O Banco do Nordeste (BNB) tem a expectativa de crescer em torno de 18% as aplicações para o setor de energias renováveis em 2025, conforme explicou o presidente da instituição, Paulo Câmara, ao O POVO.
Nos últimos cinco anos, foram mais de R$ 30 bilhões investidos na área. O assunto, inclusive, é o tema do Fórum Debate, ciclo de eventos regionais que tem como objetivo debater o desenvolvimento sustentável, realizado nesta quinta-feira, 10.
De acordo com o presidente do BNB, não vão faltar recursos para o setor, pois é uma prioridade do Governo Federal.
"É um tema que agrega e ao mesmo tempo une todos em prol realmente dos desafios, da questão ambiental e da questão da sustentabilidade na região."
Para as fontes de recursos, por exemplo, estão a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Mundial, o Banco Europeu e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Já Márcia Maia, diretora da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), ressalta que este é o momento de conhecer os principais desafios em relação ao financiamento da transição energética.
"Esperamos que seja justa tanto para as cidades quanto para as populações que recebem, por exemplo, a instalação de parques eólicos. É importante que haja diálogo e compensação para essas populações, para que a transição seja verdadeiramente justa."
Além disso, explicou que, entre as metas da ABDE para o próximo ano, está o fortalecimento de uma parceria com um instituto que reúne todas as cidades brasileiras para levar financiamento para projetos sustentáveis nos municípios, especialmente na área de energia.
Também destacou o potencial do Nordeste para o Hidrogênio Verde (H2V), pois possui condições para produzir hidrogênio com a menor pegada de carbono do País, tanto pelo uso de fontes eólicas e solares quanto pela proximidade do mercado europeu, principal demandante desse combustível.
Outro ponto comentado por Márcia é a necessidade de gerar capacidades produtivas para atender à demanda dos novos setores energéticos, que possuem componentes industriais e serviços complexos.
"A transição energética é uma oportunidade histórica para reverter a desindustrialização precoce pela qual o Brasil passou nas últimas três décadas, criando empregos de qualidade e bem remunerados, e ampliando a exportação de produtos de alto valor agregado."