Conforme a defensora pública Mariana Lobo, o painel foi um avanço no conhecimento do atual cenário de violência no Ceará. "Não se pode traçar políticas públicas de proteção sem informações precisas. Mas é necessário que isso esteja alinhado a uma política pública eficaz de proteção e prevenção voltada para os territórios indígenas", comentou.
Já a cacica Clécia Pitaguary cobra maior ênfase da Justiça para responsabilizar e responsabilizar os infratores. "A partir do momento em que colocamos essas pessoas perante a Justiça para responder por seus crimes, isso serve de exemplo para os outros. Isso poderia ajudar a minimizar essas ameaças e tentativas de assassinato contra nosso povo", conclui.
Conforme Jorge Tabajara, secretário executivo da Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará, a pasta tem um Termo de Cooperação Técnica junto a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), assinado em julho de 2023.
"Antes da assinatura do termo, nós não tínhamos acesso a esses dados de violência contra povos indígenas. [Com o novo painel] nós estamos fazendo essa coleta de informações mais detalhadas, para a partir daí possamos estruturar uma política pública voltada para a questão dos conflitos em nosso territórios", comentou.
De acordo com o secretário executivo, negociações estão sendo feitas junto à Secretaria de Segurança Pública (SSPDS), com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), além de outras instituições.
"O objetivo é identificar os fatores que motivam a situação em que os indígenas, em especial as mulheres, nossas guerreiras, têm sido vítimas de delitos. Assim, o Estado poderá buscar estratégias para minimizar essa situação nos territórios indígenas do nosso estado", declarou.