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Relatório de Transparência Salarial vai incluir dados trabalhistas de indígenas
Economia

Relatório de Transparência Salarial vai incluir dados trabalhistas de indígenas

Informação terá de ser comunicada por empregadores até 30 de agosto ao Ministério do Trabalho e Emprego, além de outros dados sobre equiparação remuneratória em cargos iguais
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Luís Freitas é chefe de Fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho no Ceará  (SRT-CE) (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Luís Freitas é chefe de Fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho no Ceará (SRT-CE)

O próximo Relatório de Transparência Salarial, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), trará informações sobre políticas de contratação e remuneração de indígenas, com base em dados a serem declarados pelas empresas, referentes a 31 de dezembro de 2023.

O dado foi apresentado pelo chefe de Fiscalização do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Ceará (SRT-CE), Luís Freitas, em entrevista exclusiva ao O POVO.

A primeira versão do relatório foi publicada em março deste ano e teve como base os dados declarados por cerca de 49,5 mil empresas referentes ao dia 31 de dezembro de 2022 e é decorrente da chamada Lei da Igualdade Salarial, publicada em julho do ano passado.

“Uma novidade que vem nesse relatório é o recorte agora para indígenas. Então, esse recorte vai aparecer nesse novo relatório”, destacou Freitas. Sobre o primeiro relatório, ele disse que “ele já mostra algumas coisas que têm de ser consertadas. E aí você pergunta: e a fiscalização não pode pressionar para consertar? Sim, na questão salarial, não tenha dúvidas. Se o cargo é o mesmo, a função é a mesma e as atividades são as mesmas porque o salário é diferente? Você não pode fazer essa diferenciação. Então, isso já dá para detectar”, ressaltou.

A Lei de Igualdade Salarial foi criada tendo como prioridade a redução da diferença entre a remuneração paga a homens e a mulheres que exercem as mesmas funções, embora também mire a equiparação de salários entre outros grupos sociais. Para o próximo relatório, o prazo final para que as empresas respondam preencham essas informações no site do Emprega Brasil vai até o dia 30 de agosto. São obrigadas a responder e a publicar o relatório em seus respectivos sites, as empresas que têm mais de 100 empregados.

“A primeira pergunta que vem logo é: - Você tem plano de cargo de salário? Porque essa pergunta é importante? Porque havendo plano de cargos e salários pode haver diferença salarial. Um trabalhador que acabou de entrar ele vai ganhar menos do que quem tem 10 ou 15 anos. É justificável que, na mesma função, ganhe mais. A segunda pergunta é: Qual é a sua política de contratação de mulheres, de pessoas negras, LGBTQIA+, com deficiência, vítimas de violência, etc?”, explica Freitas.

“E por fim, tem uma pergunta bem interessante que é a seguinte: - O que você tem de política na sua empresa para a questão da divisão das tarefas domésticas? Por exemplo, é comum a mulher chegar em casa e lavar a louça, cuidar do menino. Então, você, como empresa, tem alguma política no sentido de ajudar nessa distribuição de tarefas entre homens e mulheres? A maioria das empresas, obviamente, responderam que não têm,”, disse o chefe de Fiscalização do Trabalho da SRT-CE.

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