A avaliação sobre a situação econômica pessoal melhorou para 26% dos fortalezenses, enquanto a de outros 23% piorou nos últimos meses, conforme dados da primeira pesquisa do Datafolha sobre o segundo turno das eleições municipais de 2024 na Capital, contratada pelo O POVO. Já para 51% não houve melhora nem piora.
Além de apontar as preferências eleitorais e até clubísticas do fortalezense, o levantamento questionou 826 entrevistados, entre os dias 8 e 9 de outubro, como eles avaliavam a própria situação econômica, bem como a situação da economia do País nos últimos meses.
A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. O levantamento do Datafolha também avaliou recortes de gênero, cor, idade, renda e escolaridade, entre outros.
O grupo social que mais reportou ter percebido melhoria na própria condição econômica foi o daqueles que se declaram pretos. Nesse estrato 33% declararam ter melhorado, ante 16% que apontaram piora e 52% que relataram ter avaliado uma estagnação.
Já os maiores percentuais de fortalezenses que avaliaram piora ou manutenção do próprio padrão econômico nos últimos meses se encontraram em recortes relacionados à idade.
O grupo entre 16 e 24 anos, por exemplo, foi o que mais apontou um quadro de estabilidade nas condições econômicas, com 55% de declarações nesse sentido.
Outros 26% de pessoas nessa faixa etária registraram melhora e 19% piora, quando avaliaram suas respectivas situações.
Por outro lado, o grupo com idades entre 45 e 59 anos foi o que mais relatou ter percebido uma situação pior nos últimos meses, quando perguntado sobre a própria condição. Nessa faixa etária, 22% declararam melhora e 51% estagnação.
Para o conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Brasil), Ricardo Coimbra, apesar das diferenças de momentos profissionais, com uma entrando no mercado de trabalho e outra se aproximando da aposentadoria, nesses dois conjuntos há uma tendência para perceber uma estagnação.
“São duas percepções que têm uma perspectiva de talvez estar enxergando uma certa estabilidade no que está acontecendo, e que talvez essa estabilidade não consiga influenciar muito a sua própria situação”.
Ele acrescenta que quando os entrevistados nos diferentes perfis pesquisados respondem sobre a percepção da própria situação econômica nessa visualização mais própria do indivíduo, ele consegue enxergar que a situação dele está relativamente estável em relação aos últimos meses.
"Ou seja, o cenário não modificou muito na sua situação específica. E isso é um índice bastante significativo, mostrando que, independentemente do que está acontecendo no País, ele consegue ter uma situação equivalente àquela que tinha nos meses anteriores”.
Os percentuais mudam um pouco quando a pergunta feita é sobre a avaliação quanto à percepção sobre a situação econômica do País.
O índice de fortalezenses que declara ter observado uma piora nesse cenário nos últimos meses é de 37%, dentro da margem de erro dos que consideram que as condições da economia brasileira ficaram como estavam anteriormente, que somam 42% do total de entrevistados. Nesse recorte, 18% consideram que houve melhora no cenário econômico nacional.
Conforme Coimbra, a maior parte das pessoas está conseguindo enxergar uma estabilidade ou uma melhora, mas, mesmo assim, o número de pessoas que acha que a situação está pior é um percentual bastante significativo.
"Algumas variáveis podem estar impactando para que uma parcela dessas pessoas não tenha uma recuperação significativa em seus níveis de renda”.
O economista pontua também que, pelo menos, no caso de Fortaleza, alguns grupos mais diretamente beneficiados pelas políticas socioeconômicas do Governo Federal não expressam mais otimismo sobre a situação do País, tais como o Bolsa Família ou o Minha Casa, Minha Vida.
“Na medida em que esses programas vão se tornando parte do cotidiano, as pessoas não veem a reestruturação ou a ampliação como algo novo e tão significativo. Então, sobre aquilo que já existia o indivíduo não consegue ter uma percepção tão clara do efeito desse melhoramento”, conclui.
PERCEPÇÃO DO ELEITOR DE FORTALEZA
Avaliação (situação do País)
Por gênero (%)
Masculino
Melhorou: 19
Piorou: 39
Ficou como estava: 41
Não sabe: 1
Feminino
Melhorou: 18
Piorou: 35
Ficou como estava: 44
Não sabe: 4
Por idade (%)
16 a 24 anos
Melhorou: 11
Piorou: 38
Ficou como estava: 46
Não sabe: 5
25 a 34 anos
Melhorou: 15
Piorou: 36
Ficou como estava: 47
Não sabe: 3
35 a 44 anos
Melhorou: 16
Piorou: 37
Ficou como estava: 45
Não sabe: 1
45 a 59 anos
Melhorou: 19
Piorou: 38
Ficou como estava: 41
Não sabe: 3
60 anos ou mais
Melhorou: 29
Piorou: 36
Ficou como estava: 34
Não sabe: 1
Por escolaridade (%)
Fundamental
Melhorou: 17
Piorou: 37
Ficou como estava: 43
Não sabe: 3
Médio
Melhorou: 15
Piorou: 39
Ficou como estava: 44
Não sabe: 2
Superior
Melhorou: 26
Piorou: 34
Ficou como estava: 38
Não sabe: 2
Por renda familiar (%)
Até 2 salários mínimos
Melhorou: 18
Piorou: 35
Ficou como estava: 44
Não sabe: 3
De 2 a 5 salários mínimos
Melhorou: 17
Piorou: 38
Ficou como estava: 43
Não sabe: 1
Acima de 5 salários mínimos
Melhorou: 25
Piorou: 42
Ficou como estava: 32
Não sabe: 1
Por cor (%)
Parda
Melhorou: 18
Piorou: 38
Ficou como estava: 42
Não sabe: 2
Branca
Melhorou: 18
Piorou: 41
Ficou como estava: 39
Não sabe: 2
Preta
Melhorou: 17
Piorou: 30
Ficou como estava: 49
Não sabe: 4
Conjunto dos entrevistados (%)
Melhorou: 18
Piorou: 37
Ficou como estava: 42
Não sabe: 2
Avaliação (situação do entrevistado)
Por gênero (%)
Masculino
Melhorou: 25
Piorou: 24
Ficou como estava: 50
Não sabe: 1
Feminino
Melhorou: 27
Piorou: 22
Ficou como estava: 51
Não sabe: 0
Por idade (%)
16 a 24 anos
Melhorou: 26
Piorou: 19
Ficou como estava: 55
Não sabe: 0
25 a 34 anos
Melhorou: 30
Piorou: 23
Ficou como estava: 46
Não sabe: 1
35 a 44 anos
Melhorou: 28
Piorou: 21
Ficou como estava: 51
Não sabe: 1
45 a 59 anos
Melhorou: 22
Piorou: 27
Ficou como estava: 51
Não sabe: 0
60 anos ou mais
Melhorou: 24
Piorou: 23
Ficou como estava: 52
Não sabe: 1
Por escolaridade (%)
Fundamental
Melhorou: 22
Piorou: 24
Ficou como estava: 54
Não sabe: 0
Médio
Melhorou: 27
Piorou: 24
Ficou como estava: 49
Não sabe: 0
Superior
Melhorou: 29
Piorou: 20
Ficou como estava: 50
Não sabe: 1
Por renda familiar (%)
Até 2 salários mínimos
Melhorou: 23
Piorou: 24
Ficou como estava: 53
Não sabe: 0
De 2 a 5 salários mínimos
Melhorou: 29
Piorou: 25
Ficou como estava: 46
Não sabe: 0
Acima de 5 salários mínimos
Melhorou: 32
Piorou: 13
Ficou como estava: 54
Não sabe: 2
Por cor (%)
Parda
Melhorou: 26
Piorou: 24
Ficou como estava: 50
Não sabe:1
Branca
Melhorou: 24
Piorou: 25
Ficou como estava: 51
Não sabe: 0
Preta
Melhorou: 33
Piorou: 16
Ficou como estava: 52
Não sabe: 0
Conjunto dos entrevistados (%)
Melhorou: 26
Piorou: 23
Ficou como estava: 51
Não sabe: 0
Fonte: Datafolha