O Brasil teve o 3º melhor desempenho em incremento de energia solar no ano passado, ficando atrás apenas de China e Estados Unidos, conforme relatório elaborado pela SolarPower Europe e intitulado Global Market Outlook For Solar Power 2024-2028.
Ao todo, foram adicionados 15,4 gigawatts de potência-pico de fonte solar fotovoltaica, ou cerca de 4% do mercado mundial no período. Na matriz energética brasileira, essa origem corresponde a 18,4% do total, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Somente no caso do Ceará, por exemplo, já foram feitas 89 mil conexões de geração própria de energia, que totalizam 1 gigawatt (GW) de potência instalada. Ainda conforme a Absolar, essa indústria atraiu, desde 2012, R$ 4,8 bilhões em investimentos, R$ 1,4 bilhão em arrecadação e a geração de mais de 30 mil empregos.
De olho nesse mercado, gigantes asiáticas como a Chint Power, cujo carro-chefe é a produção de inversores solares (mecanismos que converte a corrente contínua para a corrente alternda), já anunciaram parcerias para ampliar sua participação no Estado. No início do mês de julho, por exemplo, a empresa fechou acordo com a GT Solar, sediada no Ceará e pertencente ao grupo Ibyte, da ordem de R$ 14 milhões.
Conforme o gerente de contas nacional da Chint Power Brasil, Jhatniel Carrasco, em entrevista exclusiva ao O POVO, um grande foco para expansão da energia solar são os grandes terrenos localizados em zonas rurais, ainda pouco aproveitados para atividades agropecuárias.
“Já fizemos mapeamento do Ceará. Inclusive, temos alguns clientes do Sul que montaram unidades aqui no Nordeste para investir em usinas. Essas usinas têm surgido porque muitos terrenos não têm aplicabilidade, como plantios, por exemplo”, cita.
“Para a energia solar, esses terrenos podem gerar rentabilidade. Dentre todos os investimentos, a energia solar tem oferecido uma rentabilidade muito atrativa”, disse o executivo que acrescentou ainda os incentivos governamentais e os financiamentos bancários para o setor como essenciais para a expansão dessa indústria.
Ele exalta, contudo, que o grande diferencial é a abundância de incidência solar no Estado. O gerente de contas nacional da Chint Power Brasil também destaca o barateamento do preço de instalação de equipamentos de geração de energia solar fotovoltaica no último decênio.
“Eu trabalho com energia solar desde 2015 e, desde então, o custo de instalação caiu significativamente. Quando comecei, o retorno sobre o investimento de um sistema residencial era de cerca de sete anos. Hoje, esse tempo reduziu para dois ou três anos, o que torna a energia solar acessível a um público muito mais amplo, incluindo as classes B e C”, concluiu.
Impacto
Estudos da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que o setor atraiu, desde 2012, R$ 4,8 bilhões em investimentos, R$ 1,4 bilhão em arrecadação e a geração de mais de 30 mil empregos