As vendas de veículos novos contaram com um crescimento de 16,74% em julho deste ano em comparação a igual mês do ano passado no Ceará. Foram 12.051 vendas no sétimo mês de 2024 contra 10.323 vendas no período em 2023.
Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
A liderança das vendas ficou a cargo das Motos, com 6.779 negociações, seguida pelo segmento Auto (3.804) e Comercial Leve (796) em julho de 2024. Estes números das categorias ficaram praticamente estáveis em relação a julho de 2023.
Já o comparativo mensal de julho ante junho de 2024 contou com queda de 11,62% nas vendas, com 12.051 e 13.636 vendas, respectivamente. Em junho, houve um número elevado de negociações de Motos, com 8.776 vendas.
No acumulado do ano, isto é, entre janeiro a julho, o Estado contou com a venda de 75.382 veículos, um aumento de 11,12% em comparação a igual período do ano anterior, quando detinha 67.837 negociações.
Em Fortaleza, o cenário de vendas também contou com recuo de 8,06% na comparação mensal em julho - que registrou 5.261 vendas -, mas teve aumento de 10,87% no ano a ano e de 8,15% no acumulado do ano em relação a 2023.
O destaque da Capital foi para categoria compilada de "Auto" e Comercial Leve, com 2.935 negociações em julho. Destas, 2.538 foram somente de "Auto". Outras 2.089 vendas foram de Motos.
O presidente do Sistema Sincopeças Assopeças Assomotos (SSA-CE), Ranieri Leitão, comenta que as vendas de veículos novos no Ceará estão boas, mas poderiam melhorar. “Esperamos que, com a redução das taxas de juros, haja uma continuidade nas vendas.”
“Os veículos tiveram um aumento significativo nos preços, o que não foi acompanhado pelos salários, e isso cria um problema, principalmente em relação aos custos. As matérias-primas subiram, e os fabricantes não conseguem absorver esse aumento, tendo que repassá-lo ao consumidor”, explica Ranieri.
A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) indicou, ainda, que a venda de veículos novos aumentou 3,61% em um ano, o resultado foi o melhor desde a pandemia (2021). Foram quase 133 mil automóveis a mais circulando no Estado – terceiro maior aumento na frota de veículos do Brasil.
Tais informações são referentes ao período de junho de 2023 a junho de 2024. De acordo com o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), em um ano, foram quase R$ 240 milhões destinados pela instituição para financiamento de automóveis no Nordeste.
Além disso, o número de concessões de financiamentos para essa finalidade aumentou 16,48%. A instituição ainda destaca que as cooperativas de crédito têm ganhado cada vez mais espaço na disputa por esse mercado em comparação com bancos tradicionais.
A coordenadora de ciclo de crédito da central da Sicredi Nordeste, Ana Paula Medeiros, explica que essas instituições ganham força por oferecerem um atendimento mais próximo e personalizado.
Ela destaca que "os associados participam da distribuição dos resultados“, além de terem à disposição condições mais flexíveis de pagamento e prazos, o que pode se adaptar melhor com cada realidade financeira.
O presidente do SSA-CE, Ranieri Leitão, acredita ainda que as perspectivas para o setor são promissoras com a criação do polo automotivo em Horizonte, no Ceará. Isso possibilitaria que o Estado se fortaleça como um player mais importante no Brasil.
“Hoje o setor automotivo do Ceará é o primeiro do Nordeste e um dos mais importantes do Brasil. Com o polo automotivo, o Estado se tornará ainda mais competitivo e a geração de emprego e renda será um grande destaque”, diz.
As expectativas positivas se somam ao cenário de aprovação do Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), de incentivos para a indústria automotiva, segundo o especialista. “Baixar os preços dos automóveis, ou oferecer mais incentivos, daria mais condições à sociedade de adquirir veículos.”
O comentário de Ranieri foi feito na feira Autop 2024, em Fortaleza. O evento, realizado pela SSA-CE, acontece entre os dias 21 e 24 de agosto, reunindo 300 marcas do segmento automotivo, em meio à expectativa de movimentar R$ 200 milhões em negócios. (Com Maria Clara Moreira)