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Economia brasileira acelera crescimento no 1º trimestre com alta do setor de serviços
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Economia brasileira acelera crescimento no 1º trimestre com alta do setor de serviços

| PIB | Indicador avançou 0,8% em relação ao trimestre anterior e 2,5% ante igual trimestre de 2023. Com isso, cresce expectativa de que o País termine o ano como a 8ª maior economia do mundo
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O desempenho de Serviços, principalmente, o comércio varejista influenciaram no resultado do PIB (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS O desempenho de Serviços, principalmente, o comércio varejista influenciaram no resultado do PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil acelerou no primeiro trimestre e cresceu 0,8% ante os últimos três meses de 2023, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao primeiro trimestre de 2023, o avanço foi de 2,5%.

Do ponto de vista da produção, o resultado é puxado, sobretudo, pelo bom desempenho do setor de serviços, com alta de 1,4% ante o trimestre anterior e de 3% ante igual trimestre de 2023. Já sob a ótica da demanda chama atenção o crescimento do consumo das famílias com altas respectivas de 1,4% e 4,4%.

Brasil pode se tornar 8ª maior economia do mundo

Com isso, cresce a expectativa em relação às projeções feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de que o País chegará ao fim de 2024 com uma economia de US$ 2,331 trilhões.

Se este cenário se confirmar, o Brasil ultrapassará a Itália, cuja economia terá um tamanho de US$$ 2,328 trilhões, e será a 8ª maior economia do mundo. Em 2023, o Brasil voltou ao grupo das 10 maiores economias do planeta, ocupando a nona posição.

Ontem, ao comentar o resultado do PIB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou essa possibilidade como mais um indício de que a economia está no rumo certo.

"Outra boa notícia é que, segundo a previsão do FMI [Fundo Monetário Internacional], o Brasil subirá mais uma posição, chegando a 8º PIB mundial. Mais uma prova de que estamos no rumo certo", completou Lula, em seu perfil na rede social X.

O comunicado do Ministério da Fazenda destaca ainda que, dentre os países que compõem o G20 e que já divulgaram o resultado do PIB do período, o Brasil ocupa a 5ª colocação na margem, a 8ª colocação na comparação interanual e a 7ª melhor posição no acumulado em quatro trimestres. Turquia (2,4%), China (1,6%), Arábia Saudita (1,3%) e Coreia do Sul (1,3%) lideram o ranking na margem, com ajuste sazonal.

Na avaliação da coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, dentro do setor de serviços, algumas atividades se destacaram na alta do PIB ante o trimestre anterior, a exemplo do comércio varejista e os serviços pessoais (ligados ao crescimento do consumo das famílias), a atividade internet e desenvolvimento de sistemas (devido ao aumento dos investimentos e os serviços profissionais) e que transpassam à economia como um todo.

"Nesse trimestre tivemos um crescimento da economia totalmente baseado na demanda interna", completa.

Consumo das famílias

Ela aponta que o crescimento do consumo das famílias foi motivado pela melhoria do mercado de trabalho e pelas taxas de juros e de inflação mais baixas, além da continuidade dos programas governamentais de auxílio às famílias.

Pela leitura dos analistas, a atividade começou o ano mais forte do que o previsto, sobretudo em janeiro e fevereiro. No fim de 2023, o nível de atividade dava sinais de fraqueza. O IBGE revisou o desempenho do PIB no último trimestre do ano passado - houve uma queda de 0,1% (o número anterior era de estabilidade).

"É um crescimento um pouco melhor do que a gente estava imaginando (na virada do ano)", disse Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências, sobre o desempenho observado nos primeiros meses do ano.

Os economistas já vinham ajustando as previsões para o PIB de 2024 ao longo do primeiro trimestre. No primeiro relatório Focus do ano, por exemplo, os analistas consultados pelo Banco Central estimavam um crescimento de 1,59%. No divulgado na última segunda-feira, a projeção já estava em 2,05%. "Foi um resultado bom (do primeiro trimestre)", disse Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. (com Agência Estado)

 

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Apesar do bom início de ano, o desempenho da economia deve ser afetado pela tragédia no Rio Grande do Sul. Uma análise ainda preliminar da Tendências indica que o impacto das enchentes no Estado deve tirar 0,3 ponto do PIB brasileiro em 2024.

"Para o ano, estamos com uma projeção de (alta do PIB) de 1,8%. Se fosse apenas pelos dados do primeiro trimestre, revisaríamos o PIB positivamente, mas resolvemos não fazer a revisão por causa dos efeitos da tragédia", diz Alessandra.

O setor agropecuário, que no ano passado ajudou a alavancar a economia, não deve se repetir com a mesma força neste ano. O próprio avanço de 11,3% no PIB da agropecuária no primeiro trimestre de 2024 representa uma recuperação das perdas vistas nas lavouras no último trimestre de 2023, justificou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Não está sendo um ano muito bom para a agropecuária", resumiu Palis, reforçando a influência das enchentes no desempenho do setor.

Um outro entrave para o crescimento tem a ver com os juros, que tendem a seguir num patamar mais elevado. "Os dados de abril até foram positivos, mas, como tem a questão do Rio Grande do Sul, maio e junho serão afetados", diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.(Agência Estado)

O que influenciou o PIB

Comparativo em relação ao trimestre imediatamente anterior:

Sob a ótica da produção:
Agropecuária: 11,3%
Indústria: -0,1%
Serviços: 1,4%
PIB: 0,8%

Sob a ótica da demanda:
Consumo das famílias: 1,5%
Consumo da administração pública: 0%
Formação bruta de capital fixo: 4,1%
Exportação de bens e serviços: 0,2%
Importação: 6,5%
Comparativo em relação ao 1º trimestre de 2023:

Sob a ótica da produção:
Agropecuária: -3%
Indústria: 2,8%
Serviços: 3%
PIB: 2,5%

Sob a ótica da demanda:
Consumo das famílias: 4,4%
Consumo da administração pública: 2,6%
Formação bruta de capital fixo: 2,7%
Exportação de bens e serviços: 6,5%
Importação: 10,2%

Fonte: IBGE

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