As reformas de casas, apartamentos e outras edificações são responsáveis por 70% das vendas de material de construção no Ceará. A informação foi dada pelo presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Ceará (Acomac-CE), Carlito Lira, no último dia da Expoconstruir Nordeste 2024, 6ª edição da feira.
Embora não tenham sido divulgados os dados definitivos, a expectativa da organização era a de reunir 35 mil visitantes e gerar mais de R$ 400 milhões em negócios, em evento realizado entre os dias 18 e 21 de junho. “O comércio de material de construção tem a sua pujança porque 70% do que a gente vende hoje é derivado das reformas. Elas são o grande impulsionador das vendas do comércio de material de construção”, enfatizou Lira.
Além das reformas, o presidente da Acomac destacou os novos lançamentos como impulsionadores do crescimento das venda, especialmente de cimento, não apenas no Ceará, como também na região Nordeste, que ao lado do Norte, teve expansão significativa na comercialização do insumo em maio. “Crescemos 5,1% no Nordeste e isso mostra o seguinte: o incremento e a força do setor da construção. o Ceará certamente contribuiu, haja vista, as grandes obras que nós estamos tendo aqui, por exemplo, na área imobiliária, incluindo prédios com mais de 50 andares de altura”, destacou.
Apesar disso, Carlito Lira voltou a destacar a importância dos pequenos empreendimentos para o setor. “Quando a gente fala em compra de cimento, pensa em obra de infraestrutura, em construção de prédios e edificações, mas também existe o construtor ‘formiguinha’, que é o autoconstrutor. Ele é aquele que talvez mais consuma cimento no Brasil. É aquele que faz o seu puxadinho, que faz a sua autoconstrução. Então, isso dá uma demonstração que o crescimento da construção está em todos os níveis da sociedade”, comemorou.
Nacionalmente, as vendas de cimento tiveram queda de 5,6% no mês passado, puxada pelas retrações registradas nas regiões Sul (16,3%), Sudeste (6,6%) e Centro-Oeste (5,5%). Vale lembrar, que no caso do comércio sulista, maio foi marcado pelas enchentes históricas que devastaram centenas de municípios do Rio Grande do Sul. Por outro lado, a região Norte apresentou a maior alta no período analisado pelo Relatório Setorial da Industria de Cimento (SNIC), com avanço de 10,3% nas vendas.
Ele citou ainda a participação do setor de construção civil na composição do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A gente representa 12% do PIB brasileiro. “Poucos setores da economia brasileira têm essa representatividade. Então, a gente fica muito contente por Fortaleza estar sediando essa grande feira, que é a maior do Norte-Nordeste, e oportuniza conhecimento sobre tecnologias, ajudando a desenvolver o mercado da construção do Ceará, do Nordeste e do nosso País”, ressaltou.
A propósito para 2024, o presidente da Acomac projeta que o setor feche com números positivos na esfera nacional. “Mesmo tendo iniciado o primeiro semestre com alguns desafios, a gente vai fechar com números positivos, tanto na área do comércio de material de construção, quanto também no setor da construção civil. Mesmo com algumas dificuldades, a gente pode avançar”, pontuou. (Colaborou Révinna Nobre, Especial para O POVO)
Presença da mulher na construção civil se diversificou, diz executiva
Embora a percepção do senso comum ainda enxergue a mulher na construção civil atuando como arquiteta, a participação feminina nesse setor tem se diversificado. É o que constata a vice-presidente industrial e comercial da Cerbras, Mariana Mota.
“Hoje, as mulheres também estão no varejo e na indústria. Estão crescendo nesse sentido. Então, acho que é muito importante essa diversificação, porque a mulher tem uma visão diferente do homem. Eu acho que cada um tem um papel diferente e agrega em algo diferente. Essa evolução acho que está sendo muito positiva para o setor. E a gente está crescendo essa participação feminina no ano onde o setor está apresentando um crescimento em relação ao ano passado”, celebra.
Apesar disso, ela lembra das dificuldades que teve de enfrentar no segmento pelo simples fato de ser mulher. “Eu já atuo no setor da construção civil há 20 anos. Já passei por muitas situações realmente machistas. Já sofri muito com isso, mas vejo a evolução. Acho que a sociedade está evoluindo e que as empresas estão mais conscientes de que a mulher tem um papel importante no segmento. Eu acho que ela tem uma visão diferente que contribui muito e o próprio mercado está percebendo isso”, enfatiza.
Essa diversificação, contudo, não representa uma diminuição da representatividade feminina no mercado de arquitetura e decoração. "Nesse cenário, as mulheres têm se consolidado como agentes impulsionadores de mudanças e tendências, trilhando, ao longo da história, um caminho árduo para conquistar seu espaço nesse setor. Hoje, podemos celebrar conquistas importantes, mas ainda há muito a ser feito para garantir a plena equidade de gênero", pondera a executiva. (Colaborou Révinna Nobre/Especial para O POVO)
Mudança
Segundo o Boletim Econômico da Construção Civil, o 1º quadrimestre do ano passado foi o primeiro a registrar um número maior de mulheres que de homens entre as contratações do setor