Os hubs de hidrogênio planejados no Brasil, como o projetado para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) no Ceará, terão até R$ 6 bilhões para aplicação na descarbonização da indústria brasileira.
Uma chamada pública será feita para que os hubs tenham acesso ao recurso, que tem origem no Climate Investment Funds (CIF). O anúncio foi feito pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na última quinta-feira, 3.
“Queremos consolidar polos de hidrogênio de baixa emissão no Brasil até 2035, aproveitando nossa vasta riqueza de produtos energéticos e a criatividade do nosso setor industrial”, afirmou o ministro Alexandre Silveira (MME).
Ele destacou a parceria com o Reino Unido, que assegurou o recurso, e disse que "essa ação é parte fundamental do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), e está alinhada com o nosso plano de trabalho trienal 2023-2025."
O ministro cumpriu agenda em Foz do Iguaçu (PR) para as reuniões do G20 e assinou o recurso com a CEO do CIF, Tariye Gbadegesin, e ministra do Clima pelo Departamento de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido, Kerry McCarthy.
Criados de olho na demanda internacional, os hubs de hidrogênio avançaram nos projetos para atender também os planos de descarbonização da indústria brasileira.
O objetivo do recurso assegurado pelo MME, a partir da chamada pública, é focar "na descarbonização de setores industriais difíceis de abater." As datas para as chamadas não foram divulgadas ainda.
"As propostas selecionadas poderão ter a oportunidade de compor o plano de investimentos do Brasil para acessar o financiamento, que poderá cobrir desde projetos de engenharia até a aquisição de equipamentos e capital de giro", informou o ministério.
Focados na produção do combustível, os hubs reúnem grandes produtores em uma estratégia de concentrar a infraestrutura básica de produção em uma só área - geralmente próxima de portos.
No Brasil, segundo o estudo mais recente da Confederação Nacional da Indústria, existem três projetos para produção de hidrogênio.
O hub de hidrogênio verde (H2V) do Pecém é o de maior destaque, com uma planta piloto já em operação.
Estrategicamente pensado para a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, o projeto conta com seis pré-contratos assinados com empresas cujo investimento gira em torno de US$ 5 bilhões cada um.
Além disso, o Ceará conta com 40 memorandos de entendimento com outros investidores que miram projetos de produção, distribuição e pesquisa de H2V.
Os demais projetos estão localizados no Porto de Açu (BA) e no Porto de Suape (PE). “Estruturar estes polos nos permitirá atender não só a demanda local, como nos tornar um país competitivo no cenário global de hidrogênio“, finalizou o ministro.
NE
O Ceará conta com 40 memorandos assinados com investidores que miram projetos em H2V. Os demais projetos estão localizados no Porto de Açu (BA) e no Porto de Suape (PE)