O Ceará registrou crescimento de 195% no volume de exportações em julho de 2024, na comparação com julho de 2023, ou seja, o Estado quase triplicou as vendas para o Exterior no período.
É o que revelam os dados do Ceará em Comex, elaborado mensalmente pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Ao todo, foram US$ 441,28 milhões em mercadorias exportadas no mês passado. Já as importações registraram queda, de 17,6%, no mesmo período analisado, totalizando US$ 236,56 milhões.
No acumulado do ano (janeiro a julho), ambos os indicadores apresentaram retração. As exportações, que chegaram a US$ 1,03 bilhão, tiveram queda de 13,3%. Por sua vez, as importações somaram um montante de US$ 1,69 bilhão, nos sete primeiros meses do ano, uma diminuição de 11,7% em relação ao período equivalente de 2023.
Com esses resultados, o saldo da balança comercial cearense apresentou déficit de US$ 660,78 milhões, 9,2% menor que o registrado entre janeiro e julho do ano passado, que ficou em US$ 727,77 milhões.
Para a gerente do CIN da Fiec e colunista do O POVO+, Karina Frota, a análise dos dados de Comércio Exterior do Ceará revelou que julho foi o melhor mês de 2024, no que se refere às exportações.
"O resultado expressivo reflete a recuperação de setores tradicionais da nossa pauta e também as atualizações dos registros nos processos de exportação em setores como ferro e aço. A política industrial está ativa, observamos algumas janelas de oportunidades, porém, os resultados não são imediatos”.
Ela projeta que “em breve, com os novos acordos, teremos novos mercados”.
Por falar em mercados, o principal destino das mercadorias cearenses nos sete primeiros meses de 2024 são os Estados Unidos, com participação de 51,2% e montante comercializado de US$ 527,25 milhões, resultado 2,5% inferior ao verificado entre janeiro e julho do ano passado.
Na segunda posição aparece o México com US$ 53,48 milhões. As vendas do Ceará para aquele País, contudo, tiveram queda bem mais significativa, em relação ao comércio Ceará-Estados Unidos, de 64,6%.
Entre os dez principais mercados, dois se destacam pelo grande crescimento registrado do ano passado para cá.
O caso mais impressionante é o da Coreia do Sul, que passou de US$ 1,76 milhão exportados do Ceará entre janeiro e julho do ano passado para mais de US$ 33,59 milhões em período equivalente deste ano, alta de 1.801,6%.
A França também teve crescimento expressivo de 86,2%, chegando a terceira posição entre os países que mais compram produtos cearenses.
Já entre os produtos mais comercializados, os maiores destaques continuam sendo o ferro e o aço, que somam volume exportado de US$ 533,59 milhões, seguidos pelos calçados e artefatos similares, com montante vendido para o Exterior de US$ 119,37 milhões.
Na terceira posição, aparecem as frutas e cascas com exportações totalizando US$ 61,98 milhões.
Apesar de liderarem, os três grupos de produto apresentaram queda em relação aos sete primeiros meses do ano passado.
Por outro lado, produtos como pescados e algodão apresentaram altas expressivas, de 28,7% e 41,4%, respectivamente.
Conforme o especialista em logística, direito marítimo e agronegócios, Larry Carvalho, “os investimentos em logística, especialmente na infraestrutura portuária e rodoviária, têm sido fatores cruciais para o crescimento das exportações de algodão e pescados no Ceará. Fatores externos também tiveram um peso relevante”.
“No caso do algodão, o aumento nas exportações pode ser atribuído à modernização e ampliação dos terminais portuários, o que reduziu significativamente os custos operacionais e melhorou a eficiência no escoamento da produção. Essa melhoria permite que o algodão, produzido no Interior do Estado, chegue aos portos com maior rapidez e menor custo, aumentando sua competitividade nos mercados internacionais”, explica.
“Já o desenvolvimento da infraestrutura aeroviária tem sido especialmente benéfico para os pescados, que, por serem produtos de alto valor agregado e com prazos de validade reduzidos, demandam rapidez no transporte. A melhoria das rotas aéreas e a implementação de soluções logísticas integradas têm ampliado o alcance desses produtos”, acrescenta Carvalho.
Comércio Exterior do Ceará
EXPORTAÇÕES CEARENSES
ACUMULADO DO ANO (JANEIRO A JULHO DE 2024)
Volume exportado (US$)1,03 bilhão
Variação anual*-13,3%
*Comparação com período equivalente do ano anterior
IMPORTAÇÕES CEARENSES
ACUMULADO DO ANO (JANEIRO A JULHO DE 2024)
Volume importado (US$)1,69 bilhão
Variação anual*-11,7%
*Comparação com período equivalente do ano anterior
ITENS MAIS EXPORTADOS (JANEIRO A JULHO DE 2024)
1. Ferro (inclusive, fundido) e aço: US$ 533,59 milhões/Variação: -16,6%
2. Calçados e artefatos similares: US$ 119,37 milhões/Variação*: -29,5%
3. Frutas e cascas: US $61,98 milhões/Variação: -20,4%
4. Gorduras, óleos e ceras de origem animal ou vegetal: US$ 48,16 milhões/Variação: 31,8%
5. Combustíveis, óleos, ceras minerais e produtos similares: US$ 44,15 milhões/ Variação: 25,4%
ITENS MAIS IMPORTADOS (JANEIRO A JULHO DE 2024)
1. Combustíveis, óleos, ceras minerais e produtos similares: US$ 421,67 milhões/Variação: -11,2%
2. Máquinas e aparelhos elétricos, incluindo de natureza audiovisual: US$ 266,54 milhões/Variação: 8,9%
3. Ferro (inclusive, fundido) e aço: US$ 183,32 milhões/Variação: 32,9%
4. Reatores, caldeiras e instrumentos mecãnicos: US$ 166,27 milhões/Variação: -30,6%
5. Cereais: US$ 133,21 milhões/Variação: 10,7%
Fontes: Ceará em Comex/Comex Stat