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Trabalho infantil recua no Nordeste, mas ainda atinge meio milhão de pessoas
Economia

Trabalho infantil recua no Nordeste, mas ainda atinge meio milhão de pessoas

Em seguida aparecem Sudeste (478 mil pessoas), Norte (285 mil pessoas), Sul (193 mil pessoas) e Centro-Oeste (145 mil pessoas)
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NO Brasil, 63,8% das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil são do sexo masculino (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES NO Brasil, 63,8% das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil são do sexo masculino

O Nordeste registrou, em 2023, mais de 506 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. O número representa 31% do total registrado no Brasil, com 1,6 milhão. É o maior percentual registrado em todo país. 

Ainda assim este quadro já foi pior. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2022, ano imediatamente anterior, eram 573 mil. Ou seja, houve um recuo de 11,69%.

No comparativo com 2016, ano que demarca o início desta série histórica, a queda é de 33,15%, pois naquele ano,  757 mil crianças e adolescentes trabalhavam na Região.

Esta melhora no indicador ocorreu também nacionalmente. No Brasil, o número de crianças e adolescentes, de 5 a 13 anos, em situação de trabalho infantil chegou a 1,607 milhão em 2023. O contingente é 14,6% inferior ao registrado no ano anterior (1,881 milhão) e o menor da série histórica.

Em 2023, depois do Nordeste, a maior quantidade de pessoas entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil é observada no Sudeste (478 mil pessoas). Em seguida, aparecem: Norte (285 mil pessoas);
Sul (193 mil pessoas); e Centro-Oeste (145 mil pessoas).   

Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho infantil é aquele que é perigoso e prejudicial à saúde e ao desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na sua escolarização.

O conceito de trabalho infantil considera ainda a faixa etária, o tipo de atividade, as horas trabalhadas, a frequência à escola, a periculosidade e a informalidade. Por exemplo, até 13 anos, qualquer tipo é considerado crime.

Já adolescentes de 14 e 15 anos só podem trabalhar na condição de aprendiz e aqueles com 16 e 17 anos podem ter empregos com carteira assinada, desde que não sejam em atividades insalubres, perigosas ou em horário noturno. Qualquer situação que fuja a essas regras é considerada trabalho infantil.

Apesar de não figurar como a região com maior contingente de pessoas em situação de trabalho infantil, a Região Norte apresentou a maior proporção de crianças e adolescentes nessa situação, abrangendo 6,9% de sua população de 5 a 17 anos de idade. As Regiões Centro-Oeste (4,6%) e Nordeste (4,5%) também apresentavam percentual acima da média nacional (4,2%), ao passo que a Sudeste
(3,3%) e a Sul (3,8%) apresentavam as menores proporções.

Brasil registra menor número desde a série histórica

De acordo com o IBGE, de 2016 a 2019, o trabalho infantil apresentou quedas anuais, passando de 2,112 milhões no primeiro ano da série histórica para 1,758 milhão em 2019.

Depois de dois anos sem realizar pesquisas, devido à pandemia de covid-19, o IBGE constatou que, em 2022, o indicador havia subido pela primeira vez (7% em relação a 2019).

Levando em consideração a proporção de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade em situação de trabalho infantil era de 5,2%, em 2016, e foi para 4,5%, em 2019.

Em 2022, essa prevalência interrompeu a sequência de quedas observadas na série histórica e subiu para 4,9%. Já em 2023, esse indicador voltou a cair, chegando a 4,2%, o menor percentual da série histórica.

Sobre a jornada de trabalho semanal de 39,2% das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil era de até 14 horas, enquanto 20,6% trabalhavam 40 horas ou mais.

O número de horas semanais aumenta com a idade. No grupo dos 5 a 13 anos, mais de 80% das crianças e adolescentes trabalharam até 14 horas. Já na faixa etária dos 16 e 17 anos, 19,7% até 14 horas, enquanto 31,1% ficaram 40 horas ou mais.

 

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