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União tem sete obras a fazer em estradas federais no CE; duplicação da BR-116 só deve começar em 2026
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União tem sete obras a fazer em estradas federais no CE; duplicação da BR-116 só deve começar em 2026

Dos sete projetos tocados pelo Ministério dos Transportes e Dnit, apenas o processo de adequação da BR-222, entre Caucaia e o acesso ao Pecém, está em obras e principais projetos só devem iniciar a partir do segundo semestre de 2026
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OBRA de duplicação da BR-222
 até a ligação com a CE-155 (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA OBRA de duplicação da BR-222 até a ligação com a CE-155

As obras de duplicação da BR-116, entre Boqueirão do Cesário e Tabuleiro do Norte, só devem ser iniciadas no segundo semestre de 2026. A estimativa é do Ministério dos Transportes (MT) e foi divulgada com exclusividade ao O POVO.

Atualmente, a União tem sob sua responsabilidade sete projetos em estradas federais que cortam o Ceará. Dentre os principais projetos estão a duplicação da BR-222 até o limite com o Piauí, a recuperação da BR-020 e a duplicação da BR-116 até Tabuleiro do Norte.

Conforme O POVO apurou, no entanto, nenhuma dessas obras deve ser entregue até o fim do atual mandato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As intervenções nas BRs 020 e 222 estão em fase de contratação ou desenvolvimento de projeto e existe perspectiva de que iniciem obras a partir de 2027.

Continuação ao projeto do Anel Viário, o projeto de duplicação do trecho da BR-222 entre Caucaia e o acesso ao Porto do Pecém segue em andamento.

O projeto de duplicação da BR-116 parece ser o mais adiantado. Além das ações já citadas, os demais são o de restauração dos trechos entre os km 190 ao km 287 da BR-116, entre Limoeiro do Norte e Jaguaribara, que está em fase de elaboração do projeto, e a adequação da BR-437, entre Tabuleiro do Norte-CE e Jucuri-RN, que deve ser licitada neste ano caso ocorra abertura de crédito no orçamento federal.

Vale lembrar que a BR-116 é duplicada desde o início da rodovia, em Fortaleza, desde o quilômetro zero, na avenida Aguanambi, até o km 52, em Pacajus.

O chamado Lote 1 do projeto de duplicação tem 22 km, entre Pacajus e Chorozinho, que foi contratado em março e atualmente está em fase de elaboração de projeto e, a partir de 2025, os trabalhos de adequação devem ser iniciados.

Segundo o MT, os trabalhos de adequação dizem respeito à introdução de melhorias e ajustes de capacidade e segurança da rodovia, como a resolução de problemas do pavimento existente. Ainda assim, o início das obras de duplicação da estrada propriamente dito deve começar apenas na metade final de 2026.

Além dos projetos da União tocados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), há ainda o projeto do Anel Viário na Região Metropolitana de Fortaleza, que foi estadualizada, mas que recebeu aporte de mais de R$ 80 milhões da União (além de outros R$ 16,5 milhões do Tesouro Estadual) para que a obra seja concluída, o que segundo o Governo do Ceará deve ocorrer até o fim de 2025.

O cenário se mostra diferente do projetado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, que em visita ao Ceará na ocasião da sanção do marco legal do hidrogênio de baixo carbono, no Complexo do Pecém, discursou que o governo anterior boicotou o Estado e não tocou as obras necessárias para melhoria da infraestrutura logística, o que teria mudado no atual governo.

“Foi por isso que o estado do Ceará talvez seja um dos únicos estados do Brasil que não tem suas rodovias de acesso à capital duplicadas", disse o ministro, que ainda emendou: “A duplicação de Pacajus a Boqueirão do Cesário, conclusão do Anel Viário de Fortaleza e, em breve, a duplicação da BR-222, que dá acesso ao Pecém (serão concluídas)".

Marcelo Maranhão, diretor da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Nordeste (Fetranslog-NE), destaca que a falta de infraestrutura logística das estradas federais cearenses, principais responsáveis pelo escoamento de produção e bens industriais, aumenta custos e gera prejuízos.

Ele conta que o ano de 2024 foi prodigioso em orçamento destinado para infraestrutura, mas as "torneiras” foram sendo fechadas durante o ano com os contingenciamentos do orçamento e não há garantias em relação a 2025.

Segundo o MT, cerca de R$ 14 bilhões foram investidos na execução de quase 250 licitações, montante que deve se aproximar de R$ 17 bilhões em investimentos diretos do Dnit até o fim do ano.

"Não tem orçamento. Aquele orçamento inicial que foi colocado para o projeto foi contingenciado. A perspectiva não é boa, e não temos uma visão de médio prazo favorável", afirma.

Ainda segundo Marcelo, existe o potencial de aproveitamento da BR-020 como rota para escoamento da produção de algodão do Centro-Oeste, já que atualmente o agronegócio recorre ao Porto de Santos, 800 km mais distante do que o Pecém. No entanto, trechos intransitáveis de rodovias federais tornam a rota até o Porto do Pecém inviável.

"Estamos fazendo um esforço grande dentro da BR-020, que tem um trecho de 300 km na Bahia, ligando a região produtora de algodão da Bahia com Goiás. A receptividade do Ministério da Infraestrutura, no entanto, é muito pequena", pontua.

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Conheça os 7 projetos de infraestrutura viária tocados pelo Governo Federal no Ceará

Trechos e status das obras

- Na BR-116
1- Adequação da BR-116/CE - Pacajus - Boqueirão do Cesário: o Lote 1 foi contratado em março deste ano e está em fase de elaboração do projeto, cuja obra deve iniciar em 2025. Já os lotes 2 e 3 deverão ser licitados até o final do ano.

2- Restauração da BR-116/CE do km 190 ao 287: projeto em elaboração

3- Duplicação da BR-116/CE - Boqueirão do Cesário – Tabuleiro do Norte: projeto em elaboração

- Na BR-222
1- Adequação da BR-222/CE - Caucaia – Acesso Pecém: em obras

2- Adequação da BR-222/CE - Pecém – Sobral – Div. CE/PI: projeto contratado

- Na BR-020
1- Adequação da BR-020/CE – Caucaia – Divisa CE/PI – projeto em elaboração

- Na BR-437
1- Adequação da BR-437/CE - Tabuleiro do Norte/CE – Jucuri/RN: a licitar
Fonte: Ministério dos Transportes

Trechos e status das obras

Na BR-116

1- Adequação da BR-116/CE - Pacajus - Boqueirão do Cesário: o Lote 1 foi contratado em março deste ano e está em fase de elaboração do projeto, cuja obra deve iniciar em 2025. Já os lotes 2 e 3 deverão ser licitados até o final do ano.

2- Restauração da BR-116/CE do km 190
ao 287: projeto
em elaboração

3- Duplicação da BR-116/CE - Boqueirão do Cesário - Tabuleiro do Norte: projeto em elaboração

Na BR-222

1- Adequação da BR-222/CE - Caucaia - Acesso Pecém: em obras

2- Adequação da BR-222/CE - Pecém - Sobral - Div. CE/PI: projeto contratado

Na BR-020

1- Adequação da BR-020/CE - Caucaia - Divisa CE/PI - projeto
em elaboração

Na BR-437

1- Adequação da BR-437/CE - Tabuleiro do Norte/CE - Jucuri/RN: a licitar

Fonte: Ministério
dos Transportes

Falta de infraestrutura logística aumenta custo das empresas

Marcelo Maranhão, diretor da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Nordeste (Fetranslog-NE), destaca que a falta de infraestrutura logística das estradas federais cearenses, principais responsáveis pelo escoamento de produção e bens industriais, aumenta custos e gera prejuízos.

Ele conta que o ano de 2024 foi prodigioso em orçamento destinado para infraestrutura, mas as "torneiras" foram sendo fechadas durante o ano com os contingenciamentos do orçamento e não há garantias em relação a 2025.

Segundo o MT, cerca de R$ 14 bilhões foram investidos na execução de quase 250 licitações, montante que deve se aproximar de R$ 17 bilhões em investimentos diretos do Dnit até o fim do ano.

"Não tem orçamento. Aquele orçamento inicial que foi colocado para o projeto foi contingenciado. A perspectiva não é boa, e não temos uma visão de médio prazo favorável", afirma.

Ainda segundo Marcelo, existe o potencial de aproveitamento da BR-020 como rota para escoamento da produção de algodão do Centro-Oeste, já que atualmente o agronegócio recorre ao Porto de Santos, 800 km mais distante do que o Pecém. No entanto, trechos intransitáveis de rodovias federais tornam a rota até o Porto do Pecém inviável.

"Estamos fazendo um esforço grande dentro da BR-020, que tem um trecho de 300 km na Bahia, ligando a região produtora de algodão da Bahia com Goiás. A receptividade do Ministério da Infraestrutura, no entanto, é muito pequena", pontua.

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