A produtividade no mercado de trabalho do Ceará foi maior que a do Brasil no primeiro trimestre de 2024.
No período, a produtividade agregada por pessoal ocupado teve crescimento de 3,11% e a agregada por horas trabalhadas aumentou 3,88%.
No País, os dois indicadores saltaram, respectivamente, 1,22% e 1,67%. Percentuais 1,89 ponto percentual (p.p.) e 2,21 p.p. menores do que os registrados no Estado.
Os dados apresentados são do Boletim da Produtividade Cearense (1º Trimestre/2024), divulgado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
O estudo apresenta que a alta produtividade agregada por pessoal ocupado no mercado de trabalho cearense até os primeiros três meses de 2024 ocorreu devido à “alta média acumulada em quatro trimestres da produção (+3,29%) combinada com uma alta média também acumulada em quatro trimestres menos expressiva do estoque total de pessoas ocupadas na economia cearense (+0,17%)”.
Além disso, se considerado o aumento acumulado até o quarto trimestre de 2023, que foi de 1,68%, Alexsandre Lira Cavalcante, analista de Políticas Públicas e autor do estudo, destaca que é possível observar “que ocorreu uma forte aceleração nesse índice na economia, representando um melhora no curtíssimo prazo, ao passo que ocorreu uma desaceleração no ritmo de crescimento da produtividade por pessoal ocupado no País”.
O boletim também mostra a produtividade de acordo com a área. Na agropecuária, no acumulado de 12 meses até o primeiro trimestre deste ano, o crescimento foi de 11,53% no Brasil. Por outro lado, no Ceará houve queda de 12,27%.
Já na indústria, a alta desse índice no período foi mais acentuada no Estado em comparação com o País: 7,69% contra 1,65%.
Por fim, no setor de serviços, a produtividade no Brasil se manteve estável, com um crescimento de apenas 0,01%, e a do Ceará teve alta de 3,52%.
Em relação à produtividade agregada por horas trabalhadas, conforme apresentado pelo autor do estudo, o crescimento na produtividade no acumulado de 12 meses até o primeiro trimestre de 2024 se deu pela “alta média acumulada em quatro trimestres da produção (+3,29%) combinado com uma queda média também acumulada em quatro trimestres do total de horas trabalhadas (-0,57%).”
Alexsandre ainda acrescenta que esse fato auxilia na explicação da razão do crescimento na produtividade por horas trabalhadas ter sido maior do que a produtividade por pessoal ocupado.
No que concerne aos setores, na agropecuária, a produtividade por horas trabalhadas registrou aumento acumulado em quatro trimestres até o primeiro trimestre de 2024 de 12,18% no Brasil e queda de 11,71% no Ceará.
Em contrapartida, na indústria, foi registrado, em igual período, alta acumulada de 2,3% no País, valor 7,36 p.p. menor do que o acréscimo que ocorreu no Ceará, de 9,66%.
O Estado também se destacou no setor de serviços, no qual, o crescimento da produtividade nacional foi de 0,37% e aqui foi de 3,9%.