O mercado de energia eólica aposta na regulamentação para usina em alto-mar, ou plantas industriais offshore. Hoje, no Ceará, são 25 pedidos de licença de construção junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que somam 64,1 GW, sendo que em todo o Nordeste são 48 projetos que somam 109,8 GW.
Em número de projetos e potencial energético, o Estado somente perde para o Rio Grande do Sul, com 27 pedidos de licenciamento para usinas com 69,3 GW previstos. "Só pra você ter uma ideia, o PIB do do Rio Grande do Sul é quase três vezes maior do que o do Ceará, mas as empresas do setor estão muito interessadas em estudar as condições de construir usinas aqui", afirma o economista e sócio da Astor BFA IB, Célio Fernando Melo.
"Só a Petrobras colocou três projetos no Ceará: Fortaleza, Piedade e Prazeres, que representam 6,8 GW, os três", exemplifica. "Quando vier a regulação das energias, talvez a gente possa ter leilões de usinas offshore", acrescenta. "Do ponto de vista tecnológico, estudos feitos com o governo da Dinamarca apontam, por exemplo, que deve ser um cabo Power Line Communication (PLC), no qual você faz a transmissão de energia e a comunicação de dados", explica.
O especialista cita, contudo, é preciso olhar para a navegação de cabotagem, os cabos transoceânicos, o cenário turístico, a pesca artesanal e até a regulação das bases das torres eólicas. Elas, ele diz, podem funcionar de forma semelhante a recifes artificiais.