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Galvani mira mercado da soja, com produção de fertilizantes no Ceará
Economia

Galvani mira mercado da soja, com produção de fertilizantes no Ceará

|MINA DE ITATAIA| Projeto de extração de minerais fosfatados em Santa Quitéria está em fase de análise de estudo e relatório de impacto ambiental pelo Ibama
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Diretor comercial da empresa, Jailton Andrade, falou com exclusividade ao O POVO, na PEC Nordeste (Foto: João Filho Tavares)
Foto: João Filho Tavares Diretor comercial da empresa, Jailton Andrade, falou com exclusividade ao O POVO, na PEC Nordeste

A Galvani deve mirar o mercado da soja, com a produção anual prevista de 1 milhão de toneladas de minerais fosfatados no Ceará. Os alvos da empresa incluem os estados do Mato Grosso e do Pará, bem como a região conhecida como Matopiba, que inclui Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

A afirmação é do diretor comercial da empresa, Jailton Andrade, que falou com exclusividade ao O POVO sobre os planos relativos à implantação de uma fábrica de fertilizantes no Ceará, a partir da exploração da mina de Itataia, em Santa Quitéria, rica também em urânio, a ser explorada pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB).

O projeto está em fase de análise do Estudo de impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A previsão da Galvani é de receber a licença prévia até o fim deste ano e começar as operações em meados de 2027.

“Seguramente, no futuro, a gente chegará a outros estados mais distantes, a partir dessa unidade no Ceará. Não só o Matopiba terá um grande abastecimento com o produto daqui, por ser um grande volume. Nós estamos falando de 1 milhão de toneladas de fosfatados que, em boa parte, vai para o mercado do Mato Grosso. Então, vai ter produto do Ceará saindo para abastecer os mercados do Mato Grosso, do Pará, dentre outros”, destacou Jailton Andrade.

Quanto ao mercado local, o diretor comercial da Galvani lembra que o consumo de fertilizantes no Ceará ainda é relativamente baixo, mas que tende a aumentar com o desenvolvimento do agronegócio no Estado. “É uma necessidade. Você precisa repor a fertilidade do solo. Muito do que se atribui hoje às secas é falta de fertilidade no solo. Então o fertilizante é uma necessidade e com a Galvani no futuro, instalada aqui, vocês terão esse produto aqui e de forma competitiva”, ressaltou.

“Não só fertilizante como também a principal matéria-prima para a produção de rações e sais minerais que é o fosfato bicálcico. Isso terá um apelo muito grande e será um atrativo muito grande para novas indústrias virem se instalar aqui no Ceará, porque a principal matéria-prima para produção desses produtos estará aqui”, acrescentou Andrade.

Ele também defendeu que a produção de fertilizantes pode recuperar áreas afetadas pelo processo de desertificação no Estado. “Os solos do Brasil são pobres em fósforo e é o que a gente vai produzir aqui e acompanhando o fósforo, vai o cálcio, o enxofre e os microelementos. Então, é um produto extremamente responsivo em áreas degradadas”, pontuou.

O diretor comercial da Galvani também apontou que a produção de fertilizantes também é estratégico para diminuir a dependência do Brasil à exportação desses produtos. “O Brasil é extremamente dependente do fertilizante importado. Hoje, o Brasil importa mais de 85% do que consome de fertilizante”, citou.

“Então, essa é uma pauta extremamente sensível porque fertilizante é alimento. A guerra na Ucrânia acabou despertando esse risco. Você pode ter problema sério de abastecimento. É pauta do governo, inclusive, a gente diminuir esse nível de dependência. A tensão diminuiu mas é latente”, avaliou Andrade.
“Esse projeto do Ceará está cada vez mais maduro, mais apto e é extremamente viável, que vai contribuir muito para a redução dessa dependência do Brasil”, concluiu.

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