No mês de agosto, pela primeira vez no ano, a inflação da Grande Fortaleza se mantém estável, com 0%. Em relação ao mês anterior a taxa passou por uma queda de 0,47 ponto percentual (p.p.), já se comparado com o índice nacional, que é -0,02% o aumento foi de 0,02 p.p.
Em contrapartida, a inflação de Fortaleza e Região Metropolitana (RMF) no acumulado do ano (janeiro a agosto) foi a quarta maior do Brasil, com 3%. O resultado ainda foi 0,15 p.p. acima do registrado nacionalmente (2,85%).
Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados nesta terça-feira, 10 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O indicador se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, independentemente da fonte.
Dos nove grupos de produtos pesquisados no mês, apenas um apresentou deflação: o de alimentação e bebidas, com -0,89%.
Em contrapartida, as altas ocorreram em:
A deflação observada no grupo de alimentação e bebidas foi puxada pelo valor dos tubérculos, raízes e legumes (-24,79%), cujos itens estão entre os que mais baixaram de valor em agosto.
Já, em relação ao acumulado do ano, todos os grupos pesquisados tiveram inflação. As maiores foram em: educação (7,71%), saúde e cuidados pessoais (5,16%) e alimentação e bebidas (3,87%).
Veja as demais altas:
A inflação na educação foi puxada, principalmente, pela educação de jovens e adultos, com 11,58%, pelo ensino fundamental, com 10,34%, e pela pré-escola, com 10,15%.
Porém, os produtos com os maiores aumentos do período foram todos do grupo de alimentos e bebidas:
Por outro lado, as maiores reduções ocorreram em:
O IPCA também traz informações sobre a inflação nos últimos 12 meses na Grande Fortaleza, que ficou em 4,25%, sexta maior do País.
Os maiores aumentos foram nos grupos de educação (7,89%), de saúde e cuidados pessoais (5,51%) e de despesas pessoais (5,17%).
O cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) se refere a famílias que recebem de um a cinco salários mínimos.
Na Grande Fortaleza, o INPC foi de -0,03% em agosto, valor 0,42 p.p. menor do que o resultado observado em julho (0,39%) e 0,11 p.p. maior do que o registrado nacionalmente (-0,14%). Em agosto de 2023, a taxa foi de 0,59%.
Entretanto, no acumulado do ano e dos últimos 12 meses a inflação foi de 2,88% e de 4,09%, respectivamente.
A deflação do INPC que ocorreu no mês de agosto foi puxada, principalmente, pelo grupo de alimentação e bebidas (-0,86%). Apenas outros dois grupos, dos nove, também tiveram deflação: Vestuário e saúde e cuidados pessoais, ambos com -0,05%.
Dos seis grupos que tiveram inflação, o destaque foi o de educação, que teve o maior percentual inflacionário, com 1,45%. Na categoria a área que mais aumentou de valor foi a da educação de Jovens e Adultos, com 8,91%.
No mês de agosto, o Brasil registrou deflação de 0,02% no IPCA. Essa é a primeira taxa negativa desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%.
Além disso, o resultado foi 0,4 p.p. abaixo da taxa de julho (0,38%). Em agosto de 2023, a variação havia sido de 0,23%.
Em relação à inflação do País no ano, ela foi de 2,85% e no acumulado dos últimos 12 meses foi de 4,24%.
O resultado foi influenciado pela queda em Habitação (-0,51%), após redução nos preços da energia elétrica residencial (-2,77%), e Alimentação e bebidas (-0,44%), com a segunda queda consecutiva da alimentação no domicílio (-0,73%).
Para o chefe-estrategista do grupo Laatus, Jefferson Laatus, o resultado reflete um alívio em relação às expectativas de aumento de juros.
“O mercado estava antecipando juros mais altos, como indicado pelo boletim Focus de ontem, que trouxe uma previsão de elevação das taxas para 2024. No entanto, o IPCA mais fraco do que o esperado, incluindo o acumulado de 12 meses, sugere que a inflação não está tão pressionada assim”, comenta.
Jefferson ainda destaca que o cenário “reduz a necessidade imediata de elevar os juros e indica que manter as taxas atuais pode ser suficiente para desacelerar”.
No grupo de Alimentação e bebidas (-0,44%), a alimentação no domicílio (-0,73%) apresentou o segundo recuo consecutivo, após queda de 1,51% em julho. Foram observadas quedas nos preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%).
O gerente da pesquisa, André Almeida, ressalta que a grande oferta desses produtos no mercado, devido ao clima mais ameno do meio do ano, que favorece a produção dos alimentos, é " principal fator que contribuiu para a queda nos preços".
Entretanto, no lado das altas, destacam-se o mamão (17,58%), a banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%).
Já a alimentação fora do domicílio (0,33%) teve variação abaixo da registrada no mês anterior (0,39%). O subitem lanche desacelerou de 0,74% em julho para 0,11% em agosto, enquanto a refeição acelerou de 0,24% para 0,44%.
Em relação ao grupo Transportes (0%), houve estabilidade, em grande parte, por movimentos de preços em sentidos opostos em seus principais subitens.
Por exemplo, os combustíveis (0,61%), gás veicular (4,10%), gasolina (0,67%) e óleo diesel (0,37%) apresentaram altas, enquanto o etanol recuou 0,18%. Além disso, as passagens aéreas registraram queda nos preços (-4,93%).
André Almeida comenta que a diminuição do valor das passagens aéreas se dá pelo contraste com o mês de julho, que é o “mês de férias escolares, quando as passagens aéreas são mais demandadas por conta de viagens que as famílias realizam”.
Regionalmente, sete localidades pesquisadas apresentaram resultados positivos e oito, negativos. A maior variação foi 0,18% em Porto Alegre e a menor de -0,54% em São Luís.
O INPC do Brasil teve queda de 0,14% em agosto, 0,4 p.p. abaixo do resultado observado em julho (0,26%). No ano, o índice acumula alta de 2,8% e, nos últimos 12 meses, de 3,71%, abaixo dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2023, a taxa foi de 0,20%.
Os produtos alimentícios caíram 0,63% em agosto, segundo recuo consecutivo, após queda de 0,95% em julho. Por sua vez, a variação dos não alimentícios desacelerou de 0,65% em julho para 0,02% em agosto.
Regionalmente, Vitória registrou a maior alta (0,13%). Já a menor variação foi observada em São Luís (-0,58%).
Regiões
Regionalmente, a maior variação ocorreu em Porto Alegre (0,18%). Por outro lado, a menor variação ocorreu em São Luís (-0,54%)