nordeste (BNB). A obra envolveu ainda a construção de 40 km de canais artificiais em Horizonte e Aquiraz para permitir o tratamento do esgoto doméstico dos dois municípios, com fins de utilização do polo industrial.

A estação de produção de água de reúso, tem capacidade para produzir 60 mil litros por hora, volume que pode ser ampliado para 130 mil litros por hora. Já a estação de tratamento tem capacidade de purificar 50 mil litros de efluentes industriais por hora, podendo ampliar para 100 mil litros por hora. Na fase inicial do projeto, serão atendidas as necessidades hídricas e sanitárias da Vicunha Têxtil, da Vulcabras e da Santana Textiles.

O esgoto doméstico tratado é transferido por meio de uma emissário com 12 km de extensão a partir da Estação de Tratamento operada pela Cagece em Horizonte e os efluentes industriais tratados são despejados no Rio Pacoti, por meio de outro emissário, esse medindo 21 km de extensão.

A ideia é construir uma estrutura semelhante também no polo industrial de Maracanaú, onde a Vicunha também possui uma unidade fabril e expandir o projeto. O grupo tem fábricas ainda em Natal, além da cidade argentina de San Juan e da capital equatoriana, Quito.

Para o presidente da Vicunha, Marcos de Marchi, “a iniciativa é inédita no Ceará por tudo que ela traz de bom em termos ambientais e para a população”. O executivo destacou que o grupo se “orgulha” de ter sido um dos pioneiros em medir a pegada hídrica. “A Vicunha é dos produtores de jeans que tem o processo mais limpo, desde a geração de energia até a menor utilização de água e de algodão proveniente de cultura regenerativa”, exemplifica.

“A gente cultiva micro-organismos, fornece alguns nutrientes e esses micro-orgânicos dão conta de se alimentar da carga orgânica de poluição que vem desses efluentes industriais. O processo de alimentação vai gerando um lodo biológico, que é separado da água e água purificada pode ser devolvida para o meio ambiente”, explica, por sua vez, o diretor de operações da Vicunha Serviços, José Rinaldo de Maria, sobre a estação de tratamento.

Já o presidente da Cagece, Neuri Freitas, ressalta que com a estação de produção de água de reúso, “a Vicunha e as demais empresas beneficiadas não vão mais precisar utilizar água, por exemplo, dos açude Pacajus, Pacoti ou do próprio Castanhão, que tem todo o seu trajeto chegando aqui”. Ele acrescenta que a criação da nova empresa é também uma solução para conseguir mais recursos para investir em recursos hídricos e energia.

Presente à solenidade de inauguração, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, disse por fim que soluções do tipo são fundamentais para fazer frente ao problema das mudanças climáticas, evidenciado com a catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul.

“Nós passamos de uma fase de buscar responsáveis pelo problema para a de assumir que somos todos responsáveis por encontrar a solução e aqui foi encontrada uma solução que garante a atividade industrial convivendo com a natureza”, exaltou.

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