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Ceará foi o único estado do Nordeste com crescimento na indústria; aponta boletim
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Ceará foi o único estado do Nordeste com crescimento na indústria; aponta boletim

Os dados são do Boletim Macro Regional do Nordeste, que foi lançado nesta terça-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
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INDÚSTRIA cearense foi destaque no mês de junho (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES INDÚSTRIA cearense foi destaque no mês de junho

O Ceará é o único estado do Nordeste que apresentou crescimento na indústria no mês de junho, com 1,6%. O índice foi 7,6 pontos percentuais (p.p.) menor do que o observado na região (-6%).

Os dados são do Boletim Macro Regional do Nordeste lançado nesta terça-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o coordenador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste da FGV Ibre, Flávio Ataliba, o boletim é uma compilação de dados do Nordeste e foi criado com a ideia de "organizar essas informações para que possamos, a partir da junção dos diversos aspectos econômicos e sociais da economia nordestina, entender melhor e também colocar isso em debate para a população de uma forma geral", explica.

As informações apresentadas no estudo se dividem em cinco temas: Atividade econômica, atividade setorial, mercado de trabalho, inflação e comércio exterior.

Na área de atividade econômica, que engloba os setores agropecuário, industrial, serviços e comércio, segundo o Índice de Atividade Econômica Regional do Banco Central (IBC-R), o Ceará foi o único Estado da região que apresentou crescimento no mês, com 0,4%.

Em contrapartida, o Nordeste registrou o pior desempenho do País nesse período, com um decréscimo de 1% no mês de junho em comparação com o mês de maio.

Outra área abordada pelo boletim é o mercado de trabalho. Na Região a taxa de desocupação caiu 1,7 p.p. do primeiro para o segundo trimestre de 2024, chegando a 9,4%, enquanto que no acumulado do semestre, foram gerados 142 mil empregos formais. A taxa nacional no período foi de 6,9%.

De acordo com o apresentado no boletim, “Embora a taxa de desemprego no Nordeste historicamente esteja acima da média nacional, a redução do desemprego na região no 2º trimestre de 2024 foi mais acentuada do que a verificada em nível nacional.”

Apenas no mês de junho, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Nordeste gerou 45.940 postos de trabalho, maior geração de empregos de 2024.

No período, o Ceará foi o terceiro estado da região que mais gerou empregos, com 7.620, atrás apenas da Bahia (8.899) e de Pernambuco (8.022).

Em relação aos setores, os Serviços foram responsáveis por mais de 17 mil empregos gerados no mês, seguidos da Indústria com 10,3 mil e Comércio com 9,6 mil vagas.

Já, no que concerne ao rendimento médio na Região, a variação foi a maior do Brasil, com um aumento de 8,5% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O valor passou de R$ 2.063 para R$ 2.238. Na ocasião, o rendimento do trabalhador brasileiro aumentou 5,8%, na mesma base de comparação.

Na inflação, o estudo aponta que as três maiores capitais do Nordeste, Fortaleza, Recife e Salvador, tiveram aumentos de preços. A de Fortaleza foi a maior, tanto na variação mensal, no acumulado do ano e nos últimos 12 meses, com 0,47%, 3% e 5,02%, respectivamente.

O resultado foi influenciado pelo setor de transportes, com o aumento do preço dos combustíveis. A influência positiva foi maior em Fortaleza, com aumento de 2,48%, seguida de Recife (1,13%) e Salvador (0,8%).

O setor de alimentação registrou desaceleração, o que, segundo o boletim, “é a tendência para os próximos meses, visto que o impacto da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul está se dissipando".

Na análise do acumulado do ano até julho, Fortaleza registra a segunda maior variação do
IPCA no Brasil, com aumento de 3%. Outras capitais nordestinas, como Recife e Salvador, também apresentaram variações positivas, de 2,95% e 2,65%, respectivamente, em 2024.

Porém, no acumulado de 12 meses, apenas Fortaleza supera a média nacional de 4,5%.

Em relação ao comércio exterior, a região Nordeste participou com aproximadamente 8% das exportações e 10,3% das importações nacionais em julho/2024. O saldo da balança comercial da Região apresentou em julho/2024 um superávit de quase US$ 102 milhões, de acordo com dados da Comex.

Em julho, o Ceará registrou o terceiro maior superávit em sua balança comercial, com US$ 441,28 milhões.

Os principais produtos importados no mês foram combustíveis, veículos e fertilizantes. O item mais importado na pauta nordestina foi o óleo combustível de petróleo ou de minerais betuminosos, representando mais de 22,7% do volume importado, totalizando US$ 542,1 milhões.

Já, os mais exportados foram: a soja e os produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço, com participações de 34% e 14,88% no volume exportado. 

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