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No Ceará, 36% dos bares e restaurantes tiveram prejuízo em maio
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No Ceará, 36% dos bares e restaurantes tiveram prejuízo em maio

|APESAR DE MELHORIA| Número de estabelecimentos do setor nessa situação reduziu em seis pontos percentuais na comparação com abril. Apenas 30% tiveram lucro
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PRESIDENTE da Abrasel no Ceará 
destaca a situaçao econômica do setor (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal PRESIDENTE da Abrasel no Ceará destaca a situaçao econômica do setor

O número de bares e restaurantes que registraram prejuízo caiu de 42% em abril para 36% em maio deste ano, conforme relatório sobre a situação econômica do setor de alimentação fora do lar.

O levantamento, feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE), aponta, contudo, que o percentual de empresas do segmento com lucro permaneceu abaixo de um terço do total, mais precisamente 30% em maio.

O resultado também aponta um ligeiro avanço do setor de alimentação fora do lar naquele mês frente a abril, quando o percentual era de apenas 27%. Já o número de empresas em equilíbrio, ou seja, que não tiveram nem prejuízo nem lucro, subiu de 31% para 34% no período analisado.

Os números foram apresentados pelo presidente da Abrasel-CE, Taiene Righetto, durante encontro empresarial do segmento, realizado em Fortaleza.

Na ocasião, ele também citou, com base na pesquisa, que 50% dos donos de bares e restaurantes no Ceará estão com dívidas em atraso. As três maiores fontes de dívidas para esses empreendedores são: os impostos federais (74%), os impostos estaduais (69%) e os empréstimos bancários (69%).

Outra dificuldade apresentada foi a de conseguir repassar os custos com a inflação para seus respectivos clientes. Segundo a pesquisa, 47% dos empresários do setor não conseguiram aumentar preços nos últimos 12 meses, 9 pontos percentuais acima do que foi registrado em abril. Outros 43% fizeram reajustes abaixo ou conforme a inflação. Apenas 10% dos empreendimentos fizeram aumentos acima da inflação.

Segundo Taiene Righetto, o primeiro semestre de 2024 não foi positivo para o setor no Ceará, de um modo geral. “Setenta por cento dos empreendimentos não está realizando lucro e não está conseguindo repassar o seu custo inflacionário, sendo que a inflação dos alimentos está acima da inflação média”, ressaltou o presidente da Abrasel-CE. “É um cenário que vem se repetindo ao longo do tempo e a gente vem alertando que uma hora isso vai se transformar em fechamento de portas”, acrescentou o dirigente da associação.

“Infelizmente, no primeiro semestre nós temos mais falências de bares e restaurantes do que no ano passado inteiro. Então, nós estamos sofrendo ainda uma consequência pós-pandemia em que é necessário que a sociedade e o poder público olhe para esse setor tão produtivo e tão importante para o País com um olhar diferente e entenda que a gente está pagando um preço, por um bem maior, que foi a necessidade de fechar as portas na época da pandemia, mas que a gente precisa agora de socorro”, afirmou.

“No Ceará, como um todo, a gente teve em 2023 um faturamento 15% abaixo do registrado em 2022 e o ano de 2024, com esses dados preliminares, não permite vislumbrar a recuperação dos problemas do setor. A gente acredita sempre que o segundo semestre seja melhor, porque no Ceará recebe muitos turistas vindo para cá na alta temporada. Isso vai ajudar a aliviar um pouco o que perdemos no primeiro semestre, que é sempre sofrido”, explicou.

Apesar dos desafios, o setor registrou expansão no número de estabelecimentos em comparação ao período pré-pandemia, quando o Estado possuía cerca de 20 mil bares e restaurantes. O número chegou a ser reduzido para 9 mil no pico da crise sanitária mundial, mas agora está em 50 mil, cerca de duas vezes e meia superior ao que foi registrado em 2019.

Durante a apresentação desse panorama a empresários, parceiros e fornecedores do setor, Righetto destacou também que a dificuldade em repassar o custo inflacionário ao consumidor vem do baixo patamar salarial do brasileiro, mas que há perspectiva para um aumento na renda média nacional anual de aproximadamente 150% nos próximos 20 anos.

“Hoje, o brasileiro ganha em média US$ 8 mil por ano, enquanto o consumidor dos Estados Unidos recebe dez vezes mais. Mas com os investimentos em infraestrutura, abundância em água e alimentos, a renda do brasileiro deve chegar a US$ 20 mil nas próximas duas décadas, o que terá impacto muito positivo para o nosso setor”, projetou.

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