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Com expansão da transmissão no Ceará, ONS eleva escoamento de energia do Nordeste
Economia

Com expansão da transmissão no Ceará, ONS eleva escoamento de energia do Nordeste

| RENOVÁVEIS | Operador Nacional do Sistema (ONS) anunciou ampliação dos limites de intercâmbio da energia gerada na Região, para 13 mil MW ao Sudeste e para 6,2 mil MW ao Norte, reduzindo restrições de geração de energia eólica e solar
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ONS registra recorde na demanda máxima de carga de energia (Foto: )
Foto: ONS registra recorde na demanda máxima de carga de energia

A entrada em operação de uma subestação e três novas linhas de transmissão no Ceará permitiram a ampliação do escoamento de energia do Nordeste para o Sudeste e o Norte. A confirmação foi feita pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) ontem, 22.

Com a ampliação dos limites de intercâmbio da energia gerada, o escoamento da carga proveniente de fontes eólicas e solares com destino ao Sudeste/Centro-Oeste foi elevado em 12%, com 13 mil megawatts (MW). Já a carga transferida rumo à região Norte foi ampliada em quase 30%, para 6,2 mil MW.

Na prática, esses acréscimos vão representar a ampliação do aproveitamento da produção da energia produzida pelo vento e pelo sol, voltando a volumes de escoamento anteriores à ocorrência de 15 de agosto de 2023, com segurança e confiabilidade.

Entraram em operação no Sistema Interligado Nacional (SIN) a subestação SE 500/230 kV Pacatuba e as linhas de transmissão Pecém II/Pacatuba C, Fortaleza II/Pacatuba C e Pacatuba/Jaguaruana II C.

Essa é a primeira grande ampliação possível desde agosto do ano passado, quando um evento em equipamentos no Ceará culminou em um apagão de grandes proporções no Brasil. A partir daquele momento, foram impostas condições mais rígidas para o escoamento de energia do Nordeste para outras regiões.

Dentro desse contexto, o consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e membro da Academia Cearense de Engenharia (ACE), Jurandir Picanço, enfatiza que o movimento é uma ótima notícia para o setor de energia.

Desde o apagão, passou a ser necessário o desligamento de algumas usinas em alguns momentos de pico em que a produção de energia colocava a capacidade de transmissão num limite. Assim, os critérios passaram a ser mais rígidos, prejudicando especialmente usinas eólicas.

O diretor-geral do ONS, Marcio Rea, destaca que o SIN ganha em termos de segurança energética, tornando ainda o sistema elétrico mais eficiente e sustentado por fontes renováveis, contribuindo com a agenda prioritária de transição energética.

"A ampliação das linhas de transmissão está em linha com a estratégia de aumentar a transferência de energia do Nordeste, maior produtor de energia limpa do País, para os demais subsistemas, em particular para o centro de carga que é o Sudeste. É uma situação na qual todos ganham", pontua.

LEIA MAIS | Nordeste transfere 19.996 GWh de energia para Sudeste e Centro-Oeste em 2024

Na avaliação de Jurandir, as inaugurações e a ampliação do escoamento eliminam os "transtornos". Jurandir ainda destaca que a capacidade de transferência de energia limpa para outras regiões pode ser ampliada ainda mais, assim como haverá aumento de demanda de energia no Ceará.

"Vários projetos de transmissão estão em andamento e muitos beneficiam diretamente o Ceará. Isso já está em movimento, especialmente em função dos projetos de hidrogênio verde e data centers, que devem ter impacto nos próximos anos.

Dentro desse recorte, Jurandir ainda avalia que o cenário é desafiador, já que serão necessárias futuras expansões da capacidade de transmissão de energia, processo esse que tem "timing" diferente em relação à pujança dos negócios no setor de energia e tecnologia, por exemplo.

Isso quer dizer que será necessária atenção especial ao tema por parte dos gestores públicos e especialistas do setor de energia, já que a expansão da transmissão é cara e desafiadora em diversos aspectos, como na obtenção de licenciamentos ambientais e desapropriações, por exemplo.

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Ampliação da capacidade de escoamento de energia

Escoamento de geração eólica e solar no SIN

Nordeste-Sudeste/Centro-Oeste: Sobe dos atuais 11.600 MW para 13.000 MW (acréscimo de 12%)

Nordeste-Norte: Avança dos atuais 4.800 MW para 6.200 MW (crescimento de quase 30%)


Infraestruturas inauguradas no Ceará que permitiram essa decisão

Nova subestação: SE 500/230 kV Pacatuba

Novas linhas de transmissão de 500 kV: Pecém II/Pacatuba C; Fortaleza II/Pacatuba C; e Pacatuba/Jaguaruana II C

Fonte: ONS

revisão

Em setembro, o ONS anunciou também revisão da metodologia para definição das restrições na geração

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