O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) assinou contrato de R$ 41 milhões para que o Porto do Pecém receba energia elétrica proveniente de energias renováveis. O acordo se inicia neste mês de outubro e vale pelos próximos cinco anos.
O diferencial é que a energia terá garantia de rastreabilidade, por meio do selo Internacional Renewable Energy Certificate (I-REC), que é uma certificação internacional que atesta a fonte de energia desde a geração até o consumo.
O fornecedor de energia será a Casa dos Ventos e a escolha é fruto de uma concorrência pública.
No processo, o Complexo do Pecém levou em consideração tanto a estabilidade de preços, ao migrar do mercado cativo para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), quanto o compromisso com o uso de energias renováveis nas operações do porto.
Conforme a gestão do porto, a aquisição de energia no mercado livre trará uma economia que deve ser revertida em ações de descarbonização do Porto do Pecém e também em uma futura política de incentivo para uma maior de eletrificação das operações portuárias, que hoje é de 70%.
Esse índice inclui os guindastes usados para movimentação de contêineres e placas, além da esteira que transporta insumos para a siderúrgica da ArcelorMittal.
A projeção é que nos próximos anos, o Pecém continue a avançar nesse processo, especialmente no fornecimento de energia para navios, pelo sistema shore power, que permitirá a redução das emissões das embarcações atracadas.
O consumo de energia elétrica do Porto do Pecém é equivalente ao de uma cidade com cerca de 80 mil habitantes.
Hugo Figueiredo, presidente do Complexo do Pecém, destaca o movimento de entrada no mercado livre de energia e o contrato firmado entre o Pecém e a Casa dos Ventos.
"Esse consumo reflete uma política voltada para a descarbonização das operações portuárias, incentivada pelo Governo do Estado, pelo Porto e por seus operadores, que têm investido em equipamentos elétricos para substituir ou complementar os movidos a combustíveis fósseis", avalia.
A atual infraestrutura de energia disponível no Complexo é composta por duas linhas de transmissão da concessionária local de energia. Além disso, conta com uma usina de geração a gás, capaz de atender a demanda energética atual para operações portuárias.
O gerente de Manutenção do Complexo do Pecém, Marco Ximenes, explica que a substituição de equipamentos com motores à combustão por elétricos na atividade portuária é uma tendência irreversível, devido à sustentabilidade e ao retorno econômico garantido.
Outro ponto defendido por Marco é investir ainda mais na confiabilidade do Sistema Elétrico do Porto do Pecém, com investimentos em redundâncias, proteção, monitoramento e controle. Para essa demanda, a projeção é de investimentos da ordem de R$ 15 milhões somente para o próximo ano.
Consumo
O consumo de energia elétrica do Porto do Pecém é equivalente ao de uma cidade com cerca de 80 mil habitantes