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Mudança em previdências afetará servidores, projetam entidades
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Mudança em previdências afetará servidores, projetam entidades

| Polêmica | A PEC 66/2023 já aprovada pelo Senado e em tramitação na Câmara prevê regras da Reforma da Previdência como parâmetro mínimo para estados e municípios
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Mudança pode afetar servidores municipais e estaduais com idade próxima a da aposentadoria  (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Mudança pode afetar servidores municipais e estaduais com idade próxima a da aposentadoria

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, que prevê, entre outras questões, estabelecer como parâmetro mínimo para municípios e estados as regras aprovadas pela Reforma da Previdência de 2019 deve impactar diretamente servidores públicos cearenses, caso seja aprovada na Câmara dos Deputados, conforme projetam entidades classistas.

Isso porque o texto aprovado, por unanimidade, no Senado Federal no dia 14 de agosto, estabelece que as regras previdenciárias de municípios e estados não podem ser menos rigorosas que as adotadas pela União, ou seja, as normas previstas na Reforma da Previdência realizada em 2019.

A preocupação se dá, justamente, porque o Estado do Ceará adotou, naquele mesmo ano, um regime previdenciário para os seus respectivos servidores com regras menos rígidas.

Situação semelhante ocorre em outros estados e municípios Brasil afora, o que levou cerca de 98 entidades classistas de todo o País a publicarem nota conjunta com posicionamento contrário à aprovação desse trecho específico da PEC. A proposta tratava originalmente do reescalonamento (mudança nas condições de pagamento) de precatórios e dívidas dos municípios com a Previdência.

Conforme observa o diretor jurídico e econômico-tributário do Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf-CE), Ivanildo França, a PEC cria o artigo 40-A na Constituição. “Esse artigo, especificamente, não trata de regras de Previdência, mas diz o seguinte: os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão ter regras de previdência menos rigorosas do que as regras da União”, detalha.

“Se houver regras mais rigorosas, continuam valendo. Se houver regras menos rigorosas e não forem ajustadas em até 18 meses, passam a valer compulsoriamente as regras da União”, acrescenta Ivanildo França.  "Sem discussão, foi alterada uma regra fruto de um ano de discussão política e social", criticou.

Apesar dos pontos apontados pelas instituições que representam servidores públicos estaduais e municipais, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) se posicionou favoravelmente à PEC 66/2023, em comunicado à imprensa.

“A estimativa é de mais de R$ 400 bilhões para os municípios. O pacote de medidas defendido pela CNM faz parte de esforços para aliviar a pressão nas finanças públicas de forma sustentável”, disse a entidade em nota.

O POVO entrou em contato com a Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), mas não obteve resposta até a publicação desta matéria em sua versão impressa.

Tão logo seja enviado, o posicionamento da instituição será atualizado em sua versão digital.

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