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Sebrae planeja fundo de R$ 1 bilhão para ser "anjo" no mercado de startups
Economia

Sebrae planeja fundo de R$ 1 bilhão para ser "anjo" no mercado de startups

| CRÉDITO | A instituição já atua no mercado de inovação por meio do Sebrae Startups, mas agora visa fomentar segmento e atuar diretamente na aceleração. Ações regionais no Norte, Nordeste e Centro Oeste também são pensadas
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MERCADO de empresas de tecnologia do Ceará apresentou resultado positivo e liderou o Brasil em faturamento no ano de 2023 (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS MERCADO de empresas de tecnologia do Ceará apresentou resultado positivo e liderou o Brasil em faturamento no ano de 2023

A cúpula nacional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) deve lançar no próximo mês de setembro um fundo de R$ 1 bilhão para fomento de startups. Ações regionais assim como a aquisição de participações em negócios inovadores fazem parte do plano.

Conforme O POVO apurou com exclusividade, o Sebrae desenvolve uma estratégia de fundos que envolve uma estratégia de ações junto a Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que são opções do mercado secundário de crédito e permitem aplicações em títulos de crédito criados a partir de contas a receber de uma empresa.

A intenção é que a partir dessa estratégia pequenos negócios inovadores encontrem crédito com prazo alongado num modelo diferente do crédito tradicional, que pressupõe avaliação de riscos e exigência de garantias.

De acordo com Valdir Oliveira, gerente de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, a ideia é pegar as startups que já possuem vínculo com o Sebrae, aproximadamente 2,7 mil em todo País - além das mais de 11 mil startups mapeadas pelo território nacional, e ofertar essa opção de crédito.

"(No mercado de startups,) Nenhum modelo de crédito tradicional tem taxa de juros que consiga cobrir um índice de perda tão alto. A lógica desse mercado é que um investimento bem-sucedido cubra outros 99 que não deram certo", disse ao O POVO durante o Startup Summit 2024, realizado em Florianópolis entre 14 e 16 de agosto.

A outra estratégia dentro desse plano é a principal: O Sebrae Nacional quer capitalizar um fundo de capital de risco, que seria no modelo de Fundo de Investimento em Participações (FIP).

A ideia é que a instituição entre diretamente no apoio às startups com recursos na compra de participações nos negócios inovadores, com intenção de obtenção de lucro para manutenção do fundo e alavancagem de novos negócios.

De maneira inicial, os fundos FIP e FDIC do Sebrae para startups devem ser lançados com R$ 300 milhões garantidos, existe a perspectiva de captar outros R$ 300 milhões dos departamentos estaduais do Sebrae para alavancagem de projetos inovadores em nível local.

 

O restante dos recursos para completar a meta de R$ 1 bilhão seria obtido a partir de parcerias com bancos de fomento de nível regional, como o Banco do Nordeste, mas também ações pensando nas regiões Norte e Centro Oeste, para aplicações em sua área de atuação.

"Esse é um projeto que também está estimulando a criação de fundos regionais para startups do Nordeste, Norte e Centro Oeste, que são regiões com menos financiamentos para inovação", afirma.

Ainda conforme o executivo do Sebrae Nacional, a entrada da instituição não visa a concorrência com fundos especializados ou como forma de "ganhar dinheiro", mas para o fomento do ecossistema.

"Vamos começar com essas 11 mil startups com que o Sebrae já trabalhou porque já preparamos, demos mentorias, acompanhamos indicadores. A ideia é que façamos o primeiro aporte e quando acreditarmos que o negócio é bom e "rodou", a gente sai e deixa o negócio evoluir com outros parceiros", completa Valdir.

Dentro desse contexto, além de atuar junto às startups com oferta de crédito, o Sebrae busca avançar no projeto Capital Empreendedor, de apoio aos fundos de investimento em negócios inovadores. Oitenta fundos, 250 investidores "anjos" e também aceleradoras já participaram da ação, por meio de capacitações e networking entre investidores e parceiros.

Ação do Sebrae Nacional visa apoiar o ecossistema de inovação brasileiro com fundo de R$ 1 bilhão. Na imagem, Valdir Oliveira, gerente de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional (dir.); Sandro Cortezia, CEO e fundador da Ventiur Smart Cap (centro) e Bruno Silveira, da Data 4 Company (esq.)(Foto: Herminio Nunes/Sebrae Nacional)
Foto: Herminio Nunes/Sebrae Nacional Ação do Sebrae Nacional visa apoiar o ecossistema de inovação brasileiro com fundo de R$ 1 bilhão. Na imagem, Valdir Oliveira, gerente de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional (dir.); Sandro Cortezia, CEO e fundador da Ventiur Smart Cap (centro) e Bruno Silveira, da Data 4 Company (esq.)

Sandro Cortezia, CEO e fundador da Ventiur Smart Cap, uma das principais aceleradoras do Brasil, destaca que o foco em aceleração e inovação aberta, visa conectar uma ampla rede de investidores e empresas a startups de alto potencial. O negócio mais recente envolveu a aquisição de participação na startup Data 4 Company.

Ele enfatiza que a entrada do Sebrae com o fundo é positiva, pois dará ao mercado maior confiança no investimento em novos negócios. Sandro explica que desde a pandemia, o ecossistema amadureceu e se tornou mais criterioso na hora de distribuir os "cheques".

A oferta de ideias inovadoras para os problemas de mercado é grande e muitas vezes as startups precisam de um amadurecimento maior. Assim, a entrada no Sebrae em startups deve gerar maior confiança para que o mercado enxergue potenciais grandes negócios, pontua.

"Nascemos há 11 anos como uma aceleradora e nos estruturamos como uma empresa de investimento. E o Sebrae é um potencializador com suas diversas iniciativas e ajuda a investir em negócios melhor qualificados", destaca Sandro, que possui em sua carteira 21 startups captadas após participarem de programas do Sebrae.

Neste sentido, Rafael Silveira, diretor de operações da Casa azul Ventures, diz que a crescente participação de entes públicos de fomento, como o Sebrae, reforça que o venture capital (capital de risco) é uma estratégia promissora no Brasil. "Com sua vasta rede, o Sebrae pode identificar e apoiar startups em todo o País, inclusive fora dos grandes centros econômicos, promovendo desenvolvimento regional e novas oportunidades."

*O jornalista viajou a Florianópolis a convite do Sebrae nacional

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Ceará lidera crescimento no faturamento do setor de tecnologia no Brasil

Com crescimento de 7,8% no faturamento de tecnologia, o Ceará liderou o avanço nacional, que alcançou R$ 754 bilhões em 2023. Na média, o setor apresentou crescimento de 5,2% no Brasil. Além do Ceará, apresentaram resultados acima da média nacional os estados de Santa Catarina e Paraná.

O levantamento é inédito e foi realizado pelo Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e divulgado no Startup Summit 2024. Os R$ 754 bilhões de faturamento representam um salto de 23% do montante na comparação com 2020.

Apesar do crescimento de faturamento, o setor de tecnologia do Ceará não figura entre os que mais geram empregos ou é dos mais numerosos. Em nível nacional, São Paulo lidera com folga o ranking de estado com mais empresas de tecnologia, com 223 mil (em 2022 eram 194 mil), depois vem o Rio de Janeiro, com 54 mil negócios. Já em relação à geração de empregos, o setor de tecnologia empregou mais pessoas em 2022 em relação a 2021, subindo de 1 milhão para 1,1 milhão. São Paulo (que concentra 40% do total), Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina vêm na sequência.

PODER DAS STARTUPS NO MERCADO BRASILEIRO

13 mil: A quantidade de startups registradas no Brasil supera a marca de 13 mil negócios inovadores.

R$ 46 bilhões: Montante de investimentos aplicados em startups somente no ano de 2022.

Brasil: Com o montante de investimentos viabilizados em 2022, o ecossistema de inovação brasileiro se consolidou como um dos principais da América Latina.

100 mil: De acordo com os dados, as startups foram responsáveis pela geração de mais de 100 mil empregos diretos em 2023, além da abertura ao empreendedorismo feminino crescente em negócios inovadores.

Fonte: Observatório Sebrae Startups

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