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Bolsa de Valores fecha acima dos 135 mil pontos pela 1ª vez na história
Economia

Bolsa de Valores fecha acima dos 135 mil pontos pela 1ª vez na história

| RECORDE | Volta do investidor estrangeiro, falas de Galípolo, Haddad e Lula, além do crescimento de empresas, ajudam a explicar desempenho do Ibovespa, segundo analistas do mercado
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CENÁRIO interno favoreceu desempenho da bolsa brasileira (Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO)
Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO CENÁRIO interno favoreceu desempenho da bolsa brasileira

O Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, atingiu ontem seu recorde histórico de fechamento, chegando aos 135.777 pontos, superando a marca atingida em 27 de dezembro de 2023, quando havia atingido 134.193 pontos.

Ao longo do pregão de ontem, o índice da B3 (Bolsa de Valores), além de ter superado pela primeira vez os 135 mil pontos, chegou a superar os 136 mil pontos, com máxima de 136.179. No mês, o Ibovespa acumula ganhos de 6,37% e chega aos 1,19% ao ano.

"O aparente alinhamento entre as falas do presidente Lula e do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, parece ser o 'driver' da alta de hoje (ontem)", disse Inácio Alves, analista da Melver. O efeito foi visível também no câmbio - com o dólar em baixa de 1,02%, a R$ 5,41.

A propósito, conforme análise da própria B3, essa dupla combinação de alta do Ibovespa com queda da cotação da moeda norte-americana verificada em agosto tem relação também com o retorno do investidor estrangeiro. Esse movimento a propósito começou ainda em julho, quando houve entradas de capital da ordem de R$ 7,35 bilhões e de R$ 4,06 bilhões nos 15 primeiros dias de agosto. No trimestre, o saldo de entradas em relação às saídas de capital é de R$ 11,4 bilhões.

No quadro doméstico, Inácio Alves destaca "falas duras" de Galípolo com relação à taxa Selic, bem como a queda das expectativas para a inflação , de acordo com o Boletim Focus, de 4,20% para 4,05%. Nesse sentido, o sócio da Valor Investimentos, Gabriel Meira, destaca que "a queda dos juros nos Estados Unidos tende a ser tranquila, é o que se espera de momento, o que ajuda aqui com a Selic", o que se reflete também na recente apreciação do real frente ao dólar.

Já o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi observa que, além do quadro externo que aponta para uma perda de força do dólar, o real se aprecia como reflexo da percepção de uma maior coordenação da política econômica do governo Lula, em decorrência de declarações reiteradas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o controle das contas públicas e da postura firme do BC na busca pela meta de inflação.

Por sua vez, o analista financeiro certificado (CFA) e sócio da WMS Capital, Marcos Moreira, destaca que os dados macroeconômicos mostram que a economia brasileira segue muito aquecida e isso também vem colaborando para essa alta do Ibovespa. “Nós revisamos as nossas projeções e passamos a projetar, agora, um PIB crescendo 2.7%, em 2024, ou seja, bem acima do que o mercado projetava há alguns meses”, estimou.

Nesse sentido, a analista de renda variável da Rico, Bruna Sene, acrescenta que “aqui no Brasil ainda tivemos bons resultados de empresas, com muitas delas surpreendendo positivamente. Então, esse cenário microeconômico também colaborou para essa recuperação da nossa Bolsa”. Ela enfatizou que tanto o cenário externo quanto o interno colaboraram para esse movimento.

Por fim, para o sócio da Ipê Avaliações, Fábio Murad, “a continuidade do fluxo de capital estrangeiro e a estabilidade política interna serão críticos para sustentar essa trajetória de alta. Portanto, enquanto o otimismo prevalece, uma abordagem cautelosa e monitoramento contínuo dos indicadores econômicos são recomendáveis." (Com agências)

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Taxas de juros recuam

Os juros futuros recuaram em boa parte da curva, favorecidos pelo aumento do apetite global ao risco e pela melhora da confiança na postura técnica do Banco Central (BC), a partir das declarações do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo. O recuo firme do dólar para perto de R$ 5,40 e a queda na mediana de IPCA de 2025 no Boletim Focus completam o conjunto de fatores a explicar o desempenho ds taxas.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,845%, de 10,839% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 caía de 11 65% para 11,58%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 11,41% (de 11,56%) e o DI para janeiro de 2029, taxa de 11,38% (de 11 50%).

O recuo foi mais acentuado no miolo da curva, refletindo a melhora das expectativas para a política monetária a médio prazo por sua vez, decorrente tanto da leitura da pesquisa Focus quanto do discurso de Galípolo.

A economista-chefe da CM Capital Carla Argenta, explica que nas últimas semanas a comunicação do diretor já vinha se alinhando ao tom dos documentos do BC e a fala de hoje parece ter afastado de vez a possibilidade de interferências políticas nas decisões do Copom, que em 2025 será composto majoritariamente por integrantes indicados pelo presidente Lula. "O BC assim retoma a credibilidade que foi afetada desde o último dissenso na reunião de maio", afirma. (Estadão Conteudo)

Mínima e Máxima do Ibovespa em cada mês

Janeiro

Mínima - dia 22/01/24 126.602 pontos
Máxima - dia 03/01/24 132.834 pontos

Fevereiro

Mínima - dia 14/02/24 127.018 pontos

Máxima - dia 27/02/24 131.689 pontos

Março

Mínima - dia 11/03/24 126.104 pontos

Máxima - dia 01/03/24 129.180 pontos

Abril

Mínima - dia 17/04/24 124.171 pontos

Máxima - dia 09/04/24 129.890 pontos

Maio

Mínima - dia 31/05/24 122.098 pontos

Máxima - dia 08/05/24 129.481 pontos

Junho

Mínima - dia 17/06/24 119.138 pontos

Máxima - dia 27/06/24 124.308 pontos

Julho

Mínima - dia 01/07/24 124.718 pontos

Máxima - dia 17/07/24 129.450 pontos

Agosto

Mínima - dia 05/08/24 125.270 pontos

Máxima - dia 19/08/24 135.777 pontos

Fonte: Investing.com

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